𝐀𝐋𝐌𝐀𝐒 𝐆𝐄̂𝐌𝐄𝐀𝐒 𝐍𝐀̃𝐎 𝐄𝐗𝐈𝐒𝐓𝐄𝐌

Companhia

Não revisado.

[...]

S/N

Eu não aguento mais....estou cansada.

A reunião durou horas e eu só consegui ir embora depois das onze da noite, pra minha surpresa as ruas da cidade ainda estavam bem cheias.

— Ah...esqueci que hoje era dia de festival— Todos meses um dia é escolhido como "o dia da alma gêmea", basicamente as pessoas que já encontraram sua alma gêmea trocam presentes, e as que não encontraram vão até a ponte pra fazer um pedido, mas você precisa jogar uma moeda no rio pra sua prece ser atendida, eles dizem que só assim os Deuses te levariam a sério.

É um dia de festa mas pra mim é só mais um dia.... não faço nada de especial.

Tirando as comidinhas em promoção, tudo parece ficar mais barato nesse dia então eu aproveito pra fazer algumas compras.

— Talvez eu compre algumas coisas— Parei na porta da empresa e fiquei olhando todas aquelas luzes penduradas, tinham barracas e casais dançado na praça, eu sou a única....que não está ansiosa pra isso acontecer? Digo....eu não vejo graça, não sinto vontade de estar com alguém ou comemorar essa data.

Talvez eu seja estranha...ou como minha mãe diz "você apenas não achou sua alma gêmea ainda".

Eu não sei se vou achar, cobri a marca a muito tempo e não faço idéia de qual seja as iniciais que tenho.

Talvez minha mãe tenha alguma foto que mostre, mas eu não quero saber.

Não quero nada disso...se for pra ter uma relação com alguém eu não quero que seja por causa  dessa marca estúpida.

Nunca gostei dela e nunca vou gostar.

— Minha barriga dói— Reclamei, os salgadinhos daquele andar eram meio estranhos, acho que fiquei enjoada— Eu vou....

— Bonequinhaaaa!— Ouvi alguém gritando atrás de mim— Espera aí!

Esse cara....qual é o problema dele?

— O que você quer?— Me virei pra ele— Está tarde, é hora de ir pra casa— Como ele pode estar tão animado? Eu estou quase caindo no chão de tanto sono.

— É dia de festa! Não quer dar uma volta no festival comigo? Podemos nos conhecer melhor— Sorriu.

Ele é idiota?

— E porque eu iria querer te conhecer melhor?— Perguntei enquanto cruzava os braços— Desde o primeiro dia que te vi te achei um tapado, não estou afim de ser amiga de alguém como você.

— Uou.... você é bravinha, já disse que tenho fetiche por maus tratos?— Passou a língua pelos lábios, isso me causou um certo incômodo....eu não gosto de ficar perto dele, não sei explicar a sensação mas é como impotência, me sinto fraca e menor...

É como se ele me apagasse, como...se minha existência não fosse nada perto da dele.

— Já, e por isso é um babaca— Lhe dei as costas e saí da empresa, dei apenas alguns passos mas parei quando senti que ele estava me seguindo, fala sério....— Poderia parar? Segue seu caminho, não fique perto de mim.

— Mas eu te achei interessante— Ficou do meu lado— Vamos lá bonequinha.... vamos dar uma volta no festival, se eu for uma péssima companhia prometo que não te incomodo mais.

Esse é o único jeito dele sair do meu pé?

— Promete?

— Prometo!