Confia em Mim?

Parte 15

COMO TERMINOU A PARTE 14? LEIA O ÚLTIMO TRECHO.

— Desculpe Anne, eu não devia estar me lamentando para você, mas eu precisava lhe contar isso.

— Obrigada por me dizer.

Anne segurou minhas mãos. Eu queria lhe perguntar o que Carmen me dissera, mas não era uma hora boa, ela podia muito bem dizer que sim, já que estava me vendo  arrasado por ter visto minha ex segurando uma menina tão linda. Sonho em ser pai, e tive meu sonho ofuscado por quatro anos. Preciso saber antes de tudo, se poderei ter uma família completa como imagino. Não quero viver outra mentira de fachada.

Parte 15

 

 

Quatros anos antes

Parei o carro na garagem e estiquei o braço para pegar minha carteira dentro do painel. Simone não me esperou saiu e entrou em casa. Assim que liguei o alarme empurrei a porta da cozinha onde a encontrei bebendo um copo d'água. Encostei-me ao balcão e cruzei os braços colocando as chaves sobre a bancada.

— Por que parece tão irritada?

Ela olhou para mim.

— Não estou irritada.

— Mas está parecendo, sua irmã não falou nada demais.

— Para você não é nada demais — e se abaixou para tirar as sandálias. Saiu da cozinha descalça.

— Por quê? — perguntei encostando-me a parede de frente a escada.

— Primeiro: porque ela quer que eu seja igual a ela, coisa que nunca serei. Segundo: ela acha que ter filhos é a coisa mais importante no mundo.

— E você não acha importante ser mãe?

— Obvio que não! Vic em que mundo você está? Não somos mais obrigadas pela sociedade a ter filhos como cadelas. Casei para ter um marido e não para ter uma creche. Vou tomar um banho estou morta de cansada.

E subiu a escada. Continuei parado fitando os degraus da escada sem saber o que dizer. Então para ela ser mãe era ser uma cadela? De onde ela tirou essa analogia? Céus, a maternidade e a paternidade são duas coisas mais lindas do mundo! Termos o privilégio de gerar uma vida. Não consigo acreditar que essas palavras saíram da sua boca. Simone não está sóbria tenho certeza, deve ter bebido bastante na festa.

Enquanto ela tomava um banho me sentei na cama, tentei esquecer o que ela falara, mas era impossível. Quando escolhi casar foi para formar uma família, e não apenas um casal. Espero que essa sua opinião se torne inválida, pois não consigo me ver num futuro próximo sem uma criança para me chamar de pai.

— Ainda está pensando sobre o assunto? — perguntou ela saindo do banheiro vestida no roupão.

— Um pouco.

— Por quê desejou tocar neste assunto?

— Talvez por que eu deseje ser pai algum dia.

— Ah Victor! — e caminhou até onde eu estava — você ainda alimenta este pensamento antigo.

— Não é antigo Simone. É normal, faz parte da natureza humana gerar filhos.

— Sim eu sei, mas nem todos foram escolhidos.

— Mas é claro que fomos!

Ela sentou na minha perna e colocou o braço sobre meus ombros.

— Escute, podemos trabalhar juntos nisso. Quem sabe não adotamos uma criança já grandinha? CALM

— Não quero adotar nenhuma criança, quero meus próprios filhos. Achei que você quisesse ser mãe, por que toda essa antipatia?

— Não posso ser mãe e seguir minha carreira você sabe disso.

— Ser advogada não impede de ser mãe, conheço muitas que são.

— Sim você falou certo, muitas das minhas colegas tem filhos, mas qual delas parou para cria-los? Nenhuma. Como não irei desistir da minha profissão para cuidar de uma filho, não terei nenhum para ser criado por ninguém.

E levantou caminhando até a cômoda no fundo do quarto.

— Isso é injusto sabia?

Ela girou os calcanhares e me fitou com a escova na mão.

— Por quê?

— É privar a felicidade do outro.

— Victor, por favor, você está parecendo um adolescente.

— Não, não estou — e me levantei indo em direção ao banheiro — só desejo ser pai, o que há de errado desejar isso? Nenhum, acredite.

Abri os olhos no meio da noite e fiquei fitando o teto. Por que esse episódio da minha vida o qual quero esquecer tanto veio à tona?

Espero que algum dia eu possa realizar esse meu desejo, é tão simples, e tão belo.

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CALMA! O Capítulo 16 publico mais tarde! rsrsrs espero que gostem!

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