◈ CAPÍTULO 71 ◈

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Meus pais estão quietos

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Meus pais estão quietos. O que me leva a temer se estão planejando minha morte. Mesmo Vitorino suspeitando que os Azuis ajudaram Luigi a invadir meu iate, uma parte de mim não quer acreditar. Infelizmente, faz sentido.

"A boa notícia é que meus Pratas trituraram os membros do Luigi," Ettore me contou na ligação de ontem à noite.

Sem corpo, sem crime é como geralmente o tribunal declara. Estou livre.

"Luigi não terá nem a dignidade de ser enterrado," comemorei.

O andar do meu escritório está meio vazio sem minha secretária; seu sorriso e cabelo rosa adicionam cor ao ambiente. Ela me enviou uma mensagem explicando que adoeceu, então desejei melhoras e lhe dei dias de folga.

Hora de ir pra casa. Pego o elevador para o estacionamento da empresa.

A porta se abre e fico surpresa ao ver uma pessoa dentro. Branca, alta, cabelo preto com corte bob e franja, olhos azuis, terno azul escuro e unhas da mesma cor. Nunca a vi antes por aqui. É uma nova funcionária que não me apresentaram? Aparenta estar na faixa dos 40 anos. A mulher me cumprimenta com a cabeça, sorriso pequeno nos lábios pintados de vermelho. Retribuo, me posicionando ao seu lado no elevador, distância respeitável. Seu perfume é doce, quase enjoativo.

Observo a numeração dos andares na tela, não querendo conversa. Há algo estranho entre nós duas. Um silêncio desconfortável. Uma tensão misteriosa.

O elevador para no andar dela. "Foi um prazer te conhecer pessoalmente, princesa."

Meu corpo congela. Essa mulher não trabalha na minha empresa. Assisto o elevador fechar com ela olhando diretamente nos meus olhos.

Só percebo que cheguei no estacionamento quando escuto o apito devido a porta estar aberta sem ninguém entrar ou sair.

Passo pelas vagas com a sensação de estar sendo seguida. Como se alguém estivesse à espreita para me atacar. É um ambiente fechado, no subsolo da empresa. Meu salto no piso é o único som presente.

Abro minha Lamborghini olhando em volta do estacionamento. Nada, ninguém, apenas câmeras. É só eu trancar o carro, tirar meus sapatos para dirigir, pôr o cinto de segurança, que tudo ficará bem.

Estou prestes a guardar minha bolsa, quando travo. Sinto um cheiro de flores no meu carro. Mas o que me deixa imóvel são as mechas de cabelo rosa no banco passageiro. Minha respiração falha. Tremendo, olho para trás. Meu grito de terror ecoa por todo o estacionamento, lágrimas borrando a visão macabra.

Lorena foi decapitada. Seus olhos e boca estão costurados e sua língua foi cortada, colada na sua orelha. Leio o papel pregado na sua testa:

Cale a boca ou calamos por você

Ao olhar para frente, avisto aquela mulher apoiada em um pilar, braços cruzados, sorrisinho frio, olhar gélido. Uma assombração. Me apresso para pegar minha arma na bolsa. Não encontro e me desespero. Alguém entrou no meu escritório antes de eu sair e pegou minha arma.

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