Parte 28 - parte 1

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Como terminou o capítulo anterior?

Último trecho...


Anne começou a chorar e me abraçou fortemente. Senti suas lágrimas escorrerem nas minhas costas. Um soluço abafado se espalhou, mas não foi assim que imaginei esse momento. Não consigo a ver chorando. Me afastei um pouco e disse do fundo do meu coração.

– Você permite que eu faça parte da sua vida?

– Sim... eu preciso de você.

Anneme beijou ainda com os lábios tremendo. Ela apertou os braços ao meu redor. Seucalor era maravilhoso. Eu queria esse momento em toda a minha vida. Eu precisodessa metade. Não consigo viver outra vez incompleto.

------------------- CAPÍTULO 28 --------------------------


Acordei no dia seguinte revivendo a noite passada. Cada cena e os beijos passavam por minha mente como verdadeiros flashes. Respirei fundo, a fim de pausar um pouco esses pensamentos, pois o que realmente – não literalmente – deveria estar ocupando minha mente nesse exato momento, seria o que Anne me contara na noite anterior. Pois o simples fato de confessar que tinha medo do futuro era um bom motivo de preocupação, porque esse seu medo poderia também incluir o casamento. Sei que não é fácil para ela, como também, não é fácil para mim que deseja o contrário. Não consigo fazer com que o meu inconsciente aceite de outra forma.

Como restava apenas um dia para o casamento de Letícia, ainda tínhamos muitas coisas para organizar – confesso que não era nada gratificante estar preparando tudo isso, mas como não havia outra saída, achei melhor me livrar logo de todas as obrigações.

Chegamos a casa dos meus pais para o café da manhã. Encontramos todos à mesa. Letícia, estava com uma caderneta ao seu lado anotando algo enquanto comia um biscoito. Meu pai, como sempre, tomava primeiro sua xícara de café enquanto lia a primeira página da Gazeta. Assim que nos viram, David olhou para mim depois para Anne – que estava com o cabelo molhado – e sorriu, desviando os olhos. Filho da mãe – pensei sozinho, não deixa escapar nada.

– Nossa! Voltaram! – falou minha mãe indicando que sentássemos a mesa.

– Estava chovendo bastante ontem a noite, nem conseguimos sair do chalé – comentei.

– Sim, e que tempestade – ironizou Alex tomando um gole do seu café fumegante.

Susan riu baixinho.

– Por que vocês sumiram ontem a noite? Estava precisando da opinião da Anne, e vocês simplesmente desapareceram.

– Ele já disse, estava chovendo muito – falou David mordendo uma torrada.

– Vocês podiam mudar de assunto? – pedi.

Olhei para Anne que estava morta de vergonha.

– Não falei nada demais – se defendeu David, bancando o inocente.

– Vocês foram passear a cavalo ontem no final da tarde? – perguntou meu pai mudando o rumo da conversa.

– Sim – passei requeijão em uma fatia de pão mordendo em seguida.

– Gostou do passeio Anne?

– Sim, foi maravilhoso, uma experiência inesquecível.

– Sabe montar sozinha? – perguntou Ticiane do outro lado da mesa.

O cheiro do café fumegando na xícara bem abaixo do meu nariz só contribuiu para aumentar minha fome. Dei outra mordida na torrada, que por sinal está crocante e morna.

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