◈ CAPÍTULO 4 ◈

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O vídeo não causou muita polêmica, mas estou satisfeito com o resultado

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O vídeo não causou muita polêmica, mas estou satisfeito com o resultado. Magdala ter ficado em silêncio significa que seu pai sentiu uma consequência. Manchando a reputação dela, mancho a dele.

Enquanto me arrumo, penso no que posso usar para a próxima polêmica. A socialite estará nesta noite de quarta-feira numa festa de aniversário de uma garota bilionária, festa essa que fui convidado também.

Meu look é todo preto, menos a gargantilha fina de diamante que fica por cima da blusa transparente de renda com gola alta. Blazer de veludo, dois cintos de cintura, calça, bota de salto... Sorrio, me sentindo sexy.

Quando chego na mansão dos pais da aniversariante, entrego meu Mustang ao manobrista e sou direcionado ao quintal.

O luxo não me impressiona. Cresci neste meio. O que me impressiona é drogas estarem sendo liberadas para quem quiser aqui. Não é todo dia que vejo um casal de magnatas permitir que tenha drogas no aniversário de um filho dentro de sua própria casa, afinal, querem manter as aparências. A não ser que os pais não estejam sabendo disso. É mais provável que estejam viajando.

Maconha é legalizada em Avas, mas os convidados—todos adultos—estão tomando as drogas que não são. Magdala é uma delas. Avisto-a sentada no meio de uma galera em um sofá longe da piscina. Mantenho distância, só a observando, tomando um drinque sem álcool porque irei dirigir mais tarde. Eu poderia filmá-la, mas estranhamente me sinto um mau-caráter em cogitar isto. Mato políticos; não destruo vidas de mulheres que se drogam.

Um cara que reconheço da faculdade se levanta segurando a mão da Magdala. Ambos estão sob o efeito de substâncias e começam a se retirar do quintal juntos.

Decido segui-la, mas quando sobem as escadas do salão principal, eu a perco de vista.

Continuo em busca. Nenhum funcionário me para. Percorrendo a mansão sem conseguir encontrá-la, fica óbvio para mim que Magdala está fazendo algo escondido.

Quinze minutos depois, escuto uma porta se abrir em um corredor vazio. Como suspeitei, a socialite foi dar uma rapidinha com o cara da faculdade. Seus cabelos castanhos cacheados estão bagunçados, seu batom está borrado, umas strass embaixo de seus olhos caíram e ela está vestindo uma jaqueta peluda, com certeza se direcionando ao banheiro para se ajeitar, quando pausa com o susto em me ver.

"E eu achando que não podia te seduzir naquela boate," provoco, lembrando dela sempre especificar que tem namorado.

"Vai me chamar de vadia?" ela está entediada, como se fosse acostumada a ouvir isto.

"Sou uma vadia também, magnólia."

Magdala dá um pequeno sorriso, como se tivesse gostado de eu me denominar assim. Me surpreendo com sua reação, confesso.

Mas então seu sorriso desmancha. "Olha, por favor, não conta nada ao Luigi."

Me pergunto se é recorrente ela trair o namorado. Duvido que aquele cara seja fiel.

"Me pedindo algo, é?" ponho as mãos nos bolsos da minha calça. "O que eu ganho em troca?"

"Te faço um boquete."

Reviro os olhos. "Patético que tem gente que aceita esse suborno." Me aproximo dela, meio que a encurralando na parede. Ela está molhada por debaixo desse vestido, penso. Os bicos de seus seios estão duros, dá pra ver através do tecido fino. Assim como está sem sutiã, ela está sem calcinha? Gostaria de conferir, porém não tenho consentimento para tocá-la como o outro cara conseguiu. Abaixo a voz, "Eu prefiro te torturar, fazendo você ficar sem saber o que eu quero, aflita sempre que nos encontrarmos de novo e de novo."

Suas pupilas estão dilatadas, mas pode ser a droga, não tesão. De qualquer modo, estou curtindo provocá-la. Um dia, não terá vida nesses olhos bonitos e será por minha causa.

"Seu sobrenome me lembra 'anjo', mas você não tem nada de anjo," Magdala diz. "Sabia que eu não podia abaixar a guarda com você. Não considera pessoas como vadias, mas está me tratando como se tivesse poder sobre mim."

Ohhh, ela não fica caladinha, né? Achei que ficasse, por não ter polêmicas publicamente. Bem, não tinha até jorrar álcool no rosto daquele assediador na boate e eu vazar o momento.

Lentamente, passo um dedo pelo formato de seus lábios, limpando o batom borrado. Sua respiração fica irregular. Ela está com medo? Está sentindo atração por mim?

Penso em beijá-la, sentir o sabor do batom na língua, mas me recuso enquanto ela estiver sob efeito de drogas. Se eu beijar Magdala Delacorte algum dia, a quero completamente sóbria, capaz de não se fechar em nada para mim, me permitindo ter poder sobre seu corpo e mente. Seria como tê-la na palma da minha mão, que usarei para estrangulá-la até não ter ar nos seus pulmões.

Me afasto quando o cara sai do quarto.

"D'Angelo? E aí, cara?!"

Não sei o nome dele, mas aceito o cumprimento de bros. Não gosto deste cumprimento.

Ele se direciona a Magdala, "Aceita algum drinque, princesa?"

"Qualquer um. Preciso ir no banheiro. Te encontro lá depois."

"Beleza."

O cara olha pra nós dois e então se retira.

"Princesa?" seguro o riso.

"Eles acham que combina comigo. Você me acha uma donzela em perigo também?"

Donzela, não. Em perigo, sim. "Eu não te conheço," repito o que ela me disse quando driblou minha pergunta na boate.

"Então por que eu sinto que você sabe mais do que aparenta?" Magdala se aproxima. "Se não quer sexo comigo, o que você quer, Ettore?" ela desce uma mão pelo meu peito.

Meu estômago se contorce em desejo e nojo do desejo, ainda mais com ela nesse estado.

"Já disse: quero te torturar."

Magdala ri, um brilho travesso nos seus olhos. "Kinky."

Ela não está com medo de mim. Ou pode ser o efeito das drogas. Ela está fora de si. Ainda assim, fico intrigado. Quais coisas Magdala já ouviu para sentir que não está em perigo comigo?

Tenho que parar os pensamentos, porque quem está me torturando é ela.

Tenho que parar os pensamentos, porque quem está me torturando é ela

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