31 | нєαя γου

118 5 1
                                    

ᴀʟᴇx ᴍᴀɴᴅᴏɴ

01:48ᴘᴍ.

— Onde ela está?! — perguntei para Josh, assim que o vi na porta. Ele com certeza já estava a par da situação. — Me diz onde ela está, Josh!

— Alex, se acalma! — falou. Josh me levou até a sala de descanso, onde estavam Hina e Krystian.

— Como eu vou ficar calmo? — falei, alto. O loiro suspirou. — Eu passei o dia inteiro com o peito apertado, sem saber o que era, e agora, recebo a notícia que a Sofya está internada... É demais pra mim!

— Estamos todos nervosos, Alex! Krystian disse que não foi nada grave e que pudesse deixar sequelas, foi só um susto!

Mesmo que Krystian ou Hina — que eram médicos internos — me dissessem a mesma coisa que Josh, eu não iria conseguir relaxar, não antes de ver a minha Sofya.

Ela não merecia passar por aquilo.

Hina sorriu fraco na minha direção, e se levantou, com os braços abertos.

Os braços dela rodearam meu pescoço e passei os meus por sua cintura, apoiando meu rosto no seu ombro, sentindo algumas lágrimas brotarem em meus olhos.

— Você a conhece, sabe que ela vai sair dessa — a morena acariciou minhas costas. Ela se desvencilhou, e enxugou minhas lágrimas, deixando um beijo em minha testa.

— Vamos contar para o pessoal, ou esperar melhores notícias? — Krys questionou — Temos a Saby, a Sina...

— Justamente por isso acredito que seja melhor nós esperarmos melhores notícias, antes de contarmos para elas. — Josh informou. — Joalin está na sala com ela, e só por ela ser extremamente impessoal profissionalmente, a Dra. Cooper a deixou ficar.

Foram minutos torturantes, tão torturantes que imaginei que fossem horas.

Krystian e Josh tiveram que ir para seus postos, mas Hina permaneceu comigo, por seu plantão ter passado faziam duas horas.

Pelas regras do hospital que não me permitiam ficar na sala de descanso dos médicos, a morena me guiou até a sala de espera, próximo ao cômodo onde Sofya estava, e pelo vidro, pude enxergar Joalin.

Me sentei em uma das cadeiras, inclinado para frente, com os cotovelos apoiados nas pernas.

— Você quer contar alguma coisa? — escutei a voz de Yoshihara, que estava sentada ao meu lado. — Sinto que tem alguma coisa incomodando você, além disso.

Pensei se realmente houvesse algo que eu queria pôr para fora, mas não conseguia identificar nada.

— É que foi muito de repente. Uma semana atrás, estávamos falando sobre casar e ter filhos... E agora, ela está hospitalizada. — Contei. — Não sei o que uma coisa tem a ver com a outra, mas não quero que nada de pior aconteça com ela, sem que a gente possa casar, e eu parar de pedir permissão para beijá-la. — Sorri fraco ao lembrar do nosso acordo.

Hina me abraçou de lado.

— O tempo é curto e a vida é breve, Alex, mas não acho que algo pior possa acontecer, antes de vocês dois casarem e serem uma família. — Disse.

Joalin saiu da sala em seguida, vindo até nós. Sua expressão era cansada, porém, parecia satisfeita.

— Como ela está, Dra. Loukamaa? — Hina questionou.

— No momento, dormindo. Teve uma pequena lesão na cabeça e machucou um pouco as costas. Fizemos um raio-x, e ao que tudo indica, por volta de duas ou três semanas, ela já vai estar cem por cento. — Joalin explicou. — Foi um milagre ela ter chegado aqui apenas com essas duas lesões.

Um sentimento de alívio me invadiu, e respirei fundo. Sem pensar, abracei a loira de jaleco.

— Obrigado, Joalin — Sussurrei em seu ouvido.

— É só o meu trabalho — ela retribuiu o abraço. — Quer ir vê-la?

— Claro. — Respondi, me desvencilhando.

Segui Joalin até a sala que estava a poucos metros de distância, e adentrei, com as minhas mãos suando frio.

Ela estava deitada na maca, de barriga para cima, com a expressão calma de sempre, em um sono tranquilo.

No seu braço, havia uma agulha que lhe dava o soro que estava ao lado do leito.

— Está tudo bem com ela. O máximo de dor que ela pode sentir é na cabeça, pela batida leve que ela deu no volante. Quando acordar, vai ganhar alta — Joalin explicou, checando o prontuário. —  Comparando com as lesões que ela já teve por causa do balé, isso não foi nada. Vou deixar você a sós com ela, até acabar o horário de visitas.

Cheguei perto do leito, e me agaixei. Acariciei sua mão esquerda.

— Espero que você acorde em breve, porque quero te abraçar e beijar. — Falei, mesmo sabendo que ela não me escutaria.

Mesmo em uma cama de hospital, sua expressão era calma e seu rosto tinha um ar angelical.

— Acho que você vai gostar de saber que eu e Deus tivemos uma conversa, enquanto eu vinha pra cá. Pedi que nada de grave tivesse acontecido com você, e Ele me atendeu, porque você saiu ilesa, pequena. Sei que quando sair daqui, vai estar alegre, sempre sorrindo e radiante, como você sempre faz após uma fase ruim, e eu mal posso esperar para ver essa imensidão esverdeada que eu tanto amo, assim como esse sorriso que é responsável por me deixar de bom humor e com o coração palpitando, e ouvir você falando sobre tudo e nada ao mesmo tempo. Mal posso esperar para te ver acordada.

Me sentia ridículo por falar com uma pessoa tomada por sedativos, mas algo me dizia que ela estava me ouvindo, e que eu poderia continuar falando o quanto eu quisesse.

— Se você tivesse a noção do susto que me deu hoje, acho que nunca mais sairia de perto de mim, quando eu sentisse a mesma coisa estranha que senti hoje, e é o que eu vou fazer das próximas vezes: não deixar que você saia de perto de mim, até eu ter certeza de que você está segura. — Aleguei.

Lembrei da primeira vez em que Sofya se machucou na ginástica, quando quebrou o ombro direito e deslocou as duas pernas. Todos os médicos disseram que ela poderia ter ficado paraplégica.

Em companheirismo á ela, passei todo o tempo de sua recuperação sem fazer o break, pois eu ficaria sem fazer o que eu mais amava, apenas porque ela não podia fazer o que mais amava também.

Hina apareceu na porta da sala.

— A Dra. Loukamaa pediu para avisar que o horário de visitas acabou. — Ela disse. — Vá para casa descansar, Alex. Se eu tiver qualquer notícia da Sofya, eu aviso você.

Assenti e dei um breve sorriso. Voltei a encarar minha namorada, e deixei um beijo na sua testa.

Antes de deixar o cômodo, dei um último abraço em Hina.

— Fica bem, 'tá? — falou. — A Dra. Hidalgo vai atender até mais tarde hoje, caso queira conversar com ela.

Sai do hospital, com a sensação de que deveria ter dito o que queria, desde quando conversamos sobre casamento e filhos.

[...]

maratona do feriadão (3/5)

— Isa <3

𝐁𝐄𝐒𝐓 𝐅𝐑𝐈𝐄𝐍𝐃 • ꜱᴏꜰʟᴇxOnde histórias criam vida. Descubra agora