Será o destino?

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Maraisa point of view

Já se passavam das três da manhã, e eu ainda estava naquela balada conversando com Marília. Confesso estava já um pouco alterada, e percebia a mulher dando em cima de mim, mas como falar a ela que eu sou hetero? Se é mesmo que essa é minha sexualidade. Eu não permiti que nada acontecesse entre nós, queria realmente evitar problemas futuros. Mas Marília estava tão bela aquela noite que eu poderia me render fácil a ela, sua boca com os lábios carnudos, pareciam que estavam implorando por minha boca, mas eu não deixaria isso acontecer.

Descobri muitas coisas interessantes de Marília, o que era totalmente diferente de sua aparência, essa mulher estava me ganhando cada vez mais, era incrível, como eu me interessava por ela, e aparentemente ela se interessava por mim também. A loira me olha de uma forma diferente, e essa noite eu me senti bem, ao lado de uma pessoa que eu acabei de conhecer mas eu me sentia assim com Marília pra mim isso é algo inexplicável, inexistente, como? E por que eu me sinto assim, por que meu coração acelera toda vez que a vejo, eu não conheço a mulher, nunca convivi com ela, nunca a vi. Nos encontrarmos nesse lugar, foi pura coincidência, mas algo em mim grita como se fosse destino.

Movimentei a cabeça de forma negativa para espantar todos esses pensamentos, talvez eu só esteja muito bêbada.

- Está tudo bem Mara?

Escutei sua voz doce, calma e preocupada, fazendo meu corpo todo se arrepiar.

- Está sim! Só me destrai um pouco com meus pensamentos, desculpe!
Respondi

- Tudo bem! Mas no que tanto essa moça pensa? Se é que eu posso perguntar isso a você.

Eu fiquei muito nervosa, o que iria dizer para ela? Que estava pensando nela, e em como talvez o destino nos juntou essa noite? Não, eu estou muito bêbada para isso.

- Nada de mais! O que acha de dançarmos um pouco?
Troquei de assunto com a primeira coisa que me veio na cabeça.

- Não sei se é uma boa ideia.
Falou coçando a cabeça, em forma de confusão.

- A qual é! Vamos ou vai ficar aí sozinha.
Disse me levantando.

Eu levantei e fui até a pista, comecei a dançar de acordo com batida frenética da música um pouco sexy que tocava, preenchendo os meus ouvidos. Eu já não estava mais ciente do que estava fazendo. Coloquei a mão no meio de meus cabelos e desci lentamente até o chão, quando olhei pra cima e vi Marília me olhando, lá de cima, e eu aqui em baixo. Subi lentamente até ficar a poucos centímetros do rosto da mulher, que me olhava intercalando entre meus olhos e minha boca. Era como se só eu e ela estivéssemos ali, eu sabia que já deveria ter saído dali, mas meu corpo se recusava a atender meus comandos.

- Nós não deveríamos estar aqui.
Falei olhando para os maravilhosos olhos da loira.

- Depois resolvemos isso.

Nós duas estávamos bêbadas, e sabíamos o que aconteceria ali se eu permitisse é claro. À música sensual que estava tocando acabou, me fazendo voltar para a realidade e me dando conta do que estava prestes a acontecer. Agora tocava uma música com a batida forte e rápida, eu comecei a me remexer de um lado para o outro, como as pessoas que estavam ao meu redor, Marília estava fazendo o mesmo. De repente, senti meu corpo todo estremecer, arrepios, e minha cabeça rodava, me impedindo de observar o lugar onde eu estava.

- Merda!
Exclamei.

- Está tudo bem?
Marília perguntou.

- Não, eu estou tonta e meu corpo está estranho, acho que eu vou vomitar.

Assim que terminei a frase, senti algum tipo de ácido em minha garganta, e depois as mãos macias de Marília em meus braços, depois eu não me lembro de absolutamente nada.

Sábado, 11:00am

Abri levemente os olhos, coisa que me arrependi assim que senti a forte pancada na minha cabeça, fiquei deitada de barriga para cima durante um tempo para assimilar onde eu estava, e o que estava acontecendo. Assim que levantei percebi que eu definitivamente não estava no meu quarto, nem no de Maiara. Onde diabos eu estava? E o que aconteceu essa noite?

Levantei, ficando sentada na cama, olhei para os lados, e vi uma penteadeira, com diversos batons escuros, um vestido jogado no chão, saltos altos, e o que me deixou mais nervosa, um terninho pendurado em uma poltrona.

- Que merda! Não, não, eu não posso ter feito isso! Que dor de cabeça!
Soltei as palavras extremamente confusa.

- Oh! Bom dia, já acordou?

Tive a certeza de onde estava assim que escutei aquela voz doce e rouca vindo de uma pequena porta dentro do quarto onde eu estava. Puta que pariu, eu estava no quarto de Marília.

- Marília, o que eu estou fazendo aqui, e por que minha cabeça doi tanto?
Perguntei confusa

A mulher saiu de dentro da porta, ela vestia um baby doll preto, que estava incrível em seu corpo, que mulher perfeita.

- Eu te trouxe pra ca ontem, você estava muito bêbada e eu não encontrei sua irmã.
Explicou.

Arregalei os olhos, e por impulso levantei a coberta que me cobria, para me certificar de que estava tudo ali, e me assustei ao ver que aquela não era minha roupa, mas senti um alívio ao ver que minha calcinha estava intacta. Mas e se eu tiver colocado ela de volta depois de.... Isso não podia estar acontecendo comigo!

- Calma Mara, nós não fizemos nada!
Falou rindo do meu desespero.

- Você estava muito bêbada, e eu também, e eu nem dormi nesse quarto.

Em um momento me senti aliviada por não ter feito nada com Marília, mas em outro sentido, triste por ela não ter dormido comigo, será que ela não queria nada? Será que só eu estava com esses pensamentos sobre ela?

- Ah, sim! É, me desculpe por, am... é, por você....
Tentei falar sem jeito.

- Só para deixar claro, eu só nao fiz nada por que estávamos bêbadas.
Falou rindo.

- Então você faria algo?
Perguntei

- Maraisa, estava claro que as duas queriam, mas eu nunca faria algo sem a sua premiação, e você não estava em condições. Foi só isso.

- E você também não fez nada, por que eu sou a professora do seu filho não é? Somos apenas amigas agora Mendonça.
Tentei amenizar a situação.

- Por que você se priva tanto Mara? Não parou nenhum minuto para pensar que talvez o destino nos juntou essa noite?

Meu Deus. Então ela pensava como eu, ela também acha que foi destino. Mas eu não deixaria acontecer, nao agora, eu só precisava ir embora dali o mais rápido possível, e Léo nao poderia me ver de hipótese alguma.

- Mendonça eu preciso ir.
Disse me levantando de sua cama procurando minhas roupa, que por sinal não achei.

- Onde estão minhas roupas?

- Estão lavando, você vomitou nelas ontem a noite.

- E quem colocou isso em mim?
Disse me referindo a camiseta gigante eu estava vestindo.

- Ora! Quem mais seria, eu é óbvio.
Falou a loira

- Ótimo, então você me viu de langerrie?

- Vi sim, inclusive são muito bonitas!
Maldita safada.

- Que merda!
Xinguei pegado o primeiro short, e a primeira blusa que vi a minha frente.

- Ande, me ajude a sair daqui sem que Léo me veja.

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Mais um capitulo, estou começando o próximo, e assim que terminar posto, bejoo 💘

Você e EuOnde histórias criam vida. Descubra agora