Amor Perigoso. [2° livro da saga Mafiosi Perfetti.]

Capítulo 53

Giovanni.

Quando saímos da sala tentamos fazer a melhor cara de paisagem, mas acho que isso não colou, Bianca está olhando nós três como se estivesse lendo a nossa alma, Lorenzo foi atrás do meu irmão que está na sede. Estamos sentados na mesa e meus pais já sairam, isso está meio assustador, porque Bianca não fala nada, mas olha para Pedro, Ryan e eu como se fosse arrancar o conteúdo da nossa conversa por tortura.

— Giovanni, vamos lá em cima comigo? — Isso minha doidinha, me salva.

— Claro, vamos sim, minha louca linda.

— Ei, não chama ela assim não, seu retardado. — Ryan fala e eu ignoro ele.

— Ele pode, ele fala de um jeito tão fofo. — Maria Alice fala com um sorriso.

— Você é realmente doida. — Ryan fala olhando para ela como se ela estivesse falado um absurdo.

— Ei, não fala assim com ela. — Falo e ele começa a rir.

Me levanto assim que Maria Alice se levanta e saímos da mesa, começo a andar rápido para não ser chamado por Bianca, quando entro em casa eu suspiro de alívio.

— Nunca mais eu salvo a sua pele.

— Que? Como... Obrigado.

— Olha, isso vai bastar por agora, mas se ela não se resolver com eles ela vai até você depois.

— É complicado, eu não posso falar nada.

— Então para o seu bem, tomare que eles falem.

Subimos as escadas e logo entramos no meu quarto. Hoje é sábado e não temos nada para fazer, ela não tem trabalho e eu não tenho literalmente nada. Me jogo na cama e vejo ela olhando para os lados, ela me olha e sobe na cama também.

— Como pode você ser rico e num sábado desse não ter nada para fazer? — Da onde ela tira essas coisas?

— É, antes, nos fim de semanas, meus irmãos e eu saiamos e curtiamos tudo o que você possa imaginar, menos drogas e sexo sem camisinha, hoje o Francesco é casado, eu tenho você e Lorenzo... Bom, Lorenzo é o Lorenzo, ele só ia porque nós ia, ele era meio que o nosso freio.

— Giovanni, porque o seu irmão é tão diferente de você e do Francesco?

— Olha minha deusa da loucura, Lorenzo, assim como Francesco e eu, passou por um treinamento, ainda na adolescência, bem pesado. Diferente de Francesco e eu, ele não superou aqueles gritos, as mentiras e muito menos as ilusões causadas por uma droga fortíssima. O nosso porto seguro é e sempre foi a nossa família, nossos pais nos criou dizendo que a família é a base de tudo, nos ensinou que pai, mãe, irmãos, tios, primos e se já lá o que for que tenha o nosso sangue, é a nossa prioridade e nesse treinamento, a nossa família, o nosso sangue, era arrancado de nós facilmente. O treinamento foi tanto físico quanto psicológico, o Francesco por ser o mais velho, teve um treinamento pior porque ele assumiria a máfia um dia, mas ele soube tranca as memórias assim como eu, eu as uso quando preciso, já o Lorenzo, usa elas todos os dias e ele faz isso porque não consegue bloqueá-las.

— Giovanni, isso é sério, isso é um trauma. — Ela fala preocupada.

— Sim, nós sabemos disso, sabemos que é sério, por isso meus pais levaram ele para terapia por anos, mas não adiantou, ele nunca mais voltou a ser o mesmo. O Lorenzo de antes também era sério, ele também não ria facilmente, e nem curtia como Francesco e eu, mas ele era mais leve, sabe?

— Você sente falta do antigo Lorenzo?

— Sim e não. Eu sinto falta da leveza dele, mas antes do treinamento o Lorenzo era um pouco isolado, ele não convivia muito com a gente, ele apenas fazia as refeições com todos, mas o dia a dia dele era sempre fazendo algo sozinho, depois do treinamento ele já passou a participar de tudo com a gente, ficou mais parceiro, tudo bem que ele fazia tudo junto porque queria ter certeza da nossa segurança, mas com o tempo eu fui vendo que ele gostava de estar ali junto com a gente.

— Você está dizendo que o treinamento juntou vocês?

— Sim, com toda certeza.

— Você não acha que o seu irmão está deixando o "lado humano" dele de lado?

— Lorenzo é a pessoa mais humana que eu conheço, de verdade, ele se preocupa com quem ama e até mesmo com quem não ama, ele só é justo. Se uma pessoa não merecer misericórdia, ele não dá. E é aí que entra o ponto de vista das pessoas, vendo apenas esse lado dele, as pessoas pensam que ele é cruel.

— Ele está mesmo apaixonado por aquela mulher?

— Com certeza sim. Ninguém, ninguém nessa vida foi capaz de chamar a atenção do Lorenzo além da Bianca, mas a Bianca chamou a atenção dele de uma forma diferente, ele se viu amando ela como amiga, como família, essa mulher, que ele viu apenas uma vez e nem trocou um "oi" com ela, chamou a atenção dele de várias formas. Ele se apaixonou por ela com apenas um olhar. E isso me faz acreditar ainda mais nessa paixão, porque eu sei que se ele tivesse conversado com ela ou algo do tipo, ele não se apaixonaria, o Lorenzo conhece as pessoas pela linguagem corporal e até mesmo pelo olhar, se eles tivessem conversado, ela seria só mais uma na lista de investigações dele. Afinal, já sabemos que ela não é uma pessoa qualquer.

— Não é mesmo, aquela safada é um gênio, ela conseguiu fazer o meu vírus se voltar contra mim mesmo, tudo bem que eu não o bloqueei, mas mesmo assim, ela pensou muito rápido, isso é coisa de quem mexe com isso.

— Essa mulher é uma incógnita que está dando muito trabalho para o meu irmão. — Falo rindo.

—Bom, trabalho ela não está dando não, eu facilitei muito o trabalho dele. — Olho para ela sem entender. — O computador que ele sempre está perto, é o novo dele, eu botei todos os programas que ele pode usar para achar ela, não acredito que ele vá achar ela assim e eu disse isso a ele, mas uma coisa é certa, ela sabe que ele está a procurando, então sabe o quanto ele está interessado nela. Ela vai aparecer quando sentir vontade.

— Quando foi que você e meu irmão falaram sobre isso?

— Ué, foi quando ele me procurou.

— Inacreditável.

Me viro e abraço o corpo dela, ela se encaixa em mim e ficamos um agarrado no outro. É tão bom ficar assim com ela, o cheiro dela é bom, o corpo dela é uma delícia, os carinhos dela no meu cabelo é gostoso e eu estou fodidamente apaixonado.