Amor Perigoso. [2° livro da saga Mafiosi Perfetti.]

Capítulo 41

Maria Alice.

Por incrível que pareça, o dia no trabalho hoje está muito tranquilo. Isso é novidade, aqui sempre está um caos. Vejo Fernan vindo na minha direção com uma cara nada boa. É, acho que falei cedo demais.

— E ai, qual é o problema? — Pergunto.

— Aquela nojenta da Letícia, informou um problema e quando eu fui lá eu disse que queria que você servisse ela.

— Como é que é? — Pergunto chocada.

— Isso mesmo, ela usou a palavra "servir".

— Que ódio dessa idiota.

— Vá logo, está um caos lá embaixo, ela precisa de internet para trabalhar.

— To indo. — Falo desanimada.

Pego o meu notebook e vou para o elevador, aperto o botão e quando chego no local vejo o quanto de pessoas irritadas estão esperando para serem atendidas. Ninguém pode subir se não passar por ela e isso faz dela um ser "importante" na empresa. Na verdade, o cargo dela é importante, ela mesmo é uma vaca.

— Até que enfim a bonitinha chegou. — Falou com um deboche nojento.

— Sim, a linda chegou, agora a feia deve dar espaço para a linda e inteligente aqui fazer o seu trabalho.

Empurro de leve o corpo dela para o lado e ela me olha com raiva, me sento na cadeira e começo a mexer no computador para ver onde e qual é o problema. A internet está disponível mas não está conectando, isso é fácil resolver. Começo a fazer o meu trabalho e enquanto isso fico escutando as conversas paralelas no local. Vários empresários impacientes juntos só sabem falar merda.

— Ei mocinha, vai demorar muito ai? — Um dos homens pergunta se debruçando na mesa para olhar para mim.

— Senhor, vai levar apenas alguns minutos. — Respondo com toda a educação ao homem narigudo que mais parece o vilão do Detona Ralph.

— Alguns minutos? Você acha que eu tenho todo esse tempo? Isso que dá deixar uma mulher fazer o trabalho de um homem.

Largo o mouse e olho para o homem à minha frente, respiro fundo e conto metalmente até três para não mandar esse homem tomar bem no orificil anal dele.

— Senhor, no máximo cinco minutos. — Falo calma.

— Olha isso. — Ele se vira para o homem ao lado. — Cinco minutos... Alguém diz a ela que isso aqui é um trabalho e não uma tarefa de casa que ela pode fazer a hora que quiser?

— Olha aqui, cosplay mal feito do Vandal... — Sou cortada por uma voz grossa e alta.

— O que está acontecendo aqui? — Francesco surge do meio dos homens.

— Olá senhor Lastra. — O cupido de "Enrolados" fala. — O problema é está mulher que não faz o trabalho dela direito e acaba atrapalhando todos nós que tem um trabalho sério.

Ele me olha com raiva e eu começo a ferver.

— O problema é que essa mulher aqui, está fazendo o trabalho dela, eu não posso apressar um servidor lento que foi feito por homens, acredite se fosse feito por mim essa merda nem daria problema. Não menospreze o meu serviço por eu ser uma mulher. Ah, e sobre o trabalho doméstico que você citou momentos atrás, só mulheres podem fazer porque não é qualquer um que aguentaria lavar as cuecas de um homem podre como você. — Olho para o computador e vejo que o problema foi resolvido, olha para o relógio e abro um sorriso. — O trabalho está pronto e o meu único erro aqui foi dizer que ficaria pronto em cinco minutos, ele ficou em quatro. — Todos estão olhando com expressões diferentes, eu sei que não poderia fazer o que eu estou fazendo, mas eu não me aguento.

— Que menina insolente, irei comunicar o Martino sobre isso.

— Você veio até a nossa empresa e insultou uma de nossas funcionárias e pior, foi machista a ponto de duvidar do trabalho dela apenas por ser uma mulher, se você conhecesse o meu pai saberia que no momento em que ele souber sobre isso ele irá te botar para fora dessa empresa que foi erguida por uma mulher, a minha mãe. — Francesco fala e o homem olha para ele meio surpreso.

Minha vontade é de sair daqui e parar de olhar para a cara desse Cupido com barriga de verme, mas não posso simplesmente ir, não agora que Francesco está aqui.

— Você já pode ir, Maria Alice, seu trabalho está feito. — Não espero nem mais um minuto, pego o meu notebook e vaso dali.

°°°

   — Maria Alice, tudo certo para a nossa saída amanhã? — Alan pergunta assim que eu subo na minha moto para ir embora.

— Claro, minha roupa está pronta.

Vamos a um "evento nerd", como diz Isa. Já tem um tempo que não vou a um e caras, eu estava com saudades.

— Helena mandou avisar que ela vai de Erza Scarlat dessa vez.

— Irei de Temari, foi a mais fácil que achei.

— Ih, o Fernan vai de Kuromaru.

— Novidade, ele sempre vai de algum personagem de Naruto.

— Mas já combinamos que no próximo evento iremos de família Marvel. — Ele fala já dentro do carro.

— Ah não... Vocês juraram que iria ser DC e não MARVEL.

— Eu sei que você quer muito ir de Batgirl, mas não vai rolar dessa vez. — Ele fala rindo e sai com o carro. Idiota!

— Você ficaria sexy de Batgirl. — Escuto a voz do Giovanni atrás de mim e começo a rir, mas é de nervoso.

— Porra, não chega assim não. O que está fazendo aqui? Não e larga mais não?

— Fiquei sabendo de algumas coisas e vim resolver. — Fala sério.

— Que coisas, posso saber?

— O que aquele velho escroto falou para você? — Mas o Francesco é um fofoqueiro mesmo.

— Falou algumas merda mas eu falei também, então meio que ficamos kits.

— Kits porra nenhuma. — Ele está sério, acho que essa é a primeira vez que vejo ele tão sério.

— Ei, ele só foi mais um dos inúmeros dos homens babacas que já falaram merda pra mim por trabalhar na área de TI, fica de boa.

— Maria Alice, diz que você mandou ele tomar no cu.

— Não, mas eu disse que ele era podre e que parecia o Vandal do Detona Ralph e o cupido de Enrolados. — Falo e ele começa a rir.

Ele bota suas mãos na minha cintura e chega mais perto de mim.

— Você é incrível, minha doidinha. — Ele beija a minha testa.

Ai é foda, beijo na testa fode todo o meu batalhão. Como faz para o coração bater normalmente agora? Giovanni seu idiota, não me faz se apaixonar não.