Uma cagada

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Marília point of view 

O clima ficou estranho depois que Maraisa saiu do carro, não sei se foi que disse algo que não deveria ou ela viu alguma coisa, mas já estava pensando se deveria me preocupar ou não. Mandei mensagens para ela mas ela não me respondeu, e quando eu mandei a última que era perguntando se ela queria sair hoje á noite ela falou que estava cansada e precisava ficar em casa. 

Bom, espero que eu não tenha feito nada de errado e por hora não vou me preocupar com isso. Fiquei pensando se realmente gosto dela sabe? Depois de Murilo eu joguei fora todas as esperanças que eu tinha no amor. Só não fazia mais sentido. E dai, ela chegou derrubando qualquer barreira que eu havia construído em todos esses anos. E talvez meu consciente pode estar achando que é amor, quando na verdade pode apenas ser algo para suprir minha carência.

O dia no trabalho foi bem melhor depois de ter visto Maraisa, mas me incomodou o jeito que ela ficou estranha comigo depois. Não sei o que fazer, talvez exigir uma explicação, ou ir até a casa dela de surpresa ou apenas esperar que ela venha até mim, e se não vier eu vou estar preparada. Graças ao pai do meu filho eu aprendi a ser forte o suficiente para suportar esses tipos de decepções. 

Cheguei em casa morta de cansaço, meus dias estão sendo entediantes, a mesma rotina de sempre, acordar, trabalhar, buscar o Léo, beber e dormir. Enfim, quando se chega na vida adulta as coisas são entediantes. E hoje a única coisa que foi fora do normal hoje foi o almoço com Maraisa. 

Estava deitada no sofá com Léo, quando finalmente tive tempo para poder olhar meu celular. Ultimamente ando péssima com isso, é tanta coisa na cabeça que eu acabo esquecendo de responder algumas pessoas. 

A primeira mensagem que apareceu quando abri o aplicativo era de Naiara. 

"Oi amor, já está na empresa? Posso passar aí?"

Naiara é uma ex-ficante que levou muito a sério o que eu levei na brincadeira, ela tinha me falado alguma coisa sobre sentimentos e que ela queria passar uma parte da vida comigo, mas eu não dei muita importância. E essa mulher me persegue, já deve ser o quinto fora que eu dou nela. 

Confesso, ela tem um corpo divino, cabelos bem hidratados e é muito boa no que faz, mas eu nunca senti nada por ela além de prazer, e eu acho que ela sente mais que isso, e acho que eu meio que estou sentindo a mesma coisa que ela só que por outra pessoa. 

E isso torna as coisas mais complicadas. 

"Oi Nai, me desculpe, o dia foi corrido." 

Respondi e no mesmo tempo ela visualizou e respondeu. Eu realmente iria deixar ela no vácuo, só que ela foi mais rápida. 

"Oi, sem problemas, eu entendo! Está na sua casa? Estou aqui perto, se quiser eu posso passar aí, to com saudade Lila!"

Eu só precisava de um banho uma uma noite completa de sono, isso era só o que me faltava. Ela não era uma má companhia, pelo contrário, era muito boa amiga, mas ela tornou as coisas mais difíceis depois de confessar seus sentimentos. Tudo bem, não tinha como ela saber que isso não seria recíproco, mas dava para ver na minha cara que eu só queria sexo. 

"Tudo bem, pode vir."

Eu não iria dar um fora nela de novo, estou cansada mas conversar um pouco com ela poderia ser uma distração também, e outra pessoa me interessa no momento. 

Se passaram cerca de uns 20 minutos, Léo já tinha ido dormir e eu fiquei esperando Naiara na sala enquanto resolvia algumas questões de trabalho. Por algum motivo Maraisa não saía da minha cabeça, me incomodou o fato dela ter ficado estranha comigo depois que almoçamos. 

A campainha tocou me lembrando de que eu estava esperando uma pessoa. Me levantei e fui até a porta recebe-la. 

Eu não sei se realmente fazia muito tempo que eu não via Naiara, mas ela estava cada vez mais linda. Vestia uma vestido preto bem colado em seu corpo dedurando sua cintura fina e seus seios enormes. Cabelo solto e liso como sempre, bolsa e acessórios que pareciam falar qualquer outra língua, menos português. Em sua mão havia uma sacola com aparentemente duas garrafas de alguma bebida. 

