Lorenzo.
Ando de um lado para o outro na sala de espera do hospital. São oito horas e alguns minutos da Rússia para a Itália e já fazem nove horas e nada do Giovanni e do Pedro, Ryan já está em ponto de ter um filho de tão preocupado, por mais que sabemos que tudo ocorreu bem lá. Maria Alice ainda está lá para dentro e eu não tive mais notícias dela e isso me deixa ainda mais nervoso.
— Mas que porra, alguém por favor pode me dar notícias da minha amiga nessa porra? — Isa grita e eu não irei impedir ela, já fazem horas que a Maria Alice foi transferida e nada de notícias dela.
— Maria Alice? — Uma mulher entra pela porta do hospital e chama a atenção dela.
— Tia Fabi, por favor, entre lá e veja como está a Maria Alice. — Isa fala em desespero.
— O que houve com a minha afilhada, Isabella? — Vejo a mulher correr para dentro do hospital e agora pelo menos sabemos que vamos ter notícias da Maria Alice.
A porta de entrada se abre outra vez e por ela passa Pedro e meu irmão. Sou tomado por um alívio ao ver que eles estão bem, mas estranho quando vejo algo pequeno nos braços de Giovanni, quando ele chega mais perto eu vejo que não é algo, é alguém. Olho para a criança em seus braços e logo volto o meu olhar para ele, estou completamente confuso.
— Como ela está?
— Estamos esperando notícias. — Vejo Isa se aproximando, ela olha a criança...
— Giovanni, de quem é esse bebê? — Isa pergunta.
— Chame todos aqui, todos mesmo, eu não quero que falte um se que.
Pego o telefone e ligo para Francesco, aviso que Giovanni chegou e pediu para todos estar no hospital. Vejo Ryan saindo do banheiro e quando ele ver o Pedro e o Giovanni, ele corre na nossa direção, ele abraça o Pedro e eu fico olhando os dois meio aéreo. Minha ficha ainda não caiu, esses dois estão juntos mesmo.
Depois de um tempo minha família entra no hospital e minha mãe é a primeira a chegar no Giovanni, ela ia abraçar ele mas nota o bebê, assim como todos ela está confusa.
— Por que você tem um bebê nos braços?
Giovanni respira fundo e olha a criança, ele se ajeita na cadeira e olha pra gente que estamos esperando uma resposta. Ele começa a contar que a criança é filha da irmã dos Ivanovas que morreu no parto, disse que ela foi escondida mas que quando ele matou todos o bebê se assustou com os barulhos e começou a chorar, um dos nossos homens pegou o bebê e Giovanni não teve coragem de fazer mal a criança por ser bem pequena. Todos nós estamos escutando com atenção a história.
— Vocês podem não concordar comigo, mas eu não vou fazer mal a ele, ele é só um bebê... Eu mesmo vou criá-lo, eu irei fazer dele um homem decente assim como vocês fizeram comigo e meus irmãos, ele vai assumir a máfia que é dele por direito, mas da forma correta. — Ele fala olhando para meus pais. — Eu no momento só preciso que vocês não me recrimine por isso.
Ninguém diz uma só palavra. Eu não sei o que o Giovanni pensa sobre mim, mas eu no lugar dele faria o mesmo, é só um bebê...
— O que você acha que falaríamos sobre isso? — Francesco pergunta sério.
— Eu não sei, não estou pensando corretamente, não consigo parar de pensar na Maria Alice e agora nesse bebê, eu posso está cometendo um erro e morrer pelas mãos dele quando ele crescer e saber da história toda, mas eu não quero deixá-lo.
— Ninguém vai tocar nessa criança, Giovanni. — Bianca fala e eu abro um sorriso por ela se impor. A opinião dela e do Francesco sobre essa criança são as que mais pesam aqui.
— Tem alguém contra essa criança ficar na nossa família? — Isa pergunta.
Minha mãe é a primeira a se sentar ao lado de Giovanni demonstrando o seu apoio, logo Ryan e Pedro ficam ao lado deles também, eu também fico, Isa faz o mesmo, Aurora se senta no colo da minha mãe para ver melhor o bebê. Meu pai e Francesco são os únicos que não se juntam a nós, eles ficam parados olhando todos nós.
— Nunca faria mal a ele, mas ele pode ter outro destino. — Francesco fala.
— É o que eu quero. — Giovanni fala.
— Estaremos botando dentro de casa um deles. — Meu pai fala.
— Eu não concordo com isso. — Francesco fala.
— Mas eu sim. — Bianca fala.
— Bianca, isso é sério.
— Você acha que eu estou brincando, Francesco? Eu não estou aqui para abaixar a minha cabeça e concordar com o que você quer, eu tenho voz, eu tenho cabeça, essa criança pode ter o sangue deles mas vai ser criada por todos nós, se ele crescer e se voltar contra quem deu um lar e amor a ele, não vai ser culpa do sangue dele, vai ser uma falha nossa por não ter o criado direito.
Não tinha pessoa melhor para ser a rainha dessa máfia, a Bianca é justa e verdadeira, ela tem a emoção que falta no Francesco quando se trata de alguns assuntos e por mais que eu ache isso desnecessário, em momentos como este é a melhor solução.
— Depois não diga que eu não avisei. — Francesco fala e sai.
Olho para Giovanni e vejo que ele está muito pra baixo, ele não solta a criança por nada, ele está com a expressão acabada. Olho para o Francesco saindo do hospital e vou atrás dele, paro o mesmo no meio do caminho.
— Qual é o seu problema? Não está vendo que ele está na 'porra do piro momento da vida dele?
— Lorenzo, essa criança é um deles, ele vai crescer, ele vai saber de tudo, como você acha que ele vai agir quando descobrir que o Giovanni matou toda a família dele?
— Francesco, da mesma forma que ele vai saber que Giovanni matou todos, ele vai saber que a família dele sequestrou o Ryan e a Maria, merda, eles quase mataram a Maria Alice.
— Porra! — Ele passa as mãos no rosto e me olha. — Eu nuna faria mal aquela criança, Lorenzo, não me olhe como se eu fosse a porra de um monstro.
— Não, você não faria, você está fazendo mal ao seu irmão que está lá dentro passando pelo momento mais merda da vida dele, ele pode perder a mulher que ama a qualquer momento.
— Eu não sei o que está acontecendo comigo. — Ele fala baixo, fala mais para si mesmo do que para mim.
— Francesco....
— Lorenzo, desde que eu assumi a máfia só vem acontecendo merda atrás de merda, eu não estou fazendo isso direito, eu não... Eu não consigo pensar.
— Francesco, calma, você pegou a máfia já com problemas, não tem nem um ano que você é o chefe, as coisas vão se acomodar e passar a dar certo.
— Eu não sei mais o que fazer, eu vivo com medo de acontecer algo com a minha família, eu não aguento mais, isso é sufocante.
— Você está com medo dessa criança?
— Não, eu estou com medo da pessoa que irá falar tudo isso para ele. Nós destruímos a máfia dele, Lorenzo, nós botamos a economia do país dele na lama, nós matamos a família dele. A cabeça dessa criança pode se virar muito rápido e ele vai está certo em querer matar as pessoas que fuderam a vida dele.
— Nós podemos estar salvando a vida dele, Francesco.
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Amor Perigoso. [2° livro da saga Mafiosi Perfetti.]
RomanceGiovanni Lastra é o segundo de quatro irmãos, diferente dos seus irmãos Francesco e Lorenzo, Giovanni é completamente extrovertido e contém uma coleção de ex's. Seu trabalho na máfia é ser o braço direito do Ryan, seu primo, essa foi uma maneira qu...