Novos Aliados

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Oito horas depois Diego acordou do coma, em uma maca dentro de uma tenda hospitalar.

- Acordou, bela adormecida. - Soou uma voz familiar.

O jovem soldado olhou para sua esquerda e viu um homem alto e forte, com um rosto bem conhecido.

- Harry, seu desgraçado. - Exclamou rindo.

Harry estava com um curativo em seu braço a qual foi decepado durante a batalha da fábrica de tijolos, porém as queimaduras já apresentavam melhoras.

- Esqueceu de mim foi?

- É claro que não. - Diego respondeu - Desculpa por não ter vindo te ver, as coisas não estão nada fáceis lá fora.

- Imagino. Me disseram que você levou uma bela surra.

As palavras de Harry fizeram Diego retomar o que tinha acontecido horas atrás. Um sentimento de preocupação tomou seu peito e ele apenas imaginou em silêncio:

E se o Arthur tiver certo sobre a Larissa?

Ela mentiu pra mim esse tempo todo?

Algumas lágrimas escorreram por seu rosto, mas para ele era difícil acreditar que sua amada fosse capaz de fazer algo do tipo.

Eu tenho que perguntar isso pra ela pessoalmente!

- Fica bem, Harry. - Disse Diego ao se levantar rapidamente e sair da tenda.

Ao dar o primeiro passo fora ele se deparou com um gigantesco acampamento.

O que aconteceu aqui?

- Finalmente você acordou. - Disse Christian ao se aproximar.

- De onde vieram todas essas pessoas?

- Então... Depois do seu espetáculo com o Arthur, nós subimos a montanha já prevendo um bombardeio vindo da capital, o que estava completamente certo; eles bombardearam a cidade por duas horas! - Christian retomou o fôlego - Quando estávamos subindo a montanha encontramos a entrada de uma mina que estava completamente lacrada, mas depois de ouvir vozes lá dentro nós decidimos abrir com explosivos. Quando olhamos dentro havia mais de três mil civis que estavam presos por se recusarem a lutar ao lado dos boinas vermelhas... Eles foram largados para morrer.

Diego respirou fundo e perguntou:

- Qual o nosso contingente, agora? 

- Ainda estamos contando para ser exato. Mas você, meu amigo, está liderando quase quatro mil pessoas.

- Quero fazer uma reunião urgente com o D'Lucas, Borges e você. Pode chamar os outros pra mim?

- Claro. - Respondeu - Volto em cinco minutos.

Christian se retirou e Diego andou no meio daquelas pessoas. Homens, mulheres, crianças e idosos; todos estavam assustados e sem ter pra onde ir, Mas Diego decidiu dar um pouco de esperança a eles.

Cinco minutos depois os quatro se reuniram na tenda de comando.

Eles ficaram em pé ao redor de uma mesa.

- Do jeito que estamos, somos um alvo gigantesco. - Disse Diego - Eu chamei vocês aqui para resolver-mos isso, já que são os mais qualificados.

- O que você tem em mente? - D'Lucas perguntou.

- Nos dividir-mos em quatro grupos e ficar em locais separados. Dividiremos os soldados, civis e os suprimentos igualmente e manteremos o contato através de um pelotão de mensageiros.

- É uma boa ideia. - Disse Christian - Dessa forma poderemos até fazer um melhor controle dessas pessoas.

- Sim. - Diego continuou - Eu também convoquei os quatro por que serão vocês que irão liderar os grupos.

- Tem certeza disso?

- Vocês são os mais qualificados.

- Agradecemos a confiança! - Disse Borges.

- É isso aí. - D'Lucas exclamou - Conte com a gente.

- Quando tivermos contingente e suprimentos o suficiente, invadiremos a capital.

- Mas nós temos! - Christian exclamou.

Diego olhou para ele e permaneceu em silêncio.

- Se conseguirmos fala com Denis Tholansky poderemos unir forças.

- Verdade. - Você tinha falado nesse cara antes.

- Ele era o segundo no comando da secretaria de defesa, comandava trinta por cento das tropas de Rio Pardo. Boa parte delas continuam leais, pois não aceitaram de jeito nenhum a ditadura imposta pelo Crawford.

- E onde esse Denis Tholansky esta?

- Na capital.

- Suponho que você tenha uma ideia para entrar no centro do território inimigo. - Disse D'Lucas.

- Existe uma passagem que só os membros da foça aérea presidencial conhecem. É uma antiga passagem de esgoto que leva as proximidades do centro.

- Mesmo assim não deixa de ser arriscado. - Borges soltou um longo suspiro.

- Sim. Mas eu e o Arthur temos um plano de irmos sozinhos e no encontrarmos com ele.

- Por que o Arthur? - Diego perguntou.

- Você viu o que ele pode fazer.

- Já que é assim eu também vou junto.

- Eu não acho uma boa ideia, Diego. Você precisa ficar aqui liderando essas pessoas. Deixa que a gente se arrisca.

- Justamente por ser o líder da resistência  que eu tenho que me encontrar com esse Denis Tholansky.

- Mas...

- Nada de mas. Eu estou no comando aqui e está decidido.

Na verdade, a verdadeira intenção de Diego não era se encontrar com o Tholansky, mas sim com a Larissa.

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