Capítulo 38 - Nem sempre anjos tem asas ou auréolas

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- ... Ele disse tudo isso sobre mim para você? - Perguntei cabisbaixa e me sentando na cama.

Hinami: - Sim...

- Ele disse mais alguma coisa?

Fiquei mais séria e senti estar em uma corda bamba, de um lado da corda está o desespero e a vontade de largar tudo e do outro está algo que me diz para ser forte.

Hinami: - Em relação aos negócios dele.

- Tem alguma relação a mim? - Perguntei ainda sem a encarar nos olhos.

Hinami: - Sim.

- Me diga.

Hinami: - Não sei se é adequado agora.

- Eu sei quando é adequado mãe, me diz.

Hinami: - Não é um bom momento.

- Eu vou ter que assumir os negócios dele porque a Mikoto é irresponsável demais pra realizar esse feito, não é isso?

Hinami: - Quando seu pai não estiver mais entre nós, conversaremos sobre isso, agora não é um bom momento. - Ela foi até a porta do meu quarto - Vou pedir para um dos empregados trazerem uma água com açúcar para você se acalmar.

- Não precisa. Vou sair agora.

Hinami: - Não faça besteira e volte antes das dez da noite. - Após dizer isso, saiu do quarto.

Me levantei da cama, peguei uma roupa de frio e, me vesti e saí do quarto. Quando cheguei na sala, vi a Mikoto chorando, deve ser pelo nosso pai, provavelmente.

Mikoto: - S/n... o papai ele... - Falou aos prantos.

- Eu sei. - Prendi o choro para não desabar ali com ela e saí as pressas de casa.

Peguei um táxi e fui para o único lugar que eu vou quando me sinto perdida como estou agora, é uma praça em Tóquio em que meu irmão me levava quando era vivo.

Quando cheguei lá, não há ninguém além de mim, o lago, os bancos, um balanço de duas pessoas e as árvores.

Me sentei perto do lago e me vi ali quando tinha nove ou dez anos e meu irmão tinha quinze-dezesseis anos, por aí.

Memórias

Asuna: - Você gosta daqui? - Ele perguntou enquanto me empurra no balanço.

- Sim! - Respondi animada.

Asuna: - Sabia que aqui tem um lago dos desejos?

- Essas coisas não existem. - Virei o rosto pra ele e o mesmo riu.

Asuna: - Existem sim, quem te disse isso?

- A Mikoto e a mamãe.

Asuna: - É por que elas nunca foram em um. - Ele segurou o balanço para que ele parasse - Quer ir lá para ver?

- Sim!

Saímos do balanço e fomos até lá, ele pegou uma moeda no bolso e deu para mim e logo depois pegou uma para si. Jogamos-as no lago e fizemos o pedido.

Asuna: - O que você pediu?

- Que você esteja sempre aqui... - Falei constrangida e ele ficou com as bochechas rosadas. - O que você pediu irmão?

Asuna: - Que... você seja feliz. - Ele sorriu - Mesmo eu não estando aqui.

Mas nunca pensei que ele iria morrer no outro dia.

- Asuna, você vai estar comigo não vai?

Asuna: - Bem aqui. - Ele apontou pro meu peito - Posso morar aí dentro do seu coração?

Imagine Akashi Seijuro - Metades IncompletasOnde histórias criam vida. Descubra agora