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POV - PAULO ANDRÉ

Fui pego totalmente de surpresa com essa notícia. Não esperava, não parecia ser o momento e não havíamos planejado. Por fora estava calmo pra manter Jade da mesma forma, mas por dentro eu também estava muito preocupado. Essa é uma responsabilidade muito grande e que muda tudo na nossa vida. Sei que daqui pra frente serão necessários muitos sacrifícios, mas estarei disposto a tudo. Mesmo pensando no que vamos ter que abrir mão, também me sinto feliz, afinal é um filho e é o maior amor que uma pessoa pode ter.

Estava deitado com a Deja na cama conversando sobre tudo e tentando deixá-la mais a vontade com a situação. Ela me contou que havia esquecido de trocar o implante hormonal, ela falava que ainda não conseguia acreditar que logo ela que é sempre tão disciplinada e preocupada quanto a isso, acabou esquecendo.

PA: "Isso não importa, Jade. Não pode ficar se prendendo ao que passou, agora o esquema é pensar daqui pra frente." - Ela respirou fundo.

J: "Já ouvi o coraçãozinho batendo. Foi incrível, o único momento que consegui sentir alegria. Fiquei deslumbrada ao escutar." - Dei um beijo em sua bochecha. - "É o som mais lindo".

PA: "Espere até ouvir o chorinho ao nascer. Acho que jamais vou esquecer a sensação e ao mesmo tempo não consigo explicar, só quando se vive mesmo pra saber." - Minha mente encheu de lembranças do dia do nascimento do Pazinho.

J: "Acho que é um menininho, não sei por que, mas sinto isso." - Ela me encarou com seus olhos brilhando.

PA: "Com certeza é uma menina." - Sorri.

J: "Você gosta é de me contrariar, isso sim." Debochou.

PA: "Juro, dessa vez não tô zoando... Realmente acho que vai ser uma menina e eu acertei do Pazinho."

J: "Acho que não, mas logo vamos descobrir." - Ela me deu um selinho. - "Estou ansiosa pra sentir esse amor incondicional que tanto falam. Confesso, pensava que esse amor vinha instantaneamente ao descobrir que se está grávida, mas não foi assim. Pelo menos não comigo"

PA: "Eu não sei dizer... O que sei é que os hormônios mexem muito com a mulher. Lembro que a Thays ficou feliz quando descobriu a gravidez, mas ela odiava estar grávida no início por conta dos sintomas e se sentia mal porque queria muito ser mãe, mas não gostava de como é a gravidez. As mudanças, os enjoos, a falta de apetite. Tudo deixava ela irritada."

J: "Eu não senti tão forte ainda os sintomas. Tive perda de apetite, estresse e muito sono, não sei se vou sentir algo mais. Nesse momento o que mais me abala é o emocional." - A apertei em meus braços.

PA: "Vamos viver um dia de cada vez. Tantas outras mulheres que tem a mesma carreira que a sua tiveram filhos cedo e são muito bem sucedidas, pode ter certeza que você vai ser ainda mais daqui pra frente." - Disse tentando acalmá-la com relação a isso.

J: "Mas esses meus sentimentos não são só por conta do trabalho, mas porque agora parece que não tenho mais controle de nada e isso me deixa muito assustada. Não gosto dessa sensação de não ter domínio de algo e agora isso é inevitável." - Eu entendia ela de certa forma porque realmente é difícil lidar com essas incertezas.

PA: "Tenta focar no agora, vamos viver com calma cada dia. O ritmo vai ser esse."

Tinha uma dúvida pairando por minha mente e que estava com medo de perguntar. Por alguns momentos passou pela minha cabeça de perguntar sobre o Nicholas, mas não queria que aquilo soasse ofensivo a ela. Pensei em conversar sobre, mas decidi deixar meus pensamentos de lado. Se ela disse pra mim é porque deve ter certeza. Nesse momento quero focar somente em tranquilizá-la pra que se sinta melhor.

Conversei com ela sobre a gestação do Pazinho, ela me fez várias perguntas de como foi pra mim lidar com cada mês, com as inseguranças e expliquei pra ela que a real mesmo é que não há nada que possa nos preparar pra quando nasce. É uma das experiências mais transformadoras, porém também tem seus momentos de dificuldade. Tentei focar com ela somente nos momentos bons, pelo menos por agora. Até que ela se sinta bem emocionalmente pra falarmos de todo o resto. Fiz carinho até ela dormir em meus braços.

Nesses primeiros meses que são os mais difíceis vou precisar ser muito forte por ela. Ser um verdadeiro porto seguro. Vou precisar ter uma conversa com o meu pai pra adiar os treinos pelo menos por enquanto. Jade vai precisar do meu apoio. Principalmente por conta do seu emocional que ainda está em processo de aceitação.
...

POV - JADE

Na manhã seguinte acordei um pouco melhor após nossa conversa. Saber que ele ia estar do meu lado pro que eu precisar e que estava feliz, mesmo não sendo planejado, foi um alívio pra mim.

PA disse que sua mãe havia pedido pra tomar café na sua casa e que podemos aproveitar pra contar a eles. Porém, eu disse que antes queria muito contar ao meu irmão. Depois do PA, ele é a pessoa que eu mais gostaria de contar essa notícia. Então decidimos ir ao apartamento dele antes de subir.

Predestinados (JADRÉ)Onde histórias criam vida. Descubra agora