◈ CAPÍTULO 37 ◈

5.4K 465 143
                                    

É madrugada

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

É madrugada. Ettore está virado de costas pra mim, mas sei que ele está acordado porque seu pé balança em ansiedade de vez em quando. Ele para sempre ao perceber que pode me acordar.

"Também não consigo dormir," ligo o abajur.

Ele se vira pra mim. Nossos rostos não estão próximos, mas posso contar seus cílios naturalmente longos.

"Não tomei meu remédio de insônia," ele conta.

Não sabia que ele tomava. Preciso tomar também.

"Por quê?" pergunto suavemente.

"Talvez me fizesse dormir antes de você, te deixando sozinha."

Sinto vontade de passar meus dedos pelos fios de seu cabelo. Ele fecharia os olhos? Ele se acalmaria? Conseguiria dormir bem?

Vejo seus olhos passearem pelos meus cachos. Tenho vontade de permiti-lo me tocar, nem que seja só para colocar uma mecha atrás da minha orelha. Mas, por alguma razão, é mais íntimo estarmos na mesma cama sem nos tocarmos. Escuto sua respiração, ele escuta a minha, e existe tranquilidade nisto. O espaço entre nós dois parece mais um vale do que uma distância.

O som do interfone tira nossa paz. Me levanto da cama abruptamente. Tori acorda.

"Tenho que atender," aviso, nervosa.

"Falo primeiro pra ter certeza do que se trata, ok?" Ettore se senta, mais controlado.

Como imaginei, a polícia está me procurando. Ettore libera o elevador. Passo meu batom para esconder o corte no lábio, pois podem suspeitar que ele me agrediu, que sou refém dele ou sei lá.

Descemos do quarto para o hall e ficamos esperando em pé, eu na frente e Ettore atrás de mim com as mãos nos bolsos. Não estou mais nervosa.

"Você já sabe o que fazer, magnólia," Ettore me elogia.

O elevador se abre e dois policiais entram no apartamento.

"Srta. Delacorte?"

"Sim?"

"A senhorita está bem?"

"Bem, eu estava melhor quando na cama," cruzo os braços.

Os policiais ficam um pouco constrangidos com o duplo sentido.

"Estão me procurando? Não é novidade eu sumir de festas pra fazer sexo."

O policial pigarreia. "Senhorita, é que um assassinato aconteceu no aniversário."

"Quê?! Como assim?! Meus pais estão bem?" atuo.

"Eles estão bem, senhorita. Não se feriram, nem nada. Eles apenas querem saber se você está segura. Seu celular se encontra desligado."

"Sim sim, estou bem. Tem algo que eu possa fazer pra ajudar?"

"Não será necessário. Apenas precisamos que a senhorita venha conosco pra ser levada a sua casa em segurança."

MAGMAOnde histórias criam vida. Descubra agora