O amor

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Maraisa point of view

- Maraisa? Você está chorando?
Havia preocupação em sua voz.

- Não, eu estou bem!
Respondi

- Não está, eu estou indo .
Foi a única coisa que falou antes de desligar.

Ela estava preocupada comigo, e foi exatamente isso que me fez amar essa mulher. Seu jeito rude as vezes, mas o carinho que prevalece quando ela te da a chance de a conhecer.

Eu continuei chorando e pensando em todas as coisa que Maiara havia passado, eu não queria isso para minha pequena, mas dessa vez teria que deixa-la ir. Era a única coisa que eu poderia fazer.

Eu amo tanto minha irmã, que se fosse necessário eu daria a vida só para poder voltar no passado e ela nunca conhecer esse homem. Ele não causou traumas só nela, mas em mim também. Quem não tem irmão, nunca vai entender o quão ruim é ver ele se machucando ou sofrendo por alguém.

Por mais que existam muitas brigas, ela é tudo o que eu tenho. Eu preciso dela para respirar todos os dias, nunca vou deixar que ninguém encoste um dedo sequer.

Fui arrancada dos meus pensamentos pelo barulho chato do interfone tocando. Ele poderia ser insuportável se eu não soubesse quem estava pedindo para subir.

O atendi e deixei que ela entrasse, depois fui para a porta e esperar ela. Eu sabia que alguma coisa estava errada, passei a mão no meu cabelo, mas não me lembrou nada, quando passei a mão pelo meu corpo, me dei conta de que ainda estava de pijama.

Eu gosto de dormir com pijamas "descentes" mas aquilo era mais uma langerrie. Era vermelho bem vivo, a seda era fina e macia, a blusa estava colada no meu corpo, com alguns detalhes de renda acima e abaixo dos meus seios, deixando apenas um pouco do tecido para tampa-los, e um escandaloso decote.

No shorts havia uma grande parte de tecido, e havia um pequeno detalhe de renda no final. Mas estava bem curto ao ponto de ver a polpa da minha bunda.

Me virei, pronta para correr até o meu quarto e trocar o mais rápido possível esse pijama, mas escutei o sininho do elevador tocar sinalizando que estava no meu andar.

"Merda!"

Virei para frente de novo e a encontrei parada no elevador, ela parecia estar em transe, eu também fiquei imóvel, sem saber o que fazer ou falar. Até que graças a Deus, o elevador estava prestes a se fechar, mas ela colocou a mão no meio das portas, impediu que ele se fechasse e deu um passo a frente saindo da caixa de metal.

- Marília, você pode esperar um minuto, até eu pegar um roupão?
Perguntei imediatamente percebendo o meu pânico e o seu.

- Tá, sim, tudo bem, vai lá, eu espero aqui.
Ela disse desviando o olhar.

Me virei de novo e praticamente corri até o meu quarto, peguei o roupão preto que estava em cima da minha cama, enrolei no meu corpo e fui até ela.

- Me desculpe, eu...eu esqueci que estava vestindo pijama.

- Como se esquece do que está vestindo?
Disse rindo.

- Coisas que só acontecem comigo!
Falei me sentando no sofá.

- Venha, se sente, você sabe que já é de casa.
Ela deu um sorrisinho e se sentou.

- Então, quer me contar por que estava chorando? Me preocupei com você.

Tinha como não amar essa pessoa?

Contei tudo o que havia acontecido sobre Maiara, e até sobre alguns relacionamentos que não deram certo comigo e os traumas que me deixaram.

Você e EuOnde histórias criam vida. Descubra agora