SOMBRAS DO DESTINO

O Fantasma da floresta

- Então é isso? - D'Lucas estava furioso - Se não cairmos nas mão dos shurenses, o nosso próprio governo vai ferrar com a gente.

Todos formavam um círculo ao redor de Christian enquanto ele dava todas as informações que tinha.

Diego se mantinha calado, mas analisava tudo profundamente em seus pensamentos.

Então é por isso que a Larissa me levou pra fora da cidade no dia do ataque? Ela já sabia de tudo?

Naquele momento tudo pareceu se encaixa, pois se Larissa sabia de tudo, ela claramente não iria deixar Diego morrer. Por isso ela saiu escondida com ele na madrugada do dia do ataque.

E o fato de seus aliados os bombardearem, destruindo toda sua força defensiva e os vilarejos serem atacados por "homens de chapéu vermelho", como disse a criança do Vilarejo Condor; sendo que os homens da guarda pessoal de Crawford, que estavam em Bedrock, usavam uniforme preto com boina vermelha, faziam com que todas as peças se encaixassem, tornando a história de Christian verídica.

Uma atmosfera de dúvida havia tomado conta do lugar, deixando todos com os nervos a flor da pele. Todos exceto Diego, que já tinha entendido tudo.

- Eu conheço alguém na Capital que ainda tem uma grande influência e muitos homens leais que lutarão ao seu lado. - Disse Christian, tomando para si a atenção de Diego - Crawford tomou o pode de uma forma repentina e inesperada, por isso ainda não tem o apoio da maior parte da população. Então, se fizermos uma boa bagunça, as coisas irão esquentar pra ele.

- Se conhece esse cara, então por que veio para Bedrock? - Perguntou D'Lucas.

- Porque eu esperava encontrar milhares de soldados prontos para marchar contra a capital. - Christian respirou fundo - Mas em vez disso encontrei vocês...

- Não os subestime. - Diego tomou a palavra - Podemos ser poucos, mas esses homens que você está vendo são os melhores dos melhores. Eles venceram os shurenses várias vezes usando armas quebradas, paus, pedras e, muitas vezes, as mãos limpas. Essas pessoas são o que Rio Pardo tem de melhor a oferecer.

Imediatamente a atmosfera de dúvida sumiu e todos lançaram olhares de admiração para Diego, que apesar de tudo, se manteve firme.

- Como não temos escolha, - Continuou - Nós iremos para a Capital Metrópolis com você para encontrarmos com esse homem, juntar forças e derrubar Crawford do poder...

- Falando assim até eu fico empolgado. - Disse Rayan.

- É isso aí! - Borges Marreta, Willgner, Harry e D'Lucas concordaram.

- Vamos tentar não morrer... - Christian sorriu.

- Ok. - Diego se levantou - Arrumem suas coisas e vamos partir imediatamente!

- Entendido! - Uníssono.

Vinte minutos depois, todos entraram e marcharam pela densa e escura floresta de carvalhos negros, onde caminharam até a hora em que o sol se pôs. E então pararam para descansar.

A noite estava silenciosa, fria e um nevoeiro estava se formando. Por isso, algumas fogueiras foram acesas para aquecê-los.

Diego se sentou ao redor de uma das fogueiras junto com D'Lucas, Borges, Rayan, Willgner e Christian.

- Tá ficando muito frio, não é... - Borges puxou assunto.

- Ouvi dizer que é normal por aqui. - Willgner respondeu - Dizem até que espíritos perdidos vagam pela escuridão da floresta.

Todos ficaram em silêncio...

- Vão me dizer que estão com medo? - Willgner sorriu.

- Cala a boca. - Diego espondeu.