◈ CAPÍTULO 32 ◈

5.7K 480 96
                                    

Em vez de almoçarmos na cafeteria da universidade, eu e minha prima escolhemos vir a um restaurante luxuoso que tem uma decoração vitoriana

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Em vez de almoçarmos na cafeteria da universidade, eu e minha prima escolhemos vir a um restaurante luxuoso que tem uma decoração vitoriana. Antonella conversa comigo sobre o próximo vídeo do seu canal no YouTube: testando novas maquiagens da Fenty Beauty, que a própria Rihanna lhe deu. Seu canal é variado.

O garçom chega com nossa sobremesa e meus olhos involuntariamente batem na televisão, que se localiza numa parede distante de nós. O que está se passando na tela me paralisa.

Fabrizio foi assassinado. O político que estava ganhando do meu pai em popularidade. Seu corpo foi encontrado dentro de uma mala.

Ele é um mala. Tenho que encontrar uma solução de ultrapassá-lo, me recordo das palavras do meu pai sobre seu oponente. Me arrependo de não ter prestado atenção na conversa.

Políticos sempre têm sujeira. Seu pai é o pior. As palavras de Ettore ecoam nos meus ouvidos. Seu pai é o pior, seu pai é o pior, seu pai é o pior. Vou delirar.

"Dala?" escuto minha prima me chamar.

Eu não deveria estar pensando isso. Não deveria estar pensando no meu pai chamando Fabrizio de 'um mala' e seu corpo sendo encontrado numa mala ou no meu pai falando que tinha que encontrar uma solução de ultrapassá-lo, porque assassinato é uma solução de não ter Fabrizio como competidor. É loucura eu estar pensando isso do meu pai, certo?

Mas quero segurar as mãos de Antonella, e dizer: Tônia, eu sei que vou parecer maluca, mas também sei que você guarda meus segredos, então me escuta: eu acho que meu pai assassinou aquele político. Não posso. Não consigo. Só posso estar perdendo a cabeça.

O túnel da minha mente me deixa claustrofóbica, pois não estou mais num túnel. Eu caí dentro de um buraco.

"Foi mal," tento aparentar recomposta. "É que aquele político na TV era um dos adversários do meu pai, então fiquei preocupada de acontecer o mesmo com ele."

"Você acha que uma gangue pode assassiná-lo também?"

Meus olhos se arregalam. Antonella sabe que as gangues existem.

"Meus pais já mencionaram umas vezes," ela explica. "É um dos motivos do meu pai não ser político: pra não sermos um alvo."

Me sinto menos solitária em minha prima saber. No entanto, é solitário não conseguir contar que não temo meu pai ser assassinado e sim que acredito que ele é o assassino.

"É... Mas meus pais não aceitam eu tocar no assunto," respondo, pegando minha sobremesa.

"Os meus também não. Disseram que é perigoso eu mencionar até pra você. Mas tenho medo que algo te aconteça, pois com certeza tio Tiberius é um alvo."

"Como pode ter certeza?" dou uma risadinha fraca.

"Ele vai se candidatar à presidência e ele é Tiberius Delacorte. Acho que muita gente o quer morto." E Antonella coloca uma colher de sobremesa na boca, como se essa nossa conversa fosse rotineira.

MAGMAOnde histórias criam vida. Descubra agora