◈ CAPÍTULO 74 ◈

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Jasmine não poderá comparecer ao velório mais tarde

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Jasmine não poderá comparecer ao velório mais tarde. Contratei enfermeiras particulares para cuidar dela 24 horas. Está se recuperando em casa e de luto pela perda do bebê. É claro que meu luto não se compara ao seu, entretanto, me imaginei sendo um irmão mais velho, dando todo o amor que não recebi do meu pai. Dolorosamente, não terei mais essa oportunidade.

Minha madrasta acorda. Estou sentado numa poltrona ao lado de sua cama kingsize que ela compartilhava com o marido. O quarto luxuoso é minimalista.

"O velório já acabou?" ela me pergunta, voz um pouco fraca. "Eu deveria ter comparecido."

"Você não deveria nada, apenas repousar."

Ela aponta para as cortinas fechadas. Pego o controle e as abro, iluminando o quarto com o sol da tarde e oferecendo a vista de um dos jardins da mansão.

"Planejávamos ter um bebê há algum tempo," minha madrasta revela. "Salv queria um herdeiro reserva e um dos meus sonhos é ser mãe. Fiquei emotiva e quis um momento em família naquela noite de cinema. Só conseguimos engravidar recentemente."

Herdeiro reserva. Que motivo bonito para se tornar pai, não acha?

"Você merece ter um bebê com alguém que não a maltrate."

"Estou envergonhada, Ettore. Não sei o que deu em mim. Fui tão violenta. Nunca fui assim. Não me reconheci. Quando eu for para cadeia, você me perdoará?"

Jasmine não será suspeita na morte do meu pai. Acreditaram que ela sofreu o aborto devido a tristeza que sentiu com o assassinato do marido. Não investigarão a pobre viúva do empresário caridoso.

"Não se preocupe com isso. Eu contrataria os melhores advogados de Avas para sua defesa. Acredite, Jasmine, eu teria sido mais violento com meu pai. Magdala e Antonella também não a julgam. Elas estão orgulhosas."

"Não brinque, Ettore. Eu cometi assassinato. Talvez seja o choque que o tenha feito não absorver a gravidade do que cometi."

Você sabe que eu não sou santo, mas não sabe fiz meu pai me temer. "Me recuperei mais rápido do que imagina. Agora," me levanto e ajeito os botões do meu terno de velório, "aguarde suas enfermeiras trazerem sua próxima refeição. Você foi uma guerreira, Jasmine. Estamos livres." Beijo sua testa antes de ir.

Caminho ao lado do caixão do meu pai

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Caminho ao lado do caixão do meu pai. É um sentimento estranho. Uma parte de mim ainda o queria na minha vida; a parte carente de pais ou a parte fodida que estava acostumada com o relacionamento abusivo.

Enquanto assisto o caixão ser enterrado, Chaewon segura minha mão, desde criança sempre ao meu lado em todos os momentos da minha vida. Dario segura a mão da namorada. Gostaria que Vit estivesse aqui, mesmo não sendo possível.

Meu mentor ficou me ligando, preocupado comigo ao saber da explosão. Quando finalmente pude atender, me confirmou que a missão da tal gangue era matar o médico pedófilo junto a seus cúmplices.

Recusei fazer um discurso, mentindo que eu estava abalado demais para conseguir me expressar. O dono de uma ONG que 'o querido Salvatore' doava dinheiro aceitou discursar por mim. Quando ele faz um trocadilho com o nome do meu pai e a palavra 'salvador', me controlo para não demonstrar meu desgosto. Não permiti fotógrafos, pois não quero registros para a mídia ficar revivendo o enterro de um "salvador". É injusto que meu pai tenha morrido sendo chamado de herói.

Os convidados me prestam as condolências e respondo todos roboticamente. Não preciso chorar, porque ninguém espera isto de mim.

Avisto Magdala, tão sombriamente bela com seu look preto. Seus olhos encontram os meus e eu sinto vontade de segurar sua mão para visitar o túmulo de minha mãe. Sempre venho sozinho. Hoje, almejo apresentá-la a Cinzia D'Angelo.

Me aproximo da empresária, que está encostada no seu Rolls-Royce Phantom branco, seu chofer junto a outros motoristas um pouco distante do carro, dando-lhe privacidade. Antonella me abraça pela segunda vez no dia, e então sai de mãos dadas com os namorados, me deixando a sós com sua prima.

"Empresário Ettore," Magdala provoca, agora que herdarei as empresas do meu pai.

"Você realmente não sabia que eu já era acionista das empresas do meu pai?" ergo as sobrancelhas. "Não acredito que você achava que eu só vivia de mesada e herança da minha mãe," finjo ofensa.

"Eu sei que você nunca foi filhinho de papai como Luigi," ela descruza as pernas e se desencosta do carro.

Tiro seus óculos escuros, guardando no meu bolso como se tudo dela me pertencesse, e ofereço meu braço, "Junte-se a mim."

Ela resiste por três segundos.

Caminhamos pelo mesmo cemitério dos Ferrari. Eu rio mentalmente ao lembrar que Luigi não será enterrado ao lado dos pais, porque não sobrou um dedo seu para contar história.

"Tem que haver provas para mostrar quem Salvatore realmente era," Magdala comenta, provavelmente pensando no discurso da ONG.

"Se eu ficar remoendo isso, cometerei um crime na frente dos convidados."

Chegamos no túmulo da minha mãe. A respiração de Magdala falha por um instante. Sua expressão se entristece.

"O lugar favorito dela era seu jardim florido," eu conto, lembrando de seu sorriso em meio as suas dálias. Pago para que nunca falte flores ao redor do túmulo.

"Salvatore não merece ter o sobrenome de vocês na lápide."

D'Angelo é o sobrenome da minha família materna. Meu pai mudou o seu para se mostrar um marido tão apaixonado pela esposa, que mudou até de nome por ela. Agora ele é o viúvo que nunca mudará o sobrenome por respeito a ex-esposa.

"Se for possível, gostaria de visitar Jasmine hoje à noite. Com Antonella."

"É possível. Chaewon e Dario vão também."

"Por que me trouxe aqui, Ettore?" Magdala me pergunta de repente, estudando meu rosto, sem se soltar do meu braço.

Escondo tantas coisas, que me perco dentro de mim mesmo. Persegui esta garota com o plano de me vingar de seu pai, mas a trouxe para o lugar mais pessoal da minha vida. Não para culpá-la e sim porque sua companhia faz sentido. Mas por que faz sentido? Sabe por que, Ettore? Porque você é apaixonado pelo seu alvo, as palavras de Chaewon gritam nos meus ouvidos.

Olho para o pôr do sol, e minto mais uma vez, "Não sei."

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