Podemos conversar?

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Marília point of view

Eu estou bem agora, parece que Maraisa trouxe de volta o brilho que Murilo, o pai do Léo, arrancou de mim.

Eu o conheci em uma noite dessas, nós ficamos e depois ele pediu meu número, me mandou mensagem e eu respondi.

Deus, como eu queria não ter respondido aquela mensagem.

Nós íamos ficando cada vez mais íntimos, ao ponto dele saber todos os meus medos e segredos. A coisa foi ficando cada vez mais intensa até que ele me chamou para sair. Como esperado ficamos novamente.

Fomos nos encontramos cada vez mais e decidimos namorar. Mas eu não sabia quem ele era verdadeiramente antes disso.

Ele se mostrava ser um homem bom, bonito e simpático. Mas depois que você começa a passar mais tempo com as pessoas, você descobre o seu verdadeiro lado.

Murilo era sim um homem maravilhoso e bom, na cama então... Enfim, ele foi meu primeiro amor, eu achei que seria eu e ele para sempre, estava cega.

Se ele me dizia que eu estava errada, eu estava errada. Não tinha nada que me fizesse olhar para o lado ruim dele, para mim era só alguns deslizes.

Tudo mudou de verdade quando fomos morar juntos depois de completar seis meses de relacionamento sério, a uns seis anos atrás. O homem perfeito que ele mostrava ser perto de mim ou da minha família, estava se desmanchando a cada dia que passamos juntos.

Ele demonstrou ser bem machista, coisa que eu não gosto. Acho que as mulheres têm de ser enaltecidas sempre, pois querendo ou não, nunca foi fácil ser mulher, ter que lidar com assédio, ordens de maridos até mesmo agressão, não suporto isso.

E Murilo era assim, para ele uma mulher tinha que aquecer a barriga no fogão e esfria-la no tanque, se é que vocês me entendem. E se tem uma coisa que eu não suporto é ver um homem achar que as mulheres foram feitas para servi-los, eu poderia viver a vida toda infeliz, mas não suportaria isso.

Além de tudo eu o amava, estava apaixonada, cega de amor. Vocês não entendem, é como se fosse alguma doença estar apaixonado, você sente mas não vê.

Eu não sabia que Murilo tinha esse lado, mas do mesmo jeito eu relevei. Achei que poderia ser só um erro e que com convivência isso seria concertado.

Mas não foi.

Tudo piorou quando engravidei do Léo. Ah esse dia! Ele ficou super feliz com a notícia de que iria ser pai, e eu também apesar de estar muito preocupada comigo.

Eu era nova, muito nova. Engravidei com apenas 22 anos, e estava correndo atrás do meu sonho, ter minha própria empresa de negócios imobiliários. Me lembro que fazia faculdade quando morei com ele, minha rotina já era bem puxada, e com uma criança ficaria pior.

E aí que entra a parte da onde eu descobri o pequeno monstro que habitava naquele homem.

Ele fazia de tudo para me fazer parar com a faculdade, fazia uma baita pressão psicológica. Falava que meu filho iria nascer triste e sozinho por eu não dar conta de cuidar dele. Ele chegou a falar que Léo iria sofrer sendo meu filho.

Aquilo por si só já foi o sulficiente para todo amor e carinho que eu sentia por ele sumir em um piscar de olhos.

Se tem uma coisa que eu odeio na minha vida, é desaforos ou ofensas. E o que ele mais fazia era isso. Me ofender.

Mas enfim, tive o Léo quando ainda morava com ele. O homem não ajudava em nada, não cuidava do próprio filho dele, não comprava comida e todo dinheiro que ganhava gastava em bebidas.

Você e EuOnde histórias criam vida. Descubra agora