◈ CAPÍTULO 50 ◈

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Uso óculos escuros para cobrir meus olhos no velório dos meus sogros

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Uso óculos escuros para cobrir meus olhos no velório dos meus sogros. Não quero que as pessoas vejam minha apatia. Jogo uma flor no caixão com Luigi segurando minha mão. Estou de luvas, pelo menos. Sentir sua pele contra a minha acabaria com minha atuação: eu demonstraria desgosto.

O funeral chega ao fim e convidados permanecem pelo cemitério, para não parecerem rudes indo embora rápido ou para visitarem túmulos de parentes. Luigi me deixa para acompanhar familiares, graças a deus. Meus pais andam lado a lado comigo por uma calçada, meu braço enrolado com o do meu pai, que eu aceitei para mantermos a imagem de família unida, já que a mídia-política reclamou que eu não morarei mais com eles.

"Pobrezinho do rapaz," a senhora que está nos acompanhando comenta. "Perdeu o amigo e os pais na mesma semana. Que tragédia."

Tragédia é esse rapaz ainda estar vivo. O dia não está nublado, pois nem o céu lamenta a morte dos Ferrari. Não presto atenção nessa conversa ridícula. Felizmente, a senhora não demora a se afastar.

"Peçamos que não termine com ele ainda," minha mãe manipula fingindo não manipular. "Ficaria feio para sua imagem. A veriam como insensível," diz a insensível.

Queria não me importar, mas afetar minha imagem afeta minha empresa. Além de que... "Não posso terminar com Luigi, pois ele me assassinaria," finalmente revelo, trêmula repentinamente.

Meus pais ficam calados. Continuamos andando. Cada passo em silêncio me deixa mais nervosa.

"Não falarão nada?"

"Não é hora para esses assuntos, minha filha."

Minha mãe é uma das pessoas mais frias que conheço.

"E é hora para falarmos sobre negócios?!" meu tom baixo contém desespero. "Porque é isto o que meu relacionamento com Luigi sempre foi: um negócio."

"O assunto não era para hoje, Elisabetta," meu pai a repreende. Ele me dá atenção em seguida, "Filha, o que quer dizer com Luigi te assassinaria? Está falando dele assassinar sua reputação?"

Eles só pensam nisso! Meus olhos enchem d'água. Não aguento mais andar. Eu paro para responder, "Ele já apontou uma arma na minha cabeça, me faz ameaças e abusa de mim."

Após outro momento de silêncio agonizante, a reação do meu pai é, "Por que não nos contou antes?"

Como se fosse fácil, simples. "Eu já tentei!"

"Então pedimos perdão por termos sido tão negligentes com você," ele me abraça.

Porque estou vulnerável, aceito o falso carinho.

Ele beija o topo da minha cabeça, e anuncia, "Cuidarei disso, filha."

Não sei o isso que significa, porque minutos depois, sou obrigada a voltar a atuar para que meus pais conversem com outros magnatas pelo cemitério e para minha imagem de boa filha e boa namorada continuar intacta, não arruinando Magnificent ou a mim.

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