42 - AMAPOLA FISCHER

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Minha primeira providência ao retornar ao trabalho é convocar uma reunião com toda a equipe da oficina. Nunca gostei de conversinhas e especulações, apesar de conhecer algumas traquinagens da minha turma.

— Bom, pessoal, como eu conheço o mundo corporativo e meus colaboradores, preciso dividir algumas novidades da minha vida. Você pode vir aqui ao meu lado, Speranzi? — Ele vem todo tímido e eu acho lindo esse seu jeito comedido. Quando ele chega, eu seguro a sua mão.

— Guto e eu estamos namorando. — Há um burburinho por toda a oficina e uma festividade maior da parte do Alex, meu assistente.

— Além disso, nós mudamos um pouco a ordem das coisas e estou esperando um filho dele. — Um silêncio rompe o ambiente e todos me fitam com caras de espantados.

— É isso aí, parece que Robert Fischer terá um herdeiro para a XFI. — Todos festejam e nos abraçam desejando felicidades. Continuo a falar. — Não é porque não estarei nas pistas que vocês vão ter moleza. Eu estarei controlando tudo com mais seriedade ainda e o Guto vai me reportar qualquer problema que tiver. Vocês devem continuar me temendo. Podem voltar ao trabalho e parabéns Alex, parece que você passou a perna nos seus amigos. — Quando todos voltam aos seus lugares Guto me aborda.

— O que quis dizer com passar a perna nos amigos?

— Conheço meus colaboradores, fizeram apostas a respeito da nossa relação. Pelo jeito o Alex acertou em cheio.

— Você não liga para isso, chefa?

— Homens são bobos mesmo. Gostam de uma patifaria. — Ele me pega de surpresa e me puxa para seus braços.

— Então você não vai ligar se eu te beijar aqui no meio da galera. — Ele me beija e esqueço até o meu nome. É isso que ele provoca em mim a cada toque. Meu anseio é que ele me leve para minha sala ou um lugar privado, para podermos ficar mais à vontade. Quando me solta, sabe que estou excitada.

— Será uma tortura trabalhar ao seu lado, sabendo que posso te foder a qualquer momento e ter que me conter.

— Aqui eu sou a sua superiora, piloto. Controle-se e mantenha seu pau gostoso e cheiroso dentro da calça. — Ele me cheira no pescoço.

— Desde que a senhorita mantenha as suas pernas fechadas, eu posso fazer esse esforço. Vamos trabalhar. — Ele me acompanha com o olhar até sumir pelo corredor.

Depois que todos já sabem da minha gravidez, foram dois meses de alegria, enjoos e desejos. Guto e eu revezamos entre a minha casa e a dele. Por conta das corridas, que acabei não estando em todas elas por causa da gravidez, passamos alguns dias longe um do outro.

Faço o meu pré-natal como manda a cartilha, mas me recuso a fazer um ultrassom desnecessariamente. Só que estava chegando o dia da ultrassonografia obrigatória, que revelará possíveis problemas de má formação fetal e com certeza os homens da minha vida vão me pressionar para saber o sexo, eu bem sei.

Preciso arrumar um jeito de despistá-los.

No dia marcado para o exame, invento uma reunião com um fornecedor e saio sozinha. Eu não quero saber o sexo ainda. Não quero decepcionar ninguém. Meu pai sempre quis um filho homem e não quero ver em seu rosto a decepção se a médica disser que é uma menina.

Ao fazer o exame a primeira coisa que falo é que não quero saber o sexo. A médica fica surpreendida, mas acata a minha decisão e faz o exame. Meu bebê está perfeito e crescendo conforme a expectativa. Volto para a empresa super feliz com o resultado do exame. Assim que piso na empresa, Guto vem em minha direção.

— Deu tudo certo, Amapola? — Levo um susto.

— Deu tudo certo o quê?

— O fornecedor que você foi visitar.

— Ahh... claro. Eles vão continuar com a produção extra e o preço também ficou melhor que imaginei.

— Bom para você. — Sai de perto com uma cara fechada e acho estranho a sua atitude. Será que ele desconfia de alguma coisa?

Vou para a minha sala um pouco preocupada. Guto nunca agiu assim comigo. Por mais que tenhamos algumas opiniões divergentes, nunca o vi assim tão arisco.

No final do dia perguntarei o que está acontecendo. Acho que agora não é o melhor momento.

Assim que o pessoal sai para o almoço ele bate e entra na minha sala de um jeito meio abrupto.

— Não está com fome hoje, Amapola?

— Claro que sim. Sempre estou com fome de uns tempos para cá. E você?

— Minha fome agora é outra. — Ele me pega e cola seu corpo no meu. Está excitado. É uma excitação diferente. Vejo em seus olhos que quer me punir.

Ele sabe.

Beija a minha boca com violência. Gruda em meus cabelos para que eu fique à sua mercê. Mesmo eu achando que devíamos conversar, o desejo me arrasta com ele. Guto se senta no sofá e me coloca em seu colo. Meu vestido é perfeito para a posição. Sobe até minhas coxas. Ele abaixa as alças do vestido e suga meus seios. É bom, é muito bom. Ele não quer conversa e eu fecho os olhos quando seus dedos me invadem. Não é qualquer invasão. É poderosa, tem a força de me desestruturar. Eu grito quando o clímax me alcança.

— Isso, chefa. Grite bem alto para a oficina inteira ouvir que eu estou te fodendo. — Isso foi grosseiro, mas nem tenho tempo de revidar. Seu pau se encaixa na minha entrada e eu o engulo inteiro. Ele é imperial. Bate forte, me subindo e descendo. Suga meus seios e ajuda segurando minha cintura. Puxo seus cabelos e coloco minha língua em sua boca. É ali que controlo meus gritos quando ele mete mais forte e começa a gozar. Não sei o que desencadeou esse ataque, mas sou obrigada a confessar que fico extasiada com tanta testosterona desse homem potente. Antes de sair debaixo de mim, me olha nos olhos.

— Espero que não tenha machucado o seu bebê — diz, grosseiramente.

— O nosso bebê está bem. — Ele me coloca suavemente no sofá, arruma suas roupas, levanta e sai.

Fico ali dividida entre o Guto que eu conheço, gentil e parceiro, e o Guto explosivo e deliciosamente excitante que acabou de me foder.

Será que dá para ter um pouco dos dois?

Ahh... hormônios gestacionais!

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