- Pode ao menos olhar para os meus olhos agora que me secou por inteira? 

Disse ela me tirando do transe. 

- Oh, oi... como você tá? Faz tempo que não nos vemos. 

- Sim, faz muito tempo. E olha, eu trouxe duas garrafas de seu vinho preferido, podemos colocar o papo em dia! 

- Ótimo, vem, vamos sentar ali. 

Levei ela até a sacada do meu apartamento e nós ficamos ali conversando bom um bom tempo, sorte a minha que amanhã já era sexta. 

Quando eu percebi, as duas garrafas de vinho estavam vazias, minha voz já estava embaralhada e Naiara com aquele vestido pequeno na minha frente só aumentava o tesão que eu estava sentindo. 

Eu não queria acabar com o que eu tinha com a Maraisa, mas ela estava ali na minha frente, querendo a mesma coisa que eu e Mara estava lá longe sem ao menos olhar na minha cara, e ela não precisa saber, nós nem temos nada. 

Naiara me encarava nos olhos e vez ou outra seu olhar descia para minha boca e foi nesse exato momento que eu posso ter feito uma grande cagada. 

Nossos lábios dançando juntos, estava bom, mas não quanto ao beijo da Mara. Ela começou a me empurrar para dentro da sala, depois no corredor, para finalmente chegar na minha cama, onde ela rapidamente tirou o vestido que a cobria revelando sua langerie azul rendada. Fez o mesmo comigo só que me deixando totalmente nua. 

Minha cabeça está a mil, estou fazendo algo com a pessoa que eu não quero, e eu sei bem quem eu queria que estivesse em cima de mim agora. 

As mãos de Naiara sambavam por todo me corpo, até chegar naquela parte que pulsava por outro alguém, sem aviso nenhum senti seus dedos dentro de mim e depois disso eu não me lembro de mais nada. 

Maraisa point of view

Hoje é uma bela manhã, finalmente sexta, o dia mais esperado por mim na semana. Poderia ser  mais um dia feliz e alegre se eu não estivesse com tantas paranóias na cabeça. Aquela mensagem significou de um jeito que eu não esperava. 

Talvez eu tenha me precipitado em ficar emburrada com Marília por uma besteira como essa mensagem. Mas meu instinto nunca falha e eu sei que tem algo de errado nisso. 

Decidi que vou ligar para ela e me desculpar por ficar de cara feia, ela não merece isso e deve estar preocupada. Olhei para o relógio, eram 7:20 da manhã, ela me manda "Bom dia" algumas vezes nesse horário, então provavelmente deve estar acordada. 

Peguei meu celular e disquei seu número, ela não atendeu no primeiro toque, nem no segundo, e no terceiro também não. No quarto toque eu escutei uma voz rouca e bem mais fina que a da Marília atender o telefone. Isso já me deu um baita frio na barriga. 

- Alo? 

- Oi, quem é que liga pra alguém uma hora dessa da manhã?

a voz irritante e feminina soou pelo telefone trazendo todas as minhas inseguranças de volta. 

- Me desculpe, a Marília está? Preciso falar com ela.  

A mulher ficou em silêncio por alguns segundos. 

- Ela está dormindo.

Meu coração gelou na hora, aquelas palavras foram o suficiente para fazer minhas pernas estremecerem e minha cabeça girar. Mas e se ela for alguma parente? Eu não sei muito sobre a família dela, então posso estar enganada. 

- O que você é da Marília? 

As palavras correram da minha boca sem ao menos me deixar pensar se diria isso ou não. 

escutei um barulho, parecia de alguém se mexendo no lençol e então um estralo como um beijo na bochecha de alguém. 

- Sou namorada dela. 

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Mais um hein, agora você pode parar de me encher de fotos de bolo @potiguarzinho? ObrigadaKKKKKK espero que tenham gostado, não esqueçam de comentar e deixar a estrelinha,, beijoos!

Você e EuOnde histórias criam vida. Descubra agora