Primeiro dia

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Maraisa point of view

" O que tem de linda, tem de arrogante"
Pensei revirando os olho ao me lembrar da loira que esbarrei a poucos minutos.

Bem, eu estava toda molhada e atrasada, o motivo estava bem explicado, mas eu não iria deixar esse acontecido estragar meu dia. Entrei na escola passando as mãos no meu cabelo molhado e bagunçado a procura de arrumar ele, achei melhor prender. Então prendi em um rabo de cavalo bem alto, a roupa não estava tão molhada, mas dava pra ver que eu havia tomado chuva.

Entrei e me apresentei a todos, minha chefe, a diretora da escola era um doce, e eu agradeci muito por isso, por que eu jamais iria aguentar viver em um ambiente por 7 horas seguidas, com uma pessoas como a Sra. Mendonça.
Lembrando-me dela, fui a minha sala conhecer meus alunos, e o famoso Léo.

[...]

Todas as crianças eram adoráveis, aparentemente todas me adorarão. Mas apenas uma me chamou uma atenção especial, e adivinha quem? Exatamente o Léo. Nós estamos todos na brinquedoteca, as crianças estavam fazendo amizades e se dividindo em grupos para brincar com os brinquedos que haviam ali, mas Léo estava em um canto da sala meio abalado. O menino parecia ser muito divertido, ele era uma graça, fácil de fazer amizade, e bem educado. Resolvi falar com ele para entender  o que estava acontecendo, até por que agora eu sou a professora.

- Oi Léo! Está acontecendo alguma coisa?
Disse me sentando um pouco mais perto do garotinho

- Oi tia! Não, está tudo bem!
Ele disse tímido, com um fraco sorriso no rosto

- Não parece, tem algo te incomodando? Por que não está brincando com os outros?
Perguntei curiosa.

- É segredo tia.
Disse se virando triste para o lado.

- Eu sei guardar segredos muito bem, sabia Léo?
Falei com a tentativa de animar o menino.

- Ah! Não sei se devo lhe contar isso!
Falou meio apreensivo.

- Você pode me contar tudo o que quiser carinha! Eu sou sua amiga agora.
Ele me olhou com um sorrisinho.

- Tudo bem, eu conto.
Ele respirou fundo e começou.
- É que todos aqui me conhecem pela minha mãe. E o fato dela ser famosa me incomoda um pouco, todos que falam comigo querem apenas conhece-la ao invés de me conhecer.
Disse com um olhar triste.

- E por isso você está sozinho?

- Sim, como eu disse todos querem conhecer a minha mãe, não a mim.
Falou com os olhos cheio de lágrimas.

- Léo, eu posso te dar um abraço?
Perguntei com medo de sua resposta.

O menino nem me respondeu, apenas se jogou em meus braços e deixou as lágrimas caírem. Eu senti a dor daquele garoto, ele realmente estava triste, e eu imagino a dor de todos quererem conhecê-lo apenas por interesse.

- Eu sou sua amiga agora ok? Eu quero conhecer você! O que acha de brincarmos um pouco?

- De mais! Podemos brincar com os carrinhos? Por favor?
Disse empolgado

Aquele menino tinha um brilho incrível, eu de certa forma entendia o que ele sentia, meu pai sempre foi muito conhecido na cidade, e muito importante também. Eu não iria ser só a professora desse garoto, eu seria uma amiga também, ele precisa disso, e se for necessário, e da vontade dele, eu vou falar com a Sra. Mendonça.

Já era hora da Sra. Mendoça buscar Léo na escola, ele estava parecendo feliz, eu brinquei bastante com ele para o mesmo se sentir acolhido, eu queria realmente ser amiga dele, não estava me envolvendo por conta de sua mãe, e sim por ele. Com pouco tempo que passei com ele, transimiti coragem e carinho ao menino.

Você e EuOnde histórias criam vida. Descubra agora