Confia em Mim?

Parte 29 - parte 1

Como terminou a parte 28 - parte 2? Confira o último trecho.

Após comermos quase uma caixa de pizza, Anne alertou que precisávamos dormir, pois no dia seguinte Let queria todos acordados logo cedo, pois seria seu grande dia e como sempre, surgia algo de última hora.

Anne logo caiu no sono e eu permaneci muito bem acordado fitando a lua pela brecha da janela até ser atingido pelas palavras ditas por ela no píer "Eu já decidi, é você." O que exatamente ela quis dizer com isso?

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Boa leitura! Se ainda não me segue aproveita para poder receber as novidades primeiramente!

Sabe quando surge aquela ideia repentina e percebemos que não podemos deixar passar? Pois temos a certeza que nem tão cedo outra como ela surgirá? Foi com essa determinação fortificada com um pouco de coragem, que decidi de uma vez por todas dar logo um fim a toda essa insegurança que me consome.

Sentado na cama olhei para ela ainda dormindo agarrada aos lençóis. Não queria acordá-la para fazer isso. O melhor seria esperar. Até porque eu não fazia ideia de qual seria a sua reação, para ser sincero eu não tinha nem certeza se estava escolhendo um bom momento para isso.

Será que todas as mulheres gostam de serem surpreendidas ao acordar? Terei a completa certeza dentro de poucas horas. Baixei o olhar e comecei a observar minha mão sem intenção alguma, porém acabei marcando um foco, um único lugar; meu dedo anelar esquerdo.

Faz tanto tempo que ele está vazio que nem tinha dado conta de que ainda havia essa marca. Está bem mais clara, desde a última vez que parei para notá-la. Jurei dentro de mim que esse lugar jamais seria ocupado por outra aliança, até o momento em que me vi tirando e se desfazendo dela. Só tirei a aliança uma única vez e faz mais de dois anos. Nunca senti vergonha ou encontrei desculpas para tirá-la, porque eu sentia orgulho de mantê-la ali.

Recuso-me olhar para esse dedo desde aquele evento em minha vida. Mas percebo, que nenhuma das minhas tentativas deram certo. Porque não seria evitar a simples marca em minha pele, nem tão pouco as privações em minha vida, que me faria um novo homem. O que me tornará um novo homem será seguir em frente, sempre pronto para qualquer desafio que a vida me presentear. E acredito que confiar novamente em outra pessoa, seja o meu desafio.

Dei um beijo em sua testa e levantei devagar da cama. Fui em direção ao guarda-roupa peguei uma bermuda e uma camiseta, pois antes disso eu precisava correr e clarear a mente. Quem sabe na volta a encontrasse acordada na cama.

Troquei de roupa calcei o tênis e fiz um bilhete pedindo que me esperasse para o café, eu voltaria logo.

Passava um pouco das cinco da manhã quando fechei a porta atrás de mim. O brilho do sol se espalhava quase todo no céu e o vento estava um pouco frio e carregado de umidade, como sempre falava a mulher do tempo na televisão. Um suave cheiro de terra molhada se misturava ao perfume de jasmins que margeavam a lateral da varanda da casa dos meus pais.

Me alonguei durante alguns minutos e quando peguei o caminho em direção ao rio, avistei David descendo os degraus da varanda da casa. Assobiei chamando sua atenção. Assim que ele se aproximou soltou logo uma de suas piadas.

– Nossa que milagre você correndo uma hora dessas!

– Eu sempre gosto de correr pela manhã. Só estava muito relaxado esses dias. Quantos quilômetros?

– Aguenta dois?

– Tá me zoando?

– Só não quero matar um cara que está num clima apaixonado.

– Vou fingir que não ouvi – e comecei a correr o deixando para trás.

David logo me alcançou e no ritmo tranquilo descemos o caminho em direção ao rio. Ele sempre fora preocupado com sua saúde e a aparência do seu corpo. Desde garoto mantém essa rotina. E acabei seguindo seu exemplo, principalmente, após passar por todo aquele processo de divórcio. Correr foi meu refúgio.

– Como está Carmen? Faz tempo que não a vejo.

– Ainda na ativa. Ela não consegue ficar parada.

– Você ainda arruma as coisas para ela?

Dobramos uma curva.

– Sim. Não consigo me afastar. Ela tá sozinha. E sabe qual é a melhor parte nisso tudo?

– Não faço a mínima ideia.

– Foi Carmen que ajudou nessa relação.

David parou de correr me forçando a fazer o mesmo e perguntou perplexo.

– Você está dizendo que além de passar meses esperando para dar um oi, ainda por cima precisou da ajuda de uma senhora para a relação andar?

– Sim. O que tem de mal nisso?

– Vic cara, você tá mudado.

Eu sabia que ele estava falando a verdade.

– Eu sei. A traição realmente muda a gente. Não consigo agir como antes entende?

David me encarou, abriu a boca para dizer algo, mas acabou desistindo, voltando a correr em seguida, me chamando com um gesto para que eu fizesse o mesmo.

Nem todos a minha volta acreditam ou aceitam que eu mudei, que minha vida mudou. Mas aos poucos, estou conseguindo fazer com que entendam, que grandes reviravoltas, causam enormes mudanças em nossa vida.

Retomamos a corrida e mudamos de assunto.

David me contou sobre os problemas que Alex vinha enfrentando em seu trabalho, nos últimos meses, e que estavam afetando não só sua vida profissional, como também, sua relação com Ticiane. Segundo David ele estava andando tão perturbado nas últimas semanas que até pensou em ir embora e deixar tudo para trás. Meu irmão trabalha há mais de dez anos na administração de uma empresa do ramo da construção civil, e durante todo esse tempo manteve os negócios da empresa no alto ou na média, porém, na última vez que conversamos ele me contara sobre a entrada de um novo administrador que estava causando intrigas e pegando no seu pé a fim de que Alex abandonasse o cargo e saísse da empresa. Mas, essa conversa que tivemos foi há mais ou menos um mês. David disse que as coisas só acalmaram um pouco, quando Alex conseguiu aliados para mostrar a presidência da empresa sua capacidade de administração. E por fim, fiquei sabendo que todo esse esforço de lutar pelo seu direito surgiu quando nosso pai ficou sabendo e fizeram o famoso passeio pela margem do rio, onde conselhos e ensinamentos não faltaram.

Após toda essa conversa comecei a martelar em minha cabeça uma única palavra; capacidade. Eu tenho capacidade de poder casar novamente e fazer Anne feliz, de construir uma família e ser tão boa quanto a que os meus pais tem. Eu só preciso parar de alimentar esse pessimismo maldito que paira sobre mim há anos, e dar o xeque-mate nessa minha situação. Desejo e serei feliz com Anne, não importa o que aconteça, porque não será um erro que impedirá a realização de inúmeros acertos.

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Sábado posto outro trecho!

Por que vocês merecem!

Estou escrevendo o próximo então torçam para que eu consiga terminar logo. As aulas da faculdade retornaram e a correria junto!

Mas irei continuar publicando!

Deixem os comentários amo ler cada um deles! Abraços!