24 - AMAPOLA FISCHER

114 22 1
                                    


Guto sabe da minha estratégia. Mesmo sabendo ele está pilhado. Quase voou no pescoço do Hills, com a possibilidade de ele ser o meu piloto parceiro. A verdade é que tem quem queira ocupar esse lugar e ele precisa saber que se não se posicionar, não vou ficar implorando. O pior é que ele também sabe jogar. A corrida é em Goiânia e ele vem vestido para enfrentar o calor de lá. Guto tem um corpo musculoso, uma perna forte e não resisto e dou aquela secada.

— Cuidado, chefa. Posso pensar que está no perigo. — Beija meu rosto. Aspiro o seu maldito perfume.

— Fique tranquilo. Estou sendo bem assistida ultimamente. — Ele não precisa saber que meu vibrador anda trabalhando demais. Só precisa ficar assim, preocupado.

— Vamos que o voo está no horário. — Ignoro-o durante as duas horas de voo. Entre o aeroporto e o hotel mais uma hora de poucas interações.

Quando chegamos à recepção do hotel a atendente diz que há apenas um quarto reservado.

— Como assim, somente um quarto? Eu mesma que fiz essa reserva. Eram dois quartos para uma pessoa em cada.

— Desculpe, senhorita Fischer, mas não temos mais disponibilidade hoje. O hotel está lotado por causa do evento. Consigo o outro quarto só amanhã. — Olho para o Guto que não diz nada, apenas acompanha a discussão. Depois ele diz que não tem problema em dividir o quarto. Volto o rosto para a atendente e ela me entrega a chave, quando dou uma piscadela para ela.

Subimos no elevador para o sétimo andar. Assim que o maleiro fecha a porta e eu coloco minha bolsa na mesa, ele entra no quarto. Vou atrás dele.

— Cama gigante para uma mulher que pretendia dormir sozinha.

— Gosto de espaço. — Tiro os sapatos, bem distraída e ele me pega por trás.

— Ah! Amapola, não vai sobrar um mísero espaço quando meu pau estiver dentro da sua boceta. Um mísero espaço.

— Guto... — Ele se esfrega na minha bunda.

— Isso, começa a gemer gostoso, Ama. Começa a gemer porque eu vou fazer o que você quer. — Eu viro de frente para ele.

— E o que eu quero, hein, piloto?

— Quer correr amanhã com as pernas moles de tanto que eu vou foder você toda. Provocou, provocou, cheguei ao meu limite. Tire a roupa, quero você nua nessa cama enorme. — Não disfarço o sorriso de vitória. Abro lentamente a camisa, mas Guto tem pressa. Arranca a camisa e abre o sutiã. Seu olhar em meu corpo cria um misto de frio e calor, fazendo meus pelos arrepiarem. Ele envolve os dois seios e lambe, beija e suga, me enlouquecendo.

— Olhar você assim, é algo divino, Ama. Adoro a beleza da sua pele, suas curvas. Tire a calcinha. Quero degustar um pouco de você. — Olhos nos olhos, eu me dispo e me deito na cama. Ele tira sua roupa tão atraente e aprecio seu corpo nu.

— Você também me seduz com os seus atributos. — Estico a mão e aliso seu pênis ereto. Passo a língua nos lábios.

— Você está de castigo, Amapola. Vou te enlouquecer com a minha língua para você parar de me provocar. — Abro as pernas.

— Vai falar muito? Estou louca para encher sua boca e você ficar calado. — Ele cai de boca em meu sexo. O tesão que ele me proporciona é único. Durante a minha vida sexual, nunca senti esse prazer que chega na alma. Ele provoca isso em mim, é tão forte e impactante que desmancho em minutos em um orgasmo alucinante.

Ele sai das minhas pernas e vai beijando o meu corpo até alcançar a minha boca. Quando rola o beijo, sinto meu peito explodir. Toco seu rosto, seu corpo, aperto sua bunda. Quero-o dentro de mim, ele coloca o preservativo e encaixa em um movimento só.

Descubro em cada estocada que Augusto Speranzi é o homem da minha vida. Enquanto ele está dentro de mim, passo os dedos em todo o seu corpo como faço com meus carros quando estou me conectando a eles. Caralho, essa coisa que faz meu peito quase estourar é forte, é tão intenso e inexplicável, ao mesmo tempo que lágrimas rolam no meu rosto, Guto grita o seu clímax. Ele só descobre quando me abraça e sente a umidade. Deita ao meu lado.

— Te machuquei?

— Não sei responder e não é comum não ter o que dizer.

— Mas está tudo bem?

— Se estar bem é querer repetir e repetir o que acabamos de fazer, então estou bem. — Ele beija a minha testa e me mantém em seus braços.

— Você saiu com seu ex-noivo?

— Ciúmes, Guto?

— Porra, Amapola. Você sabe que conseguiu o que queria. Não estou aqui na sua cama somente pelos seus belos olhos.

— Ahh..., não?

— Claro que não. Só você chefiando a XFI eu dou conta. O que não dei conta foram as suas provocações, roupas insinuantes, ex-noivo, futuro piloto.

— Sabia que a minha última jogada seria infalível. Ninguém gosta de perder posição para outro. Primeiro você exibe o material e depois coloca um candidato na jogada. — Aliso seu peito, enquanto ele sorri para mim.

— Você não parecia bem assistida minutos atrás.

— Agora estou. Esse era o meu objetivo quando menti. Sobre o Enrico, foi apenas uma coincidência. Nós compramos um apartamento juntos e fomos ao cartório para retirar o meu nome e assim eliminar o único vínculo que nos unia. Agora o apartamento é todo dele e eu sou livre e desimpedida.

— Não vai ter volta? — pergunta, inocentemente.

— Porque eu ficaria com o Rubinho Barrichello se eu posso ter o Lewis Hamilton.

— Talvez porque o Rubinho possa te dar segurança.

— Prefiro um que me dê prazer, que me respeite e me trate como mulher, sem medo de expor suas fragilidades e preferências.

— Tem certeza de que vai aceitar minhas preferências?

— Desde que seja prazeroso para nós dois, eu topo. — Ele se esparrama na cama.

— Tá, vamos ver... sexo anal?

— Nunca fiz, acho que sim.

— Chicote? — Fico imaginando Guto com um na mão.

— Se não for machucar, eu topo.

— Algemas?

— Pode ser divertido.

— Bolinhas cromadas?

— Dê um exemplo.

— Trabalhar algumas horas sentindo as bolinhas te excitando o tempo todo que se movimenta.

— Tudo bem, se terminar em uma rapidinha inusitada, topo.

— Caralho, Amapola. Você é insaciável.

— Não sabia, até você me fazer esse interrogatório. Antes que me pergunte, clips nos mamilos é um limite rígido. — Ele aperta meus mamilos e eles intumescem.

— Eu prefiro mordê-los nos dentes. — Guto o faz. Meu corpo já está pronto para mais uma rodada de sexo.

— Parece que tem alguém que vai pilotar cheia de moleza. — Monto nele.

— Acha que uma rapidinha inusitada nos boxes pode atrapalhar a corrida?

— Preciso te amar agora, Ama. Aonde vai ser, você escolhe. Eu só prometo que vai ser bem devagar e bem fundo. — Grudo nossas bocas.

— Me fode, piloto. Do jeito que quiser. Esse final de semana eu sou sua.

PAIXÃO NO RETROVISOROnde histórias criam vida. Descubra agora