Parte 27

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Encostei seu corpo na madeira quente e rodei a chave sem nem ao menos olhar para a fechadura e ter certeza que realmente estava fazendo certo. Tirei a camisa molhada e joguei no chão causando um baque por causa do peso. Minha pele ardia. Abri os olhos para olhar o seu rosto. Anne estava linda e perfeita. O barulho ensurdecedor da chuva caia no lado de fora sem trégua.

Sua pele exalava com mais intensidade o seu perfume e o aroma do campo. Sem nem perceber estava no meio da escada e várias peças de roupas estavam espalhadas pelo caminho.

Nunca havia sentindo uma chama arder com tanta intensidade dentro de mim. A ligação comigo e Anne estava ficando cada vez mais íntima, ao ponto de eu sentir que precisava dela como preciso da água e do ar.

Acredito que qualquer pessoa deseje ser amada dessa forma. Pois do que adianta se entregar a uma relação onde o gelo e a brisa da noite estão sempre presentes. Uma relação fria, sem sentimentos e desejos é como um campo sem vegetação, está propício a sofrer erosões e desgastes.

Anne fechou os braços ao redor do meu pescoço. Eu beijei seus ombros e desci os lábios em direção ao seu colo. Minha boca exalava desejo. Um trovão rasgou o céu e senti meus pés tremerem. Pressionei seu corpo contra a parede fria ao lado da porta do quarto. Ela se contraiu em minha direção. Seu sorriso se espalhou por todo seu rosto.

– Você fez hoje o dia mais especial da minha vida...

– Você também... – sussurrei.

Anne alisou meus cabelos penetrando seus dedos macios e longos entre os fios. Tracei seu queixo com a ponta do dedo. Sua respiração estava compassada, mas eu conseguia sentir as batidas continuas do seu coração. Cada movimento dela, cada olhar que ela dava, seu peito explodia nos batimentos. Um calor se espalhou da minha pele para a sua. Uma chama ardente de emoções. Alisei seus lábios com o polegar, antes de beijá-la abaixo do queixo estremecendo o seu corpo.

– Victor...

Levantei o rosto.

– Desculpe eu... – Anne arquejou quando beijei atrás de sua orelha.

– Diga – pedi.

– Não tenho forças...

Subi minha mão por trás de suas costas quentes. Colei meu corpo ao seu.

– Eu desejo ficar com você, mas... tenho medo do futuro.

Levei um choque ao ouvir isso. Segurei seu rosto com cuidado afastando os fios do cabelo molhado que caiam. Dei um beijo de leve e depois falei:

– Não tenha medo...

– Eu não... consigo...

Uma lágrima começou a rolar pelo seu rosto. Antes que se perdesse a sequei com um beijo. Sua pele estava cheirando a flor de laranjeira. Os poucos minutos que passamos andando entre o pomar foi o suficiente para impregnar o cheiro cítrico em sua pele.

– Sim você consegue. Eu acredito em você.

Anne me encarou e um brilho intenso despontou dos seus olhos.

– Eu...

– Não vou desistir de você, pois sei que você me quer e deseja ficar comigo. Então vou estar ao seu lado, minha vida esta aberta para você.

Anne começou a chorar e me abraçou fortemente. Senti suas lágrimas escorrerem nas minhas costas. Um soluço abafado se espalhou, mas não foi assim que imaginei esse momento. Não consigo a ver chorando. Me afastei um pouco e disse do fundo do meu coração.

– Você permite que eu faça parte da sua vida?

– Sim... eu preciso de você.

Anne me beijou ainda com os lábios tremendo. Ela apertou os braços ao meu redor. Seu calor era maravilhoso. Eu queria esse momento em toda a minha vida. Eu preciso dessa metade. Não consigo viver outra vez incompleto. 

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Sim foi curto, mas emocionante! 

Espero estejam gostando! E estou muito feliz, por que Confia em mim? está atingindo 100 mil leituras muito em breve! 

Vamos convidar nossos amigos para que ele atinga esse número logo!

Abraços!

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