Adeus, Bedrock

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Após cruzar o campo aberto da Avenida do Monte Gordo, os sobreviventes de Bedrock deram uma última olhada na cidade que ficava para trás.

Duzentos e trinta e um. Esse foi o número de pessoas que sobreviveram após as, um pouco mais de, quarenta e oito horas de batalha.

Diego caminhava à frente de todos, carregando uma dor no peito, por ter perdido William, seu amigo cujo sangue ainda manchava suas mãos, e todos os outros que morreram nesses dois dias.

Todos andavam em silêncio olhando para o horizonte, onde pequenas nuvens de fumaça se destacavam em meio ao verde da floresta.

- Parece que os vilarejos também foram atacados. - Disse Jimmy ao se aproximar de Diego.

- Será se tem Shurenses lá? - perguntou Willgner.

- Acho difícil. - Diego respondeu - Caso contrário, eles teriam nos atacado pela retaguarda.

- Tem razão.

- De qualquer forma - continuou - Precisamos ir aos vilarejos procurar remédios para os feridos.

Ambos acenaram com a cabeça como positivo.

Após atravessar o monte gordo, eles saíram da avenida e passaram a caminhar pela floresta, indo em direção ao vilarejo mais próximo.

- O vilarejo a frente se chama Condor. - Dizia D'Lucas enquanto todos caminhavam lentamente - Tem cerca de cento e cinquenta habitantes.

- Quantas pessoas capazes de empunhar armas, nós temos? - Perguntou Diego.

- Quarenta e seis.

- Isso é ruim. - Respirou fundo.

- Já consigo ver o vilarejo! - Gritou Jimmy a frente.

- Entendido. Dividam-se e avancem cautelosamente.

Obedecendo as ordens de Diego os soldados avançaram em meio as arvores que cercavam o Vilarejo Condor.

- Tem um pequeno campo aberto entre as árvores e as casas. - Disse D'Lucas.

- Deixa que eu vou na frente pra verificar. - Borges correu, atravessando o campo aberto antes que qualquer pessoa o impedisse.

- Lá vai o maluco. - Disse Willgner - Se tiver algum inimigo aí, vai ver a careca dele de longe.

- Ele é bem forte - sussurrou Diego para D'Lucas - mas corre muito devagar.

Em poucos segundos Borges marreta atravessou o campo aberto e sumiu entre as casas e assim ficou por cerca de dois minutos, até quando reapareceu chamando todos:

- Vocês tem que ver isso!

Em seguida os outros soldados atravessaram o campo aberto e entraram no vilarejo.

A princípio parecia tudo normal, mas no centro, haviam algumas casa já destruídas por chamas, onde as brasas soltavam seus últimos resquícios de fumaça. Mas entre elas, Vários corpos estavam carbonizados.

Todos se mantiveram em silêncio.

De repente, uma criança saiu dentre as casas caminhando lentamente rumo aos soldados enquanto chorava, tomando toda a atenção para si.

Ao se aproximar, Diego a segurou nos braços e sussurrou no seu ouvido:

- Vai ficar tudo bem, agora.

A criança apoiou o rosto em seu ombro e enxugou as lágrimas.

Era uma menininha loira, de olhos castanhos que aparentava ter mais ou menos seis anos.

- Foram os aviões que fizeram isso? - D'Lucas não perguntou calmamente enquanto se aproximava dos dois.

- Não. - respondeu - Foram os homens de chapéu vermelho.

Todos olharam entre si, sem entender do que ela falava.

- Soltem minha filha! - Gritou uma mulher que saída do mesmo lugar que a menina.

Como resultado, todos os quarenta e seis soldados miraram suas armas nela.

- Abaixem as armas. - Diego ordenou e caminhou em direção a mulher.

Em seguida, outras pessoas apareceram; algumas armadas com garruchas e outras armas improvisadas.

Um homem barbudo de aparentemente sessenta anos tomou a frente deles.

- Quem são vocês? - Perguntou.

- Somos a força de defesa de Bedrock. - Diego respondeu fazendo todas aquelas pessoas se sentirem aliviadas.

- Meu Deus. Que bom que vocês vieram. - continuou - Achei que todos tinham nos abandonado.

Diego permaneceu calado enquanto o homem se virou para seus companheiros e disse:

- Pessoal. Arrumem suas coisas, nós vamos para Bedrock.

- Não vão não. - Jimmy interrompeu - Bedrock caiu. nós somos tudo o que restou da força de defesa.

Imediatamente a sensação de alívio daquelas pessoas passou.

- Nós viemos atrás de remédios para nossos feridos. - D'Lucas falou ao se aproximar do homem.

- Vocês não podem levar nossos remédios. o que nós temos mal dá para os nossos feridos.

- Eu sinto muito - D'Lucas continuou - Nós vamos usar seus remédios e avançar para o norte. Aconselho vocês a virem com a gente, pois logo a Shuri vai chegar aqui. E eles não estão fazendo prisioneiros.

Diego se sentia triste em ver todas aquelas pessoas totalmente desamparadas, sem saberem o que fazer ou seque o que iria acontecer com eles...

Após alguns minutos de negociação, o homem de barba grande, que se chamava Rodrigo, concordou em compartilhar seus suprimentos em troca de as pessoas do vilarejo seguirem viagem com eles rumo a capital. Depois de uma hora de descanso todos seguiram viagem pela floresta.

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