Eu estou gostando dela?

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Maraisa point of view

Consegui sair da casa de Marília sem que Léo me visse, estava ficando difícil de lidar com a mulher, ela me deixava confusa. Não sei se ela quer me usar por carência ou se quer mesmo ficar comigo, tipo, ficar mesmo. Um mix de sentimentos se formava em mim, e eu sei que isso não é nada bom.

Descobri coisas de Marília, que só fez eu me encantar mais ainda por ela. Como, ela não tem uma relação boa com sua família ao não ser sua mãe, por conta de sua sexualidade, e que seu pai é falecido, e que também, ela nunca havia amado ninguém em toda sua vida, mas sabia o significado de um "eu te amo".

"Eu estou gostando dela?"

Não, essa mulher não pode estar mexendo comigo assim, eu nunca fui de me apaixonar fácil. Eu não estou apaixonada por ela, não estou! Ou estou? Que merda! Justo por ela, o que o Léo vai pensar? O que mais me deixou impressionada, foi que ela cuidou de mim, me levou para sua casa, me deixou dormir em sua cama. Ela poderia simplesmente me deixar lá, e eu me viraria sozinha. Mas ela fez ao contrário.

Espera. Se eu estou pensando isso, e ela é uma mulher e eu sou hetero? Eu não sou hetero, realmente eu tenho uma queda por Marília Mendoça. Mas como levar isso a sério? Como tentar algo que eu não sei se é recíproco, e o Léo? Ele vai achar que eu o conheçi apenas por sua mãe, mas eu me apaixono cada dia mais por aquele garoto. Por mais que eu esteja gostando de Marília, eu não vou falar, e nem fazer nada, pela saúde mental do garoto, está decidido!

Dormi mais um pouco para tentar esquecer tudo que tinha acontecido, assim que levantei já eram mais ou menos uma da tarde, Maiara tinha saído com algum ficante dela, e eu iria beber mais um pouco. Marília me deixava louca em todos os sentidos possíveis, eu queria ela comigo, mas tinha uma criança no meio disso tudo, o que ele iria achar de mim? Tomei um longo banho de água fria para que todos esses pensamentos descessem pelo ralo junto com a água. Depois sequei meu cabelo, e coloquei uma roupa simples, um shorts jeans bem coladinho, e uma camisa preta de alcinha bem apertadinha. Passei meu perfume, e fui até o mercado.

Iria fazer algo simples, só para mim mesmo. Compraria uma cerveja, pestiscos, e um doce para depois. Estava vendo algumas coisas que faltavam em casa, quando senti um cheiro familiar, não era ruim, era bom. Eu só não sabia de quem, ou de onde vinha aquele cheiro doce. Virei para o próximo corredor, onde iria pegar algumas balas. Assim que virei não acreditei no que eu vi, era ela de novo, uma loira alta e bunduda, estava de costas, pegando algum chocolate, na frente de um carrinho grande, e uma criança na cadeirinha do carrinho. Agradeci por ela ainda estar virada para tras, e o menino não ter me visto, eu precisava sair dali. Com cautela, fui andando para trás, puxando meu carrinho levemente causando o mínimo de barulho, quando para o meu azar, esbarrei em um senhor que estava passando pelo corredor central do mercado. Merda.

- Me desculpe senhor! Não o vi aí!
Me desculpei.

Tentei falar o mais baixo possível, mas parece que o senhor não escutou, e fez mensão para que eu falasse de novo.

- Me desculpe senhor!
Falei aumentando a voz

Droga! Era mesmo ela, assim que escutou minha voz se virou olhando diretamente para meus olhos, e depois os desceu para meu corpo, eu já devia estar corada. Ela veio se aproximando de mim, e a cada passo que a mulher dava, mais forte meu coração batia.

- Olha só, você de novo Mara.
Ousada, pensei

- Pois é Mendoça, parece que a vida gosta mesmo de nos ver juntas.
Falei me arrependendo imediatamente do que eu havia dito.

- Ah! Meu Deus! Quer dizer, não foi isso que eu quis falar, é que...
Fui entorrompida.

- Eu sei muito bem o que quis falar.
Disse firme.

Você e EuOnde histórias criam vida. Descubra agora