Capítulo 72

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Giovanni.

Acordo com Maria Alice em cima de mim, essa mulher é louca até dormindo, mas já me acostumei com esse jeito dela. Meu telefone toca e vejo que é o Lorenzo.

— Diz...

Volta para casa que horas?

— Já está com saudades de mim?

Não, eu quero a ajuda da Maria Alice.

— Obrigado irmão, você é um irmão.

Para de graça e diz logo.

— Acabei de acordar, irei levantar, tomar um banho e ir.

Ok. — O safado desliga na minha cara. Idiota.

Olho para ela ainda dormindo e abro um sorriso, ela é minha. Beijo todo o seu rosto e ela vai acordando. Ela abre os olhos e fica me olhando fixamente por um tempo.

— Bom dia, minha deusa da loucura.

— Bom dia, meu mafioso gostosão.

Começo a rir. Me levanto e pego ela, vou em direção ao banheiro e boto ela sentada no vaso. Boto a banheira para encher.

— Alguém ligou? Como será que o Pietro está? — Olho e vejo ela toda preocupada com ele e abro um sorriso.

— Ele está bem, minha deusa.

— Será?

— Maria Alice, se acalme.

— Ta, eu devo estar parecendo aquelas mães doidas... Mas é porque eu já me acostumei a ver ele antes de ir dormir e quando acordo.

— Amor, você já é doida, só faltava ser mãe. — Paro na frente dela e puxo seus braços para abraçar a minha cintura. — Ele está bem. Afinal está com minha mãe, ela criou quatro filhos, acho que dá conta dele.

— Você tem razão... — Ela se levanta e vai até a banheira que está pela metade. Ela entra e me chama. Entro e ficamos agarrados.

— Lorenzo já ligou perguntando quando iremos voltar, ele quer sua ajuda e com certeza tem a ver com a Kalliope.

— E eu irei ajudar, segundo seus irmãos, se não fosse ela e os amigos eu iria morrer.

— Sim, não sei como eles conseguiram chegar até vocês, mas eu agradeço aos céus por isso.

— Pelo o que fiquei sabendo por seu irmãos, ela é filha de um falecido matador de aluguel, o melhor do mundo e julgando pela habilidade com a tecnologia, ela é bem treinada.

— Ou seja, perfeita para o Lorenzo.

— Como pode aquela mulher que parece uma boneca ser tão perfeita?

— Eu não sei, só sei que ela deve ser fodona e o Lorenzo está bem enrolado.

— Não tá nada, ela gosta dele.

— E como sabe?

— Sério que você não sabe? — Ela se vira para mim.. — Giovanni, a mulher literalmente se meteu no meio de brigas de máfias, ela não sabia que eu tinha tomado um tiro, ou sabia, o fato é que se ela estava lá, perto da gente, é porque ela deve ter pensado que havia acontecido algo com ele. Não acredito que ela iria lá por mim, ou por qualquer outra pessoa a não ser ele. Sem contar que quando o Lorenzo passou um dia sem procurar por ela, ela entrou em contato. Como eu disse, ela sabe que ele procura por ela, ela vai aparecer para ele quando ela quiser.

— Você é bem inteligente.

— Não, eu só estou sendo óbvia.

— O que será que ele vai te pedir?

— Eu não sei, mas eu irei fazer.

Continuamos conversando e depois de terminarmos o nosso banho nos vestimos e vamos para casa. Eu não disse nada, mas estou morrendo de saudades do Pietro. Percebi que com os bebês, a cada semana que passa é uma coisa nova e isso deixa todos bem bobos lá em casa. Meu pai que tinha uma relutância maior ao Pietro hoje em dia não fica longe.

A real é que hoje eu entendo o receio dele e do Francesco, eles não estão errados, mas eu, e até eles, não pensam muito nisso quando olhamos para o Pietro. Ele é tão pequeno e precioso... Não vejo a hora de ver ele e o filho do meu irmão correndo pela casa e bagunçando tudo, eles vão deixar a minha mãe louca, mas quem liga?

Eu quero receber bilhetes da escola dizendo que meu filho bateu em alguém, quero ver ele confuso e irritado por estar gostando de alguém, imagina ele com ciúmes? Eu vou levar ele pra tomar a sua primeira cerveja, escondido, é claro. Se a Maria Alice souber disso eu acho que ela me mata.

Eu irei treinar o meu filho para assumir o que é dele por direito, se for isso que ele desejar. Eu irei criá-lo para amar sua família acima de tudo e sei que isso será o suficiente para ele ver que minha intenção nunca foi destruir a sua vida. Eu tenho fé que ele irá me entender e não vai sentir nada além de amor por mim. Mas se isso não acontecer, tudo bem, eu escolhi correr esse risco. 

 Abro a porta de casa e vejo minha mãe com ele nos braços se balançando de um lado para o outro, ela está cantando para ele a música que cantava para nós quando éramos crianças. Chego perto dele e abraço a minha mãe fazendo um sanduíche e o Pietro é o recheio. Começo a cantar junto com ela.

— Datemi un martello, che cosa ne vuoi fare? Lo voglio dare in testa, a chi non mi va, sì, sì, sì... — Olho para a Maria Alice e vejo ela filmando nós dois.

— Essa música é meio agressiva, não acham? — Ela pergunta com um sorriso.

— As crianças gostam. — Minha mãe responde.

— Ai meu filho, você é induzido a violência desde bebê... — Maria Alice fala parando ao nosso lado, ela passa a mão pela cabeça dela e beija. — Estava com saudade.

Ela pega ele e eu fico babando nos dois.

— Mais babão que o Giovanni só ele duas vezes. — Bianca fala se sentando no sofá.

— Oi, barriguda, como você está? — Me sento ao seu lado e passo as mãos na sua barriga.

— Por incrível que pareça eu estou bem. Eu nem quis matar seu irmão hoje.

— Mas se mudar de ideia fala que eu te ajudo nisso.

— Ei, ninguém vai matar filho meu. — Minha mãe fala e dá um tapa na minha cabeça. 

Amor Perigoso.  [2° livro da saga Mafiosi Perfetti.]Onde histórias criam vida. Descubra agora