A vontade é de permanecer na cama ao ler a mensagem do Luigi me questionando o porquê não respondi suas mensagens ontem à noite. Me seguro pra não responder 'porque enchi a cara e Ettore me fez companhia'. Apenas respondo 'eu estava como muita dor de cabeça'.
Uma funcionária me preparou um banho para eu dormir, então só escovo os dentes e lavo o rosto, sem forças pra cuidar da pele agora. Tomarei café da manhã com meus pais, mas faltarei a faculdade.
Arrumada casualmente, me sento à mesa.
"Melhorou da dor de cabeça?" meu pai me pergunta. Não obrigamos uns aos outros a falar 'bom dia'.
"Um pouco. Só não estou disposta ainda."
Ficamos em silêncio enquanto começo a comer.
"O que acha de ter guarda-costas?" minha mãe sugere com uma falsa inocência, para me manipular.
Ter guarda-costas = menos chances de eu me envolver em polêmica.
"Não estou em perigo," respondo meio grosseira, sem olhar nos seus olhos.
"Sempre estamos em perigo, minha filha. Somos uma família política," meu pai rebate com um falso controle.
Abaixo os talheres e olho pro rosto dele, "Quando o marido da Francine foi assassinado, perguntei se precisávamos nos preocupar. Você respondeu que não e mandou eu não me meter no assunto."
"Não foi dessa forma grosseira como você está vendo," minha mãe defende o marido, como se ele não tivesse batido os punhos na mesa naquele dia. "É um assunto perigoso, porém, não precisamos nos preocupar."
"Então recuso os guarda-costas." E retorno a comer.
"Nos preocupamos com você, Magda," meu pai persiste. "Você estava demasiadamente vulnerável ontem. Não achamos seguro você no carro com Ettore."
Ele está insinuando que Ettore poderia me assediar. O quão baixo meu pai iria para eu me afastar do 'cientista maluco'? Me sinto uma bomba relógio, prestes a explodir a qualquer momento, deixando sair as coisas que guardei por tanto tempo. Quero gritar que eu corro mais perigo com meu próprio namorado. Mas a bomba ainda não explode. Se eu defender Ettore, será pior. Estou acreditando que meus pais contratariam guarda-costas para me vigiar sem eu saber.
"Eu sei, papai. Mas não quero essa falta de privacidade."
"Certo. Foi só uma sugestão," ele encerra.
Decido que, após a aula de Antonella, passarei a tarde com ela na sua casa. Contarei sobre meus pais não aprovarem eu me relacionar com Ettore e contarei sobre ontem, inclusive que ameacei atirar em Luigi. Se eu atirasse, sei que minha prima me ajudaria a enterrar o corpo.
Ter implantado o GPS no carro do Luigi não está sendo de grande ajuda. O playboy vai a lugares desinteressantes. Investigamos o que ele faz nesses lugares e, como seu notebook tem pouca proteção, conseguimos entrar no sistema, o que acabou nos levando a conferir até que tipo de pornô ele curte.
"Não acho que ele seja inteligente o suficiente," comento a Vitorino na sala de computadores. "Ou talvez a pessoa que ele contratou o ensinou a não deixar rastros nem no notebook."
"Continuaremos de olho," é o que meu mentor responde, cansado.
Também. Só quero ir pra casa agora. Tenho um evento para comparecer com meu pai amanhã à noite e já estou desgastado devido a antecipação de sua presença e porque nos sentaremos à mesa com Tiberius Delacorte.
Twitter: beckymero
Instagram: rebookys
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MAGMA
RomanceSerial killer de políticos sujos e corruptos, o maior desejo de Ettore D'Angelo é eliminar a filha do magnata que assassinou sua mãe. Magdala Delacorte é a peça essencial para desestabilizar seu inimigo neste jogo mortal de vingança. Mas quanto mais...