Parte 32

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Como terminou o capítulo anterior? 

– Gostaria que você conhecesse uns colegas meus.

Olhei para onde ele apontara discretamente. E avistei David e Susan conversando com os convidados.

– Ok, vamos lá!

Anne ainda não tinha voltado.

– Ah, olha ele aqui – disse Susan.

Eu antes duvidava e não entendia como ela aguentava meu irmão, mas com o passar dos anos percebi: eles são iguais, por isso se entendem. Fui apresentado como o 'doutor de cachorro' – apresentação nada formal do meu irmão. Eram alguns amigos de escola de Murillo, dois homens e uma mulher bem jovem. Conversamos por alguns minutos até eu me afastar.

CONTINUAÇÃOOOOO

Assim que fiquei sozinho comecei a observar um grupo de crianças brincando no gramado. E para ser franco, questionei a mim mesmo, quando irei ter algo assim em minha vida? Não consigo afastar da mente o sonho de ser pai. Não tem realização maior na vida de um homem do que saber que pôde dar vida a outro. E eu sinto dentro de mim que preciso disso.

Por mais que não deva pensar assim, sinto inveja dos meus irmãos. Eles têm tudo o que eu sempre quis. Um casamento feliz, uma família linda, filhos, esposas que os amam. E eu nunca consegui decolar com nada disso. Mas confio que minha relação com Anne será saudável o suficiente para sermos uma linda família. Eu sinto isso e não posso me frustrar outra vez.

Despertei do meu devaneio quando senti braços enlaçarem meu pescoço, rapidamente girei para trás. Mas seu perfume já denunciara a invasora. Era Anne que acabara de se aproximar. A segurei pela cintura, dando um beijo de leve em seus lábios.

– Pensei que você estivesse me abandonado.

– Desculpe por ter deixado você sozinho e indefeso.

– Engraçadinha.

– Raul acabou de chegar com a esposa – comentou ela.

Olhei para trás. Nem precisei acenar com a mão, porque eles logo nos viram.

– Olá, Anne! – ambos a cumprimentaram.

Logo em seguida Raul olhou para mim.

– Na próxima vez, faça o favor de deixar uma fita amarrada em cada poste que tiver pelo caminho até chegar aqui.

– Estávamos completamente perdidos – comentou Lúcia.

– Nossa, foi tão difícil assim? – perguntei ironicamente.

– Não, de forma alguma. Até o GPS estava perdido!

– Eu pensei que vocês ainda lembravam do caminho.

– Viemos aqui há dois anos Victor e foi durante a noite – resmungou Raul.

– Como Hugs está se comportando? – arrisquei mudar de assunto.

Lúcia me fuzilou com o olhar.

– Acho que você precisa voltar logo e levá-lo para casa – sugeriu ele.

– Mas me digam, como Letícia está? Ansiosa? – perguntou Lúcia entusiasmada.

– Acredito que ansiedade acima da média Lúcia – comentei.

– Mas ela está maravilhosa – falou Anne.

– Ah eu imagino, ela é linda! Onde está sua mãe?

Confia em Mim?Onde histórias criam vida. Descubra agora