Parte 25 - Parte 2

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Anne

Enquanto Letícia e as duas cunhadas procuravam um tecido legal para fazer parte da decoração, eu olhava uns vasos para flores. Ela mencionara que a florista dela adoecera e que não estaria recuperada até o dia do casamento que seria no próximo final de semana.

Alguns dos vasos eram tão fora de moda que não sei porque ainda estavam expostos na prateleira de uma loja.

Estava um dia quente e o ar-condicionado não estava muito eficiente, pois eu estava morrendo de calor. Olhei para trás para ver onde elas estavam. As encontrei nos fundos da loja.

Sua irmã estava realmente focada nessa festa. Como não ficar? É algo que por mais que não queremos acabamos nos envolvendo, ficando preocupada, nervosa, louca com tudo! Acredito que é um dos maiores momentos na vida de uma mulher. Vestir seu vestido de noiva, mesmo que seja por um dia, uma noite, é algo que penetra em nossa vida e cria raízes.

Fui em direção aos últimos vasos.

Eu já passei por todas essas etapas, tudo que uma noiva precisa saber organizar e escolher eu fiz. Deixei tudo pronto, assinei centenas de convites, provei um banquete de doces e bolos para nada. Não sei, mas eu devia ter notado desde o início que ele não estava mais afim daquela relação. Eu deixei ser levada pelo impulso, por um anel no dedo, uma data inesquecível, e não parei para perceber se ele também estava comigo nesse barco. Só em lembrar toda a vergonha que passei enviando mensagens, encontrando os amigos e dizendo que tudo estava desmarcado, acabado, minha garganta fecha e sinto meus olhos arderem.

Sei que não tenho nenhuma ligação ou proximidade com Letícia, sou apenas a namorada do seu irmão, mas desejo do fundo do meu coração que dê tudo certo para ela e seu noivo. É tão triste ver algo tão bonito ser destruído.

Olhei para trás quando senti uma mão sobre o meu ombro. Era sua irmã que falava comigo.

– Você está bem?

– Sim. Estou.

– Ok, mas parecia que estava nas nuvens.

– Eu apenas me perdi em pensamentos.

– Conseguiu encontrar algum vaso descente?

– Sim, desde que as flores sejam de cores leves e pequenas já que o casamento começa à tarde.

– Você está liberada para escolher qualquer flor ou rosa que desejar. Estamos indo daqui a pouco na floricultura do outro lado.

– Ok.

Letícia me arrastou até os tecidos. Assim que coloquei os olhos tive um ataque. Nunca que tecidos com estampa ficariam legais para uma decoração.

– O que você acha dessas opções? A dona da loja que escolheu – falou sussurrando.

– Ela acha que entende de tudo – disse Susan sentada num banco no meio da loja.

– Hum... quer sinceridade ou falsidade?

– Prefiro a primeira opção.

– Não leve isso!

– Tá tão péssimo assim?

– Completamente. Se o casamento é campestre deve mesclar cores, tons de verdes com rosa, amarelos. Você precisa de cores quentes e vibrantes. Precisa fazer com que sua festa seja no campo e não o campo na sua festa.

– Não sei o que seríamos sem essa mulher! – suspirou Ticiane dando-me uma tapinha de leve no ombro.

– Pegue tecidos rendados, algo que remeta o artesanato. Essa é a primeira pista.

Confia em Mim?Onde histórias criam vida. Descubra agora