Maraisa point of view
Naquele sábado, depois de sair da casa de Marília, alguma coisa em mim se acendeu novamente. Eu sei que isso não é nada bom. Não quando você namora outra pessoa.
Na real, eu já sabia bem que isso iria acontecer, mas eu não imaginava que aconteceria de forma tão rápida.
Parece que essa mulher me ganhou desde a primeira vez em que me viu. E eu não tenho esse mesmo tipo de pensamento quando se trata de Cesar.
Ele é um homem bom, bonito, dedicado e inteligente. Mas no fundo, eu sempre soube que seria ela.
As palavras que Marília havia me dito naquele jantar, rodaram a minha cabeça por longos minutos.
Ela não namora.
E eu fui tola o suficiente para acreditar em uma louca.
Uma louca ciumenta.
A vontade imensa de capturar os lábios de Marília vieram intensamente assim que pisei em sua casa. Mas eu não queria magoar Cesar. Nem Marília.
Por um instante eu cogitei a ideia de estar arrependida por não ter feito absolutamente nada na casa da loira. Mas pensando bem, pelo menos eu posso terminar com Cesar antes.
Mas eu não quero terminar com ele.
E quero ficar com ela.
- Oi amor! Tudo bem?
A voz grave e masculina ecoou pela grande sala de lazer em que eu estava, me assustando.
- Oi! Estou bem e você?
Respondi.
- Sim, estou ótimo.
Ele se sentou ao meu lado no sofá e repousou a mão sobre minha coxa.
- O que você foi fazer na casa de Marília ontem a noite?
Meu coração começou a bater descompassado, como ele sabia que eu estava lá?
- Como você soube que eu estive lá?
Não hesitei em perguntar.
- Sua irmã me disse que ela estava na cidade e falou que vocês iriam conversar sobre algo em particular. Como sou seu namorado, eu tenho direito de saber?
Não, você com certeza não quer saber o que eu estava conversando com ela.
- C- claro.
- Estávamos falando sobre a volta de Léo na escolinha.
Usei a primeira desculpa que me veio na mente, e que por sinal foi péssima.
- Estranho, achei que as pessoas conversassem coisas de trabalho, no trabalho.
Revirei os olhos com aquela frase.
Sério, ele é meu namorado, não quer dizer que tenho que dar satisfação de tudo que faço.
Isso me irrita.
- Ela é minha amiga Cesar.
Disse enquanto me remexia no sofá.
- Tudo bem. Tem planos para hoje a noite?
Além de passar a noite toda pensando em Marília e em como ela ainda mexe comigo, não.
- Na verdade, combinei de jantar fora com Maiara hoje.
Foi o que eu disse.
- Achei que iriamos passar o domingo juntos.
- Ela marcou de última hora.
Ele fez uma cara de desconfiado, como se não confiasse em mim, eu achei que ele confiasse em mim.
Bom, na real, é sim uma mentira, mas eu preciso de uma noite sozinha assistindo filmes de romance e me empanturrando de sorvete.
Então eu prefiro pensar que não é uma mentira tão grave.
...
Segunda de manhã, segui toda a minha rotina de sempre, mas dessa vez, ansiosa para ir trabalhar, aliás, vou ver a minha criança favorita.
Assim que cheguei, reparei um carro preto estacionado na frente do portão da escola. Não estava o reconhecendo, mas alguma coisa me dizia que já havia visto este veículo em algum lugar.
Segundos depois, uma mulher, com curvas perfeitas marcadas por seu vestido social preto, e as madeixas loiras voando por conta do vento, que parecia focar diretamente nela neste instante, fazendo com que a minha visão ficasse em câmera lenta, apenas apreciando a visão enquanto eu posso.
Com seu caminhar chique mas ao mesmo tempo discreto, a loira dos olhos castanhos veio caminhando até mim com aquela criança que eu conhecia muito bem em seu colo, me trazendo uma visão graciosa. A cada passo que a mulher percorria, meu coração errava uma batida, minhas pernas ficavam ainda mais bambas, e a ansiedade por sentir seus lábios aumentava.
Agora eu sei da onde esse carro preto me parecia familiar.
- Tia Mara!
Escutei o grito da criança travessa, e no mesmo instante em que senti suas pequenas e macias mãos em minhas pernas, na tentativa falha de me abraçar, todo aquele sentimento ruim foi embora do meu corpo. E eu só queria permanecer ali pelo resto da minha vida.
- Quanto tempo meu pequeno Léo!
Falei e no mesmo instante uma lágrima se escorria por meu rosto.
- Quanto tempo mesmo titia, olha só mamãe, o cabelo da tia Mara ficou pequeno.
Ri com aquele comentário. Quando olhei para cima, pois estava agachada por conta da altura do menino, me deparei com aquela bela loira. Seus lábios pintados com batom vermelho marsala se abriram soltando aquela risada linda e estupidamente boa.
Oh Deus, como eu senti falta disso!
- Está na hora de vocês entrarem. Vamos! Os dois ainda tem muito o que brincarem!
- É verdade Mara, vamos, vamos!
- Entra lá e cumprimenta seus amigos Léo, vou falar com a mamãe e já vou.
Ele foi todo saltitante para dentro da escola.
- Obrigado, Marília.
A mulher me olhou fazendo uma cara estranha, como se não entendesse o que eu estava falando, o que me deixou um pouco envergonhada.
- Obrigado pelo que Maraisa? Tá doida?
- Obrigado por voltar, por trazer o Léo de volta.
A loira suspirou e pousou sua mão em seu peito, abrindo um pequeno sorriso no canto de seus lábios. Ela ficou por alguns segundos me encarando, quando se aproximou do meu rosto, e sussurrou bem próximo a minha orelha.
- Eu voltei por você. Esperei por você esse tempo todo, agora você tem que me dizer o que sente. E independente do que estiver sentindo, só saiba que eu te amo.
Logo depois, ela se afastou deixando um beijo leve em minha bochecha e saiu caminhando de volta para seu carro preto.
Essa simples frase me deixou imóvel.
E agora? O que eu sinto?
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Eu finalmente voltei, espero que me deem uma segunda chance. Terminei de escrever agora e já postei pra tentar me redimir pelos 4 meses de sumiço. Espero que tenham gostado, beijooos!!!!
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Você e Eu
FanfictionUma professora e uma mãe muito ocupada se cruzam, talvez seja o destino, mas e se não for? História de minha autoria. PLÁGIO É CRIME!!!! 1° lugar na #maraisa - 02/05/2022 💘