Capítulo 24

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Giovanni.

Isa tirou a Maria Alice do meu quarto, elas estão conversando, a Maria Alice não falou nada comigo sobre o assunto da máfia, mas ela parece está bem cautelosa ao meu lado, acho que é pelo fato de eu está fudido. Eu vou aproveitar esse jeito dela porque depois eu sei que ela vai voltar a ser aquele monstrinho de sempre.

Isa entra no quarto e parece está triste, isso me preocupa porque se a Maria Alice não aceitou ela, não vai me aceitar nunca. Ela se senta na cama e fica me olhando. A enfermeira entra no quarto e Isa e eu olhamos para ela.

— Seu jantar. — Ela fala botando a bandeja na mesinha, ela se senta ao meu lado e me ajuda a "sentar" para comer.

Começo a comer sozinho, fico em silêncio pensando no que rolou entre a Isa e a Maria Alice.

— Oi, eu vim avisar que já estou indo. — Maria Alice fala da porta.

Na mesma hora eu solto o colher e acabo sujando tudo de sopa.

— Meu Deus, você está bem? Se queimou? — Ela pergunta entrando no quarto.

— Porque não deixo eu te ajudar a comer? — A enfermeira pergunta, ela pega um pano e começa a me limpar.

— Me ajuda a comer? — Pergunto para a Maria Alice mas quem responde é a enfermeira.

— Claro que eu ajudo.

— Ele não perguntou a vocês. — Maria Alice e Isa falam juntas.

— Eu ajudo. — Ela fala e deixa a sua bolsa no chão.

A enfermeira não sai do meu lado e eu já estou começando a me irritar com ela.

Maria Alice olha para a mulher séria e a mesma sai do meu lado, Maria Alice se senta no lugar dela e começa a me dá a comida.

— Você se sujou todo. — Ela fala e abre um sorriso lindo.

Ela pega o pano e abaixa um pouco o lençol, ela começa a passar o pano no meu peito e eu prendo a respiração.

— Vai ter que tomar banho. — Ela fala e leva a comida até minha boca mais uma vez.

— Giovanni, depois eu volto para te ver. — Isa fala e sai do quarto.

Olho para Maria Alice e ela faz uma carinha triste que me faz se sentir mal, não gosto de ver ela assim, mas desde quando?

— Brigaram de novo?

— Eu só não gosto de mentiras.

— Tenta entender ela.

— Não quero falar sobre isso.

— Nem comigo? — Minhas mãos começam a soar.

— Giovanni, não me importo com a vida que vocês levam, isso não me assusta, o problema foi que somos amigas há anos, e ela nunca me falou sobre isso.

— Você não se importa? — Pergunto surpreso, muito surpreso.

— Eu já te falei que cresci em uma favela, quando você cresce vendo homens armados, vendo pessoas mortas pelos cantos e becos, tendo que ficar abaixado por horas para não ganhar um bala perdida, você passa a se assustar menos com certas coisas. — Ela dá de ombros e eu fico tentando imaginar a infância dela, deve ter sido difícil.

— Não vai se afastar da gente?

— Olha, até a minha raiva da sua prima passar, eu irei sumir um pouco, mas não para sempre, eu gosto da sua família, e amo a Isabella, ela vacilou, mas somos humanos...

— E de mim, você gosta de mim?

— Giovanni, eu não desgosto mais de você.

— Isso já é um começo. — Falo com um sorriso.

— Terminou. — Ela fala olhando para o prato.

Como a porra do capeta a enfermeira entra no quarto com a minha mãe.

— Recebi reclamaçoes. — Minha mãe fala.

— Como assim? — Pergunto confuso.

— Você não quer ajuda para comer?

— Não quero a ajuda dela. — Falo apontando para a enfermeira.

— Porque não?

— Além dela ficar se jogando em cima de mim, eu não gosto de como ela trata as pessoas. — Falo fazendo cara de criança. Minha mãe sempre cai nessa.

— Irei chamar a outra enfermeira. — Minha mãe fala e eu quase grito.

— Não. — Ela me olha com as sobrancelhas para o alto. — A Maria Alice pode me ajudar.

Olho para a Maria Alice que me olha com os olhos arregalados e com uma cara confusa.

— Giovanni, eu não enfermeira. — Ela fala bem baixinho e depois abre um sorriso sem graça.

— Mas você pode me ajudar com a comida e também com outras coisas, eu não me sinto bem com pessoas desconhecidas me ajudando. — Eu mereço um Oscar.

— Maria Alice, você pode fazer isso? — Minha mãe pergunta.

— É, sim, eu acho.

— Ótimo. — Minha mãe fala e sai do quarto.

— Você precisa tomar banho. — A enfermeira fala com a maior cara de cú que eu já vi.

Maria Alice se levanta e bota as coisas em cima da mesinha. A enfermeira começa a puxar o lençol de cima de mim e agora estou apenas de cueca na cama.

A mulher fica me olhando por um tempo e eu nunca achei que me sentiria mal com uma mulher me olhando desse jeito.

— Tá, sai. — Maria Alice fala e eu olho pra ela. — Você está aqui para trabalhar, não para ficar olhando para ele como se fosse um pedaço de carne. Some desse quarto e não volta mais aqui. — Ela fala e eu começo a rir em silencio. — SAI!

A mulher ia falar algumas coisa mas a Maria Alice empurrou ela para fora.

— Isso tudo foi ciúmes? — Pergunto.

— Se começar com as suas gracinhas eu vou embora.

Calo a minha boca e deixo ela fazer o que quiser. 

Amor Perigoso.  [2° livro da saga Mafiosi Perfetti.]Onde histórias criam vida. Descubra agora