Sentimentos

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Após atirar em Arthur, Bryan James retornou ao palácio presidencial e se apresentou novamente a Crawford.

- O Diego escapou. - Disse ele - Mas eu consegui matar o Arthur.

Crawford ficou completamente surpreso.

- Como você conseguiu fazer isso?

- Quando vi que ele estava com a guarda baixa atirei no coração. Depois ele caiu no rio - Bryan disse todo orgulhoso - Se por um milagre ele ter sobrevivido ao tiro, a agua gelada do rio fez o resto do trabalho.

- Entendo... Muito bem. - Crawford ainda parecia desconfiado.

- Agora posso ter a mão da sua filha?

- Você terá. Mas só depois que me trouxer a cabeça do Diego.

- Ok. - bufou.

Depois disso, Crawford subiu as escadas, se dirigiu ao quarto de Larissa e entrou de uma vez.

- Por que você estava de conversinha com aquele moleque?

Ela já estava com os olhos inchados de tanto chorar.

- Ele que me procurou.

- Não foi isso que eu perguntei? - Crawford deu um tapa em seu rosto - Você viu ele andando lado a lado com o assassino da sua mãe. Espero que entenda o perigo que isso representa.

Larissa voltou a chorar enquanto cobria com a mão o local em que seu pai havia batido.

- Se você tivesse deixado ele morrer nada disso teria acontecido. - Disse Crawford ao sair do quarto.

*FLASHBACK ON*

CINCO ANOS ANTES

O centro de Bedrock estava preparado para o grande evento da cerimonia de posse do cargo chefe da secretaria de defesa. Crawford havia conquistado o posto mais importante das forças armadas de Rio Pardo.

Era um domingo as nove horas da manhã. Uma multidão de todos os cantos da província havia se reunido e Larissa, é claro, estava na fila da frente ao lado de Diego, esperando o momento de discurso de seu pai.

No grande palanque estavam algumas das maiores autoridades das doze províncias e também a mulher de Crawford, mãe da Larissa que estava sentada ao lado de seu marido.

As nove e meia os olhos azuis da garota ruiva se encheram de brilho ao ver seu pai em pé, discursando na frente daquela multidão que o ouvia e era contagiada por suas palavras.

De repente, um disparo vindo de um lugar desconhecido interrompeu o discurso ao destroçar seu braço direito; em questão de segundos o sangue se espalhou por todo o local, as pessoas começaram a correr e os seguranças se jogaram para protegê-lo.

No meio disso tudo, Larissa estava paralisada com uma expressão de terror e tristeza, pois até então ela havia sido a única a perceber que seu pai não tinha sido a única vítima do atirador.

Logo atrás de Crawford estava sua esposa, totalmente imóvel, com um buraco do tamanho de uma maçã em sua testa. 

Rapidamente os paramédicos chegaram para socorre-la, mas já era tarde.

- Diego, Tira a Larissa daqui. - Gritou Crawford.

Obedecendo-o ele a levou para a sua casa. Lá Larissa finalmente saiu do estado de choque e começou a gritar, expressando todo seu sentimento de dor e sofrimento que ela, uma garota de doze anos sentiu ao ver a mãe morrer na sua frente. 

*FLASHBACK OFF*

Larissa estava deitada em sua cama, ainda chorando por conta dos acontecimentos e das lembranças a qual foi obrigada a reviver.

- Me perdoa, Diego. - Ela sussurrava baixinho - Eu te amo.


Já bem distante da Capital Metrópolis, Diego marchava a frente das quatro mil pessoas que ele comandava, indo rumo a um pântano conhecido como Vale do fim do mundo, por conta de várias cavernas que haviam na região; e por ser um pântano o acesso se tornava extremamente difícil. Aquele era o local perfeito para todas aquelas pessoas se esconderem e esperarem o momento certo para uma nova investida contra as tropas de Crawford.

Foram seis dias de viagem a qual o jovem soldado se manteve em total silêncio, deixando D'Lucas comandar o grupo enquanto ele se ausentava.

Na noite do sexto dia todos já estavam no vale. Por conta do frio e da escuridão, várias fogueira tinham sido acesas e as pessoas comiam e conversavam ao redor delas.

Diego estava sentado olhando fixamente para o fogo enquanto viajava em pensamentos sobre os últimos dias, meses e anos.

Eu não passei de um brinquedo.

- Aí, Diego. - Disse D'Lucas ao se aproximar - Você já teve tempo suficiente para se lamentar. Agora é hora de se reerguer, pois essas pessoas dependem de você. Vamos trabalhar. - O sargento colocou a mão em seu ombro - Eu vou estar com você em todos os momentos.

O jovem soldado ergueu a cabeça e viu todas aquelas pessoas, que mesmo estando em uma situação difícil, ainda sorriam expressando um pouco de esperança que ainda lhes restava. E Diego, se sentiu determinado a dar tudo de si para que aquele sentimento nunca se apagasse.

- Você tem razão. - Disse ele - Vamos nos reorganizar e preparar uma nova investida.

- É assim que se fala.

Diego se levantou, respirou fundo e olhou para o horizonte na direção da capital.

Larissa, um dia eu vou voltar. E quando isso acontecer... Eu te mato.

SOMBRAS DO DESTINOOnde histórias criam vida. Descubra agora