Encontro

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Quando li a mensagem do PA senti um certo alívio só de saber que ele ainda queria falar comigo, de que de alguma forma ele ainda se importava. Respirei aliviada. Estava tensa só de pensar que ele nunca mais fosse querer olhar na minha cara, essa possibilidade me machucava.

Então ele estava vindo a SP... Provavelmente a trabalho, muitas oportunidades estão surgindo pra ele nessa nova fase. E de alguma forma ele encontraria um tempo só para conversarmos, colocar os pingos nos is e isso e deixava feliz.

Não demorei muito a respondê-lo

💬

J: "Oie PA! Espero que esteja bem...
Podemos nos encontrar sim. Tem um lugar em mente?"

Não demorou muito para que ele respondesse.

PA: "Nem conheço SP direito, não faço ideia de um local. Podemos nos encontrar no apartamento que eu vou ficar."

J: "Sabe o endereço?"

PA: "No Lindenberg na Vila Mariana"

Sorri involuntariamente com a sua resposta. Eu juro que as coincidências entre a gente as vezes me assustava. Com milhares de apartamentos e hotéis em SP ele vai ficar hospedado justamente no mesmo prédio que o meu.

J: "Eu moro nesse prédio" - Respondi animada. - "Como você vai chegar amanhã e com certeza não vai ter tempo de comprar nada no supermercado, que tal vir pro meu apartamento? Assim preparo algo pra jantarmos." - Talvez fosse loucura nos encontramos em um apartamento depois desse tempo todo longe, mas se quisermos ter o mínimo de privacidade esse é o lugar ideal. Se formos a um restaurante, por mais reservado que ele seja não vamos conseguir passar despercebido.

PA: "Firmeza, Deja. É uma boa, assim conseguimos conversar melhor. Até amanhã! Aviso você quando eu chegar em SP."

💬

Estava ansiosa e empolgada com esse encontro. Precisa vê-lo, queria muito ter uma conversa e esclarecer nossa relação. Eu precisava ter uma resposta, saber se seríamos só amigos ou se teríamos uma amizade colorida. Não importa como, mas queria tê-lo por perto.
Imediatamente enviei uma mensagem para Nina. Ela me ligou por vídeo chamada e estava tão animada quanto eu para esse encontro. Minha melhor amiga ficou encantada pela pessoa incrível que o Paulo André é, ela queria muito conhecê-lo, dizer que torceu por ele e agradecer por ter cuidado tão bem de mim. Disse pra ela que estava um pouco nervosa, queria ter o poder de avançar o tempo e ter essa conversa com ele o quanto antes. Nina me aconselhou a ter calma e a ser extremamente clara do que eu queria, não dar margens pra outras interpretações.

Nina: "Vocês têm uma vibe e uma conexão incrível, parece até de outras vidas. E você sabe a loucura que é o mundo de vocês aqui fora, sempre tem várias pessoas querendo sugar até a última gota de energia, então se quiserem continuar próximos precisam ser sempre claros um com o outro."

Concordei com ela. Nina estava certa, pra que nossa relação pudesse dar certo precisamos ter clareza, ser sempre sinceros um com o outro como fomos lá dentro. Ela é a melhor amiga que eu poderia ter.

Nina cuida de mim com todo amor do mundo, na vida, na minha carreira, nos meus negócios. Ela sempre está disposta a me ajudar e sempre preocupada com o meu bem estar. Eu a amo demais, faço tudo por ela e sei que ela é capaz de tudo por mim.

Nos despedimos desejando uma boa noite e não demorei muito pra cair em sono profundo, estava exausta do dia de trabalho.

Acordei cedo na terça-feira. Pra ter um tempo disponível a noite eu precisava adiantar todos os trabalhos. Foi um dia intenso, nem deu tempo de pensar em outra coisa a não ser nas reuniões, fazer conteúdos pro insta e tiktok e agora também estávamos pensando em novos projetos pro YouTube. As vezes eu penso que precisaria de duas de mim pra dar conta de tudo.

Gravei a última publi do dia com o Thiago e a Nina e logo me despedi deles, pois precisava preparar tudo pra chegada do PA. Falei com ele mais cedo e ele disse que viria por volta das 21h. Meu apartamento estava uma bagunça, parecia que havia passado um furacão ali. Nessa loucura de gravações sempre termina assim com várias roupas e produtos espalhados pela casa.

Dei uma leve organizada em tudo e depois fui tomar um banho. Vesti um conjunto de moletom branco básico e uma make leve, tão natural que parecia até que estava sem maquiagem, afinal estou em casa.

Quando já ia começar a fazer nosso jantar o som da campainha ecoou pelo meu apartamento.

Meu coração disparou nesse momento e minhas mãos começaram a suar frio. Respirei fundo antes de abrir.

Lá estava ele.
Lindo como sempre.
Seu sorriso charmoso me fez morder o lábio inferior e logo depois dei um sorrisinho para disfarçar. Ele estava com uma blusa e bermuda preta e o meu bucket roxo de florzinhas.

Ele me abraçou e fiquei perdida em seus braços, aquele parecia ser o melhor lugar do mundo.

PA: "Não vai me chamar pra entrar, Deja?". - Meu Deus! Que vergonha. Fiquei perdida admirando ele e depois mais ainda com o seu abraço que até esqueci de chamá-lo pra entrar.

Balancei levemente a cabeça como se estivesse me alto repreendendo.

J: "Mais é claro, entra! Seja bem vindo ao meu cantinho."

Ele entrou e deu uma rápida olhada em tudo.

J: "Eu ia começar a fazer o nosso jantar agora... Uma tapioquinha com queijo, banana e tomate. Do jeito que você gosta." - Ele sorriu pra mim.

PA: "Agora eu também já sei fazer... Uma marrentinha me ensinou". - Dei um leve tapa em seu ombro o repreendendo.

J: "Que bom que trouxe meu bucket de volta!"

PA: "Eu hein, tá maluco... Perdeu Deja, agora ele é meu. Não devolvo por nada."

J: "Aff PAAAAA, deixa de ser ridículo."

PA: "Deixou pra mim então já era. Perdeu mermã, cê deu mole. Mó vacilo."

Era impossível não dar risada com ele ali. Ele conseguia ser ridículo, mas de certa forma era isso que eu mais gostava nele. Pedi pra ele me ajudar a fazer a tapioca e ele todo folgado sentou na cadeira dizendo que não ia fazer nada, que era minha obrigação servir ele já que estávamos na minha casa.

Folgado.

Predestinados (JADRÉ)Onde histórias criam vida. Descubra agora