Amor

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Não revisado.

[...]

MADARA

   A minha noite não estava sendo muito boa, eu tentei falar com o meu irmão mas ele parecia estar ocupado demais para me escutar chorar durante a noite toda.

  Sinto falta da S/n, eu adoraria ligar e tentar ter uma conversa civilizada mas não sei se ela vai atender, provavelmente não.

— Não sei mais o que fazer para você me perdoar...— Meus olhos pararam em uma foto dela que tinha na capa do último livro que ela lançou, eu li tudo em poucos dias por causa da ansiedade, sei que ela geralmente escreve sobre o que está sentindo, ou pelo menos coisas relacionadas ao gênero— Sinceramente não sei...— Levei as palmas das minhas mãos até meus olhos e as mantive alí por alguns segundos, odeio não conseguir fazer nada por ela....odeio ser desse jeito...— Se eu tivesse ficado lá as coisas poderiam ser diferentes, você não me odiaria tanto...

  Eu fui um imbecil, dei mais atenção a marca do que as palavras dela, eu errei durante todo esse tempo...errei sobre tudo.

— Droga...— Minhas lágrimas escorreram automaticamente, eu não gosto de chorar, me acho ainda mais inútil quando isso acontece, é como se eu não conseguisse mais nada, como se meu problema não houvesse solução e a única saída que eu encontrei foi chorar igual a uma criança— Estou com sono...— Enxuguei minhas lágrimas e me apoiei no balcão da cozinha, eu estava sentado em um banquinho que tinha alí perto.

  Eu estava decidindo se iria pra cama ou não, e quando me levantei pronto para ir pro meu quarto uma batida na porta me interrompe.

  Quem será a essa hora?  
Izuna? Não...ele não viria agora.

— Já vai!— Fechei o livro e caminhei até lá, espero que seja algo muito importante— Oi, eu....— Meus olhos se arregalaram assim que vi o motivo das minhas frustrações, S/n estava bem na minha frente e parecia um pouco bêbada, lábios bem rosados e as bochechas coradas, sem contar o cabelo meio bagunçado, estava muito fofa...— S/n....o que faz aqui?

— Eu vim te ver, e te trazer isso aqui!— Levantou a garrafa de vodka— Vamos beber juntos? Eu já comecei no bar aqui da esquina mas podemos continuar agora— Sorriu pra mim— Vamos lá.... não me deixe beber sozinha— Ela entrou no apartamento e se aproximou de mim, o suficiente para me causar um mini ataque cardíaco, ela parecia tão vulnerável agora...— Você estava chorando?— Seu sorriso sumiu.

— Talvez— Coloquei ela para dentro e fechei a porta— Olha...eu não acho que beber seja uma boa idéia, já fiz isso e continuo frustrado, não vai adiantar nada encher a cara se seu objetivo for se sentir melhor.

— Não é meu objetivo— Me entregou a garrafa— Eu bebi porque queria juntar coragem pra falar com você, me senti envergonhada por causa do que aconteceu antes...— Vi seu rosto ficar um pouco vermelho— Então...na minha cabeça encher a cara era a melhor opção.

— Está se referindo a que?— Me aproximei, estávamos no meio da sala ainda de pé, eu estou ansioso...agora mais do que nunca— Minato?

— Também....e você é importante, muito importante....— Me olhou nos olhos— Desculpe se passei a idéia errada sobre estar insatisfeita ou fazendo pouco caso dos seus sentimentos, é que....eu não quero que me deixe de novo, então pensei que se agisse friamente eu não sentiria nada, mas não funcionou...

  Ela...

— Você gosta de mim ainda?

— Eu achei que a resposta fosse óbvia!— Deu um tapinha no meu braço— Você me conquistou há muito tempo....seu idiota....

  Ver ela bêbada até que é bem engraçado.

— Quando?— Segurei sua mão e dei um sorriso, eu adoraria saber o momento exato em que eu fiz o coração dela palpitar mais alto.

— Quando eu te vi pela primeira vez, eu... já gostei de você alí...mas como era uma cabeça dura não tinha notado, e você estava todo bagunçado, fiquei um pouco incomodada...

  Espera...

  Ela gostou de mim na primeira vez que me viu? Mas foi no elevador, então....foi rápido assim como eu.

— Foi naquele momento que gostou de mim?

— Foi— Entrelaçou seus dedos nos meus— Eu me senti bem, era diferente...como se eu tivesse encontrado minha alma gêmea, eu acreditei por poucos segundos, mas foi o tempo que eu mais me senti viva, eu gostava quando insistia, você era muito fofo comigo e isso deixava o meu dia melhor, eu... acordava torcendo pra encontrar você e ser chamada de bonequinha.... é totalmente brega mas eu gostava.... gostava de verdade Madara...

— Porque não me contou isso antes?...

— Eu não sei....eu tinha você então não achei que fosse necessário, mas agora que eu não tenho pensei que deveria saber, não quero que se sinta inseguro como antigamente, eu sempre gostei de você....sempre e sempre!  Sempre desejei você, depois de te conhecer eu me senti uma pessoa muito mais feliz, eu tive mais inspiração para escrever, pra tentar, sabe? ....eu queria viver para poder viver com você.

— Então vive comigo— Segurei seu rosto com ambas as mãos e beijei o topo de sua cabeça— Viva comigo....eu prometo nunca mais deixar você, estarei sempre ao seu lado independente de qualquer coisa, não importa que não somos almas gêmeas, eu quero mesmo assim, quero ficar com você pro resto da minha vida.

— Você não pode quebrar essa promessa, entendeu?— Sorriu pra mim.

— Eu não vou— Beijei sua bochecha— Eu te amo...amo mais que tudo nesse mundo, me perdoe por esses cinco anos, fui um idiota...

— Você foi— Soltou uma risada— Mas já passou, e eu não quero mais pensar em coisas ruins agora, quero recomeçar com você, não me importo se vou sofrer de novo...mas ainda assim quero tentar, senti sua falta....eu senti muito a sua falta — Vi seus olhos se encherem de lágrimas, isso....— Desculpa...

— Não se desculpe— A puxei para um abraço, eu senti falta disso, de tê-la perto de mim dessa maneira, de abraçar e beija-la sempre que me der vontade, eu vou me esforçar mais a partir de agora, eu...quero ser a melhor pessoa pra ela, estou tendo uma segunda chance e não vou dispersar— Você sempre será a minha bonequinha, ouviu?— Alisei suas costas— Sempre....

  Ela não disse nada, apenas me apertou ainda mais e escondeu o rosto na minha blusa, vê-la envergonhada também é maravilhoso.

— Eu te amo— Ouvi ela resmungar— Eu te amo...seu idiota— Apertou minha camisa com força— Muito mesmo...— A voz dela estava bem baixa.

— Também te amo— Apertei o abraço, não quero solta-la, quero que fique aqui comigo para sempre— E S/n...eu...

  O corpo dela estava mais pesado do que de costume.

— S/n?— Segurei seu rosto, ela estava dormindo....— Ah...meu Deus— Acabei sorrindo sem nem perceber— Está cansada... é melhor te levar pra cama, amanhã é um novo dia— Beijei seus lábios e vi ela sorrir minimamente.

  Eu amo essa garota....

𝐀𝐋𝐌𝐀𝐒 𝐆𝐄̂𝐌𝐄𝐀𝐒 𝐍𝐀̃𝐎 𝐄𝐗𝐈𝐒𝐓𝐄𝐌Onde histórias criam vida. Descubra agora