Capítulo 47

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Giovanni.

Isso aqui está uma loucura, todos estão babando no Valentim, meus pais estão loucos pelo bebê e isso é engraçado porque a Mãe da Bianca não está gostando muito, está com ciúmes do neto. Mas o meu pai e minha mãe estão realmente felizes e emocionados com o bebê, segundo eles, esse é o neto do grande amigo deles e isso emocionou os dois. Valentim foi realmente um grande amigo do meu pai, um dos poucos.

Na vida que levamos aprendemos que nem todos são nossos amigos, por isso dentro da nossa casa só entra quem confiamos. Valentim foi um dos poucos que meu pai botou dentro da nossa casa, fora ele só o Zyan e um tal de Felix entrou aqui. Zyan sempre foi amigo e braço direito do meu pai, quando ele resolveu se aposentar, depois que Francesco assumiu a máfia, todos ficaram meio chocados e receosos, porque todos contavam que ele iria continuar na máfia, sendo o braço direito do Francesco. Bom, isso não aconteceu, na verdade ele ainda ficou um tempo na máfia depois que o Francesco assumiu, mas foi porque o Francesco pediu. Hoje o safado do Zyan está vivendo uma lua de mel infinita em Maldivas.

Enquanto segurava o bebê mais cedo mamãe contava que os três eram chamados de três mosqueteiros porque não se desgrudavam e faziam tudo juntos, depois chegou o Felix e aí piorou. O assunto na mesa continua o mesmo.

— Vocês poderiam mostrar uma foto do Felix? — Bianca pede.

— Eu até posso, mas o seu pai está nela. — Meu pai responde e ela abre um sorriso.

— Tudo bem.

Meu pai puxa o seu telefone e mexe por um tempo, depois ele entrega o telefone a Bianca e ela estreita os olhos.

— Ele estava no funeral do meu pai. — Ela fala e o Yuri pega o telefone da mão dela.

— Todos nós fomos, meu anjo. — Meu pai fala.

— Não lembro de ter visto vocês. — Thomas fala.

— Não podíamos ficar expostos, o funeral do seu pai não foi padrão como o de qualquer mafioso, por vocês não saberem sobre a vida dele, ele não pode ter um funeral fechado e livre para pessoas como nós nos reunirmos.

— Não sabia disso. — Bianca fala. — Onde está o Felix?

— Felix está morando não tão longe da sede, não está mais ativo, mas aquele velho não perde aquela pose de matador de 1000 anos antes de Cristo. — Lorenzo fala. Heitor começa a rir olhando a foto e todos olham para ele.

— Então esse velhote era amigo do papai.

— Conhece ele? — Thomas pergunta.

— Sim, uma vez quando eu fui deixar a Isa na sede, ele estava passando por lá, eu estranhei porque ninguém anda a pé por ali, Isa me falou que ali só passa mesmo as pessoas ligada à máfia, mas quando eu vi ele de chinelo, bermuda com estampa de abacaxi, uma blusa de botões branca e um chapéu na cabeça, eu realmente pensei que ele poderia está perdido, ou sei lá. Fui até ele e expliquei a ele que não poderia ficar por ali... — Antes do Heitor concluir o meu pai começa a ri.

— Você fez a pior coisa, garoto.

— Porque? — Bianca pergunta.

— Porque esse velho maluco puxou uma arma e começou a falar um monte de coisa, ele literalmente disse que eu era um merdinha e bla bla bla. — Meu pai, Francesco e eu começamos a rir alto. Isso é bem a cara do Felix.

— Isso é bem a cara dele. — Francesco fala.

— Porque ele anda vestido daquele jeito? — Heitor pergunta.

— Aquele velho é maluco, ele sempre disse que quando ficasse velho iria se vestir de qualquer jeito e iria morar em uma casa perto de uma escola só para aterrorizar adolescentes metidos.

— Eu em, doidinho. — Yuri fala.

— Sim, ele é doido, mas é um dos caras mais puros e leal que já tive o prazer de conhecer. — Meu pai fala.

— Ele disse "Alguém tinha que puxa o lado intrometido do V.R", na hora eu nem liguei achando que ele era maluco porque ele falou coisa com coisa, mas agora acho que ele estava se referindo ao meu pai, certo?

— Diferente de mim, Felix sempre foi muito paranoico, depois do funeral do Ricco, ele meio que se empenhou em saber sobre vocês, eu nunca quis saber porque eu realmente quis respeitar o desejo do Ricco de manter a família dele distante desse mundo. Por isso fui ao funeral apenas no final, e de onde ficamos não víamos ninguém.

— Então ele sabe sobre nós? — Bianca pergunta.

— Provavelmente, vai saber, aquele homem é maluco, ele nunca fala nada claramente e tem uma mania irritante de soltar coisas como se fosse enigmas, ele diz que não pode dizer tudo, que temos que descobrir as coisas na hora certa e que não é o papel dele interferir nos planos do destino.

— Parece aqueles magos de filmes que sabem de tudo mas não fala nada. — Yuri fala rindo.

— Feliz é inteligente, ele sabe até onde ir e tem paciência para esperar o momento certo das coisas. Eu gosto muito dele, por isso vou sempre que posso visitá-lo. — Lorenzo fala e meus pais olham para ele.

— Você vai? — Minha mãe pergunta.

— Aquele safado nunca deixa eu ir visitá-lo, sempre diz: "Quando eu quiser olhar para a sua cara de rato velho eu irei até você", velho insuportável. — Meu pai reclama e eu me controlo para não rir.

— Eu nunca dei muita opção para ele, mesmo com uma arma apontada para a minha cabeça eu entrava e me sentava ao lado dele na cadeira de velho dele, depois ele foi se acostumando e nem reclamava mais, agora até implicamos com as crianças juntos, ele se diverte com isso. — Lorenzo fala dando de ombros.

— Eu posso ir junto na próxima vez? — Francesco pergunta.

— Não.

— Lorenzo, não seja assim.

— Não, Francesco, que saco, você é um pé no saco!

— Volta aqui, Lorenzo, eu vou junto com você sim. — Francesco fala indo atrás do Lorenzo que saiu andando em direção da sala da casa da mãe da Bianca.

— Porque não se ofereceu para ir ver o Felix também? — Minha mãe pergunta eu tento disfarçar.

A verdade é que eu tenho medo do Felix desde quando ele me tirou de dentro de uma boate me puxando pelas roupas e minutos depois que começou um tiroteio dentro da boate. Esse cara é meio estranho, eu ainda acho que ele é metido com macumba ou algo do tipo, eu quero é distância.

— Nada não.

— Oi pessoas feias. — Antonella chega com o bebê no colo e todos vão em cima dela.

— Epa!, podem parando ai. — A mãe da Bianca entra em nossa frente. — Nada de encostarem no meu neto com essas mãos sujas de vocês.

— Mulher, minhas mãos não estão sujas. — Martino fala.

— Ah, seu velho resmungão, vá lavar as mãos.

E pronto, já vai começar mais uma briga entre os velhotes. Saio de fininho e vou em direção a sala, vejo meus irmãos sentados no sofá conversando. Passo pelos dois e sai de casa, pego o meu telefone e mando mensagem para a Maria Alice. Depois que conversamos a dois dias atrás e ela me falou sobre a infância dela, ela está bem mais aberta comigo, Isa disse que ela só contou sobre isso para ela e a Julia. Eu estou feliz por ela ter confiado em mim, eu quero que isso seja constante porque foi algo muito bom para mim saber que passo essa confiança para ela. 

Amor Perigoso.  [2° livro da saga Mafiosi Perfetti.]Onde histórias criam vida. Descubra agora