17 | οяєgοи, ραяτ 2

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sᴏғʏᴀ ᴘʟᴏᴛɴɪᴋᴏᴠᴀ

Parei para analisar seu rosto com mais calma do que nas últimas vezes em que direcionamos a palavra um para o outro. 

Ele parecia apreensivo, mas curioso para saber minha resposta.

— Eu realmente não sei. — Respondi com sinceridade. — Heyoon está mais que certa, Alex. Nós não podemos ficar assim.

Tinha várias coisas em mente para contar no momento em que tivéssemos aquela conversa tão temida. 

— Sim, eu sei — passou as mãos pelo cabelo tingido. — Eu gosto de você e você de mim... O que pode dar errado?  E não me diga que não sente nada por mim, porque se não sentisse, teria se afastado no momento em que percebeu que iríamos nos beijar.

Fiquei calada, tentando formular uma boa resposta. 

— Eu não quero perder sua amizade, Alex — falei, me sentindo totalmente patética.

Ele me olhou com compreensão, e se ajoelhou na minha frente, pegando minhas duas mãos.

— E não vai. — Alegou. — Olha... o que você acha de nós tentarmos... algo. 

Um arrepio percorreu pelo meu corpo ao escutar ele ditar aquela frase. 

— O que você quer dizer? — perguntei.

— Podemos tentar um relacionamento, se você quiser, para vermos se daremos certo juntos. Caso dar, ótimo, mas caso não dar... Nós continuamos na amizade. — Explicou.

— Mas vai mudar tudo, se não dar certo — deixei meu corpo cair, entrando em contato com o colchão. Suspirei. — Nós não vamos ter a mesma amizade de antes, vamos nos afastar e estragar tudo...

— Já pensou na possibilidade de dar certo sim? Nós ainda nem temos nada, foi um beijo — ele deitou ao meu lado. 

— Pois é, e por causa de só um beijo, ficamos sem conversar por quase uma semana. Imagina após um término? Não, simplesmente não dá! — neguei veementemente a cabeça.

— Sofya, para de ser tão pessimista! — disse. — Tudo bem, para você ficar mais tranquila e confiante na minha proposta, eu prometo que se não dermos certo, eu vou continuar o mesmo com você e vamos fingir que esse relacionamento nunca aconteceu, e seguiremos com a amizade, capiche

Capiche — falei. — Só aceitei essa maluquice porque gosto de você. 

— Idem, Sofy — riu, e voltou o olhar para mim. — Então, já que estamos namorando, eu posso...  — ele não terminou de falar, pois estava sem jeito.

— Sim, você pode me beijar. — Falei, e vi um brilho surgir no seus olhos com as pupilas dilatadas.

— Mesmo? Não vai me dar um tapa na cara, me evitar ou ficar brava? — Indagou rápido, e neguei, rindo por seu nervosismo. — É que você sabe, da última vez meio que...

Revirei os olhos, me sentando, o puxando pelo colarinho da camisa, forçando-o a se sentar também, fazendo com que seus lábios se encontrassem aos meus. Ele se assustou de imediato, mas logo cedeu e transformou em um beijo casto, porém intenso.

Alex pôs sua mão direita na minha cintura, me puxando para um pouco mais perto, e a outra foi de encontro a minha nuca. Eu apenas passeva minhas mãos pelos seus cabelos e pescoço.

Sua boca tinha gosto de menta, diferentemente do dia do baile, onde ambos havíamos bebido muito ponche e o aroma impregnou.

Era tão bom beija-lo sabendo que eu poderia estar o beijando, sem qualquer preocupação de alguém estar olhando, da nossa amizade em risco ou outra paranóia.

𝐁𝐄𝐒𝐓 𝐅𝐑𝐈𝐄𝐍𝐃 • ꜱᴏꜰʟᴇxOnde histórias criam vida. Descubra agora