O DUELO

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A madrugada estava tempestuosa quando Iroha realizava seu ultimo treino antes do duelo contra Thúlio. O vento uivava pairando entre as casas e os relâmpagos marcavam o céu, dividindo-se como raízes a medida que ficavam maiores seguidos pelos trovões que estremeciam as paredes.

Por achar que estava sozinha, a garota de cabelos castanho cobreados acabou se soltando mais que o normal; ela estava nervosa e insegura, Pensava se podia mesmo derrotar seu forte rival. Logo atrás, uma sombra a observava da escada.

- Você é realmente muito boa. - Disse.

Iroha se virou e viu Arthur caminhando rumo a janela e, por fim, sentando.

- O que faz acordado a essa hora? - Ela perguntou.

- Não consigo dormir durante tempestades.

- Tem medo?

- Pelo contrário. - Os olhos de Arthur refletiam na janela em um tom avermelhado - Eu gosto delas.

Iroha permaneceu em silêncio.

- Mas e você, por que ta treinando a essa hora?

- Acho que porque essa é a hora mais tranquila.

- Entendi. - Arthur levantou e caminhou de volta para a escada - A tempestade já vai passar.

- Espera. - Iroha ficou frente a frente com ele - Você acha que eu posso vencer?

- Eu fui seu saco de pancadas durante o mês inteiro - Sorriu - E também, na primeira vez que fomos na casa do senhor Hanz eu o perguntei quem era seu melhor aluno e eles respondeu: "É a Iroha".

A garota sorriu e perdeu toda a insegurança, naquele momento.

- Bem... - Arthur continuou - É melhor ir descansar, pois vai ser um dia bem agitado; principalmente pra você.

Ele subiu as escadas, enquanto Iroha foi para o quarto em que dormia, guardou sua espada, deitou na cama e adormeceu enquanto, no andar de cima, Arthur continuava olhando a tempestade pela janelinha do quarto.

- Eu não vou deixar ele te machucar...

No fim do dia todos se reuniram na casa do senhor Hanz para assistir o duelo de seus dois melhores alunos. Os espectadores formaram um grande círculo na sala onde no centro os dois se enfrentariam.

Os dois estavam frente a frente, já com suas espadas empunhadas. O público permanecia em silêncio e, no meio dele, Arthur assistia tudo junto com Edu e Ví.

- Vocês sabem as regras. - Disse o senhor Hanz - Sem ferimentos graves.

Thúlio e Iroha acenaram com a cabeça em sinal de concordância.

- Comecem...

Imediatamente ele foi contra sua oponente já prepara um ataque alto, mas ela levantou sua espada, contendo o ataque; depois os dois se cruzaram e ficaram novamente frente a frente.

Em um novo impulso, Thúlio tentou acertá-la no pescoço, mas Iroha se abaixou rapidamente e a espada cortou apenas alguns fios de cabelos. Depois, ao completar um giro, Iroha o acertou na coxa direita com a ponta da espada.

O duelo havia acabado de começar, mas já se podia ver quem tinha as melhores habilidades.

O público aplaudiu Iroha, fazendo com que seu rival ficasse irritado. Logo Thúlio realizou um ataque frontal, fazendo com que o choque de suas espadas soltassem faíscas, mas como ele era mais forte, pôde a empurrar para trás.

Dessa vez Iroha partiu ao ataque e novamente suas espadas suas espadas tocaram uma a outra na medida em que eles se cruzaram. Porém, nesse momento Thúlio segurou seu longo cabelo castanho cobreado, fazendo com que sua rival perdesse o equilíbrio e em seguida, com a sola do pé, chutou suas costas, fazendo com que ela fosse direto ao chão.

- Golpe baixo, seu covarde! - A plateia gritou.

Ignorando os gritos ele ergueu sua espada e se preparou para realizar o golpe final. Naquele momento Thúlio pretendia matar sua rival.

Ao ver o que estava acontecendo o senhor Hanz correu para o impedir, mas não daria tempo. 

No entanto, uma mão segurou na lâmina de sua espada, no momento do golpe.

- Arthur!

O sangue escorria de sua mão e pingava sobre as costas de Iroha, mas ele continuava a segurar com força, deixando todos pasmos.

Seu olhos brilhavam em vermelho incandescente e seu rosto não esboçava nenhuma expressão, mas Thúlio sentiu como se a morte estivesse a sua frente.

No instante seguinte a espada se partiu, reproduzindo um som como um estalo a qual foi ouvido por todos. Depois Arthur jogou para o lado o pedaço da espada que havia ficado na sua mão e caminhou na direção de Thúlio que tropeçou nos próprio pés.

- O duelo acabou. - Disse ele enquanto Thúlio apenas confirmou acenando com a cabeça.

Arthur deus as costas e caminhou de volta para Iroha, que já o observava, sentada no chão.

Depois Edu e Ví correram e a abraçaram, mas os olhos da garota estavam fixados no homem em que acabara de salvá-la.

Arthur estava de pé, na sua frente. Aos poucos seus olhos voltavam a cor normal; mas o sangue em sua mão continuava a cair e, ao ver isso, Iroha disse:

- Vamos pra casa.

Os quatro deram as costas e saíram.

Logo atras o senhor Hanz ficou pensativo por ver os olhos vermelhos de Arthur; não em uma tonalidade igual aos dele, mas um vermelho incandescente que brilhava e podia ser visto de longe.

- Será que ele é? - Sussurrou.

Alguns minutos depois Iroha cuidava da mão de Arthur enquanto Edu e Ví foram para seus quartos, a fim de descansar, e os deixaram a sós.

- Ta doendo muito? - Iroha perguntou enquanto limpava o ferimento.

- Não é pior do que levar um tiro. - Arthur sorriu.

- Você parecia outra pessoa, lá. - Ela continuou.

- Desculpe. As vezes isso acontece.

- Não se desculpe. - Iroha sorriu - Eu gostei de conhecer esse seu lado.

Apesar de desviar o olhar, Arthur esboçou um leve sorriso.

- Acho que o Thúlio nunca mais vai provocar você. - Disse ele.

- Ele vai ficar queto por um tempo.

Iroha pôs uma bandagem e depois enfaixou a mão de Arthur.

- Ninguém nunca se arriscou assim por mim.

- Não foi nada de mais.

- Você quase perdeu a mão...

Arthur levantou e pôs a mão direita na cabeça dela, olhou nos seus olhos e disse:

- Eu vou sempre te proteger. - Sorriu - Confia em mim?

- Não. - Ela sorriu de volta - Você vai ter que me proteger mais vezes pra conquistar minha confiança.

- Então ta bom... Vou fazer isso!


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