O Reencontro

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Na madrugada do último dia, faltando apenas duas horas para o nascer do sol e início do ataque à capital Metrópoles, Chrystian havia chegado nas proximidades da base Marchel, que ficava a sessenta e quatro quilômetros ao norte de onde iria ocorrer a grande operação.

Seu objetivo, naquele momento, era resgatar os pilotos da força aérea presidencial e colocá-los nos aviões para já ajudarem no combate; isso se eles estiverem em condições de pilotar.

A base Marchel era dividida em dois setores: O primeiro era onde ficavam os prédios do comando e o segundo era o local dos galpões, que guardavam os tanques e aviões, ao lado da pista de decolagem.

Todo o local era protegido por torres, uma cerca eletrizada e um campo minado, no lado de fora.

一 Você acha que a gente consegue entrar? 一 Willgner perguntou.

Christian olhou para trás, onde estavam os soldados que Diego tinha enviado com ele. E apesar de parecerem assustados, todos estavam de prontidão para obedecê-lo.

一 Nós temos que conseguir...

O céu estava estrelado, mas a lua não estava visível a ponto de iluminar aquela madrugada. Os únicos feixes de luz que se podia ver eram os dos refletores, que ficavam nas torres de guarda que protegiam a base Marchel.

一 Não sei porquê.一 Willgner continuou 一 Mas estou com a impressão de que tem alguém nos observando...

一 Não é hora para piada, cara. 一 Christian o olhou nos olhos.

一 Não é uma piada...

De repente surgiu um homem de capuz preto, à frente deles, olhando em direção a base inimiga.

一 É um dos inimigos? 一 Os soldados se perguntavam.

一 Atira nele!

一 Esperem. 一 Christian sussurrou 一 Temos que evitar ao máximo alertar os inimigos.

Em seguida, ele sacou uma faca, caminhou silenciosamente entre os arbustos e, ao se aproximar, colocou a faca no pescoço do misterioso homem de capuz preto.

一 Se fizer um barulho sequer, eu corto sua garganta. 一 Disse o comandante.

一 Olá, Chis. 一 Disse o homem 一 Há quanto tempo...

Depois de reconhecer a familiar voz grossa e rouca que ele não ouvia já fazia um bom tempo, Christian deu dois passos atrás, com os braços e pernas tremendo.

一 Eu não acredito. 一 Disse ele 一 É você, Arthur?

Ao vê-lo retirar o capuz e ficar de frente, o comandante sentia uma sensação de felicidade, medo e surpresa juntas.

一 Mas... Eu vi você morrer.

一 Você viu eu cair da ponte. 一 Sorriu.

一 É você mesmo, Arthur? 一 Willgner os interrompeu 一 Está tão diferente... Na ultima vez que te vi, parecia um mendigo.

一 Este comentário foi desnecessário. 一 Respondeu 一 Mas aconteceu muita coisa desde quando nos separamos.

一 Infelizmente as explicações terão que ficar para depois, pois nosso tempo é bem curto. 一 Christian retomou a palavra 一 Eu sei que você pretendia invadir essa base sozinhos, mas terá que trabalhar com a gente agora, Arthur.

一 Quem disse que eu estou sozinho?

Ele estalou os dedos e, da escuridão da floresta e dos arbustos surgiram soldados vestidos com capas e capuz pretos, a qual deixaram Christian e seus homens completamente surpresos.

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