Sonhe comigo

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Marília point of view 

Pessoas normais enchem a cara de doces quando estão magoadas, já eu, encho a cara de trabalho ou bebidas. No caso de hoje, eu misturei os dois. Eu não estava bêbada, digamos que um pouco alterada, mas estava consciente, só acho que estou esquecendo de alguma...

Deus! Que horas são? O Léo! 

Em movimentos rápidos me levantei e fui até o meu carro, estou desesperada como pude esquecer isso? Eu achei que a babá iria busca-lo, mas eu mesma disse que iria essa semana, tenho que me lembrar disso, Maraisa não quer mais me ver então a babá pode voltar a buscar ele na escola.  

Em um piscar de olhos estava na frente da escola, toquei a campainha uma vez e esperei cerca de 5 minutos, mas ninguém atendeu, toquei de novo e esperei mais cinco minutos, então ouvi o chiado do interfone indicando que eles estavam vindo. 

Era normal eu estar tensa ao ver Maraisa? Deveria estar preocupada no que vou falar quando ver ela aqui na minha frente, mas acho que a bebida toma conta disso. Me escorei na parede ao lado do portão, meu santo, que demora!

Finalmente escutei o portão se abrir, e aquela poderia ser a cena mais engraçada da minha vida. De um lado Maraisa estava com a roupa cheia de tinta, e suas bochechas marcadas com pequenas mãos. Quando passei o olhar para baixo, Léo estava com as mãos cobertas de tintas e um pouco espirrado no uniforme. 

- Deus! O que aconteceu aqui? 

Perguntei, dando risada. 

- Um pequeno acidente, nós iriamos limpar mas alguém não parava de tocar o interfone.

Disse Maraisa. 

- Acidente? você tem alguma coisa a ver com isso senhor Léo?

- Uma pequena parte talvez dona Marília. 

Disse o pequeno. 

Eu semicerrei os olhos em quanto negava com a cabeça. 

- Fez muita bagunça? Posso ajudar a limpar se quiser. 

Falei. 

- Não se preocupe, eu fiquei até mais tarde para isso mesmo, termino hoje ainda. 

- Vixi! Com aquela bagunça? Acho que quando eu chegar amanhã você ainda vai estar aqui. 

falou Léo enquanto recebia nossos olhares, as vezes eu amo quando ele é sincero assim. 

- Então eu fico para ajudar, vamos qual sala é?

Falei já adentrando a escola sem deixar Maraisa ao menos tentar discutir. 

Fomos até a sala na qual estava a tal bagunça. Quando entrei meu queixo caiu, uma parede toda branquinha cheia de tinta guache, vamos passar uma boa parte da noite aqui. 

- O que vocês fizeram aqui? 

Perguntei. 

- Foram mais crianças de manhã, é sério, não se preocupe pode ir, eu cuido disso. 

Disse Maraisa. 

- Eu ajudo. 

- Léo deve estar cansado, por favor eu limpo tudo.

- Aquele Léo? 

Apontei para meu filho que dormia serenamente em um tipo de puff azul que havia perto da sala. 

Ela revirou os olhos e disse:

- Tudo bem, você pode ficar, mas eu preciso terminar isso. 

Com agilidade peguei um balde onde tinha água com sabão e comecei a esfregar a parede. Foi assim, um total silêncio por mais ou menos meia hora. 

Você e EuOnde histórias criam vida. Descubra agora