Ofensa

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POV - PAULO ANDRÉ

Despertei ainda sentindo meu corpo extremamente cansado. Como se eu não tivesse repousado aquela noite. Parecia que algo tinha passado por cima de mim. Na verdade passou. Deja passou e fez estrago.

Ela estava deitada de bruços e metade do meu corpo estava sobre o dela. Dormimos de conchinha e provavelmente nem percebemos quando nos movimentamos durante a noite e mesmo assim não conseguíamos dormir separados. Sai de cima dela e fiquei vendo-a deitada ali, com um sorriso de 50 dentes. Seu corpo ainda estava nu, totalmente descoberto. Fiquei alguns minutos admirando sua linda bunda que estava exposta. Eu ficava alucinado naquela perfeição empinada e tão redonda, olhava mesmo.

Nossa noite foi muito dahora. Foi massa saber que a nossa conexão é a mesma. Conversamos um pouco sobre tudo e terminamos a noite nos braços um do outro. Foi intenso. Era impossível não acontecer nada entre a gente naquele encontro. Nosso desejo era tão forte que era quase palpável. Eu já admirava a mulher foda que ela é, cheia de personalidade, determinada, focada, forte, destemida, independente... e depois de passar aquela noite com ela, passei a curtir ainda mais a Deja. Ela é braba pra caramba e em todos os sentidos.

Coloquei minha mão no seu cabelo e fiquei fazendo carinho enquanto lembrava da nossa noite. Ficava louco vendo o corpo dela, secava mesmo. Mas vê-la despida e completamente entregue a mim me deixou até desnorteado. Ela é linda por dentro e por fora.

Aos poucos ela ia acordando e se movimentava na cama. Até que vi seus belos olhos verdes abrindo e me encarando.

PA: "Bom dia, Deja!" - Desejei depositando um beijinho nos seus lábios.

Como sou alucinado por sua boca. Aquele lábios pequenos porém perfeitos. Tão corados.

Jade sempre acordava fazendo um biquinho. Nisso somos parecidos. Os dois demoram pra despertar e ficamos um bom tempo fazendo bico, até estarmos totalmente acordados.

J: "Bom dia!" - Ela disse e deu um sorrisinho. - "Eu tô toda dolorida."

PA: "É Deja... a gente fez estrago ontem." - Ela deu um sorriso largo.

Fizemos amor várias vezes. O quarto estava uma bagunça, invertemos as posições diversas vezes na cama e terminamos o round da madrugada de baixo do chuveiro. Depois da nossa brincadeira no banheiro caímos na cama quase que desmaiado de cansaço.

PA: "Já é quase 14h da tarde de uma quarta-feira, nossa equipe de trabalho deve tá louca com o nosso sumiço."

J: "Com certeza a Nina vai querer me matar por está atrasando a entrega de vários trabalhos hoje, mas vou me redimir trabalhando até mais tarde a noite." - Ela falou com a voz ainda meio preguiçosa e passando as mãos no rosto seguido de um bocejo. - "Minha vontade é de passar o dia aqui porque ainda tô bem cansada, mas tenho várias obrigações pra cumprir."

PA: "Eu também! Zé deve tá querendo minha cabeça nesse momento." - Respirei fundo só de lembrar da bronca que levaria dele. - "Eu preciso ir, tenho muitas entregas pra fazer. Tenho que gravar e enviar ainda hoje." - Disse a abraçando. Não queria ir, queria poder ter um dia em off.

Ela colocou suas mãos delicadas em meu rosto e deu um beijo na ponta do meu nariz e depois trocamos um beijo demorado, seguido de vários selinhos. Ficamos um tempo ali trocando carinhos, criando coragem pra começar o nosso dia.

Levantamos e tomamos um banho juntos. Deja preparou uma carne de soja com legumes pra gente pra tentarmos aguentar bem o nosso dia de trabalho. Logo depois nos despedimos e segui para o meu apartamento que fica dois andares acima do dela.

Tinha milhares de mensagens de trabalho pra responder e dezenas de entregas pra gravar pro Instagram.

O dia seria cheio.

POV - JADE

Eu estava totalmente dolorida. Meu corpo ainda não havia se recuperado da noite intensa que tivemos.

Perdemos a hora e acordamos bem mais tarde do que pretendíamos. Nina iria me matar, mas nem que eu fizesse todo esforço do mundo conseguiria levantar antes das 14h. Levantando esse horário ainda estava exausta.

Nossa noite foi incrível. Nossa conexão parece até de outras vidas. Nem parecia que ficamos mais de um mês longe um do outro. Conversamos sobre tudo e terminamos de uma forma quente que começou na sala do meu apartamento, depois quarto e finalizou no banheiro.

Nem precisaria treinar hoje, talvez até pelos próximos dias. Nosso treininho valeu por 4.

Combinei com a Nina de que hoje iríamos trabalhar no escritório. Já imaginava que o encontro com o PA pudesse render, mas nem cogitava que seria tanto.

Assim que entrei no escritório ela me olhou de um jeito safado. Ela estava louca pra saber tudo e me puxou imediatamente pra minha sala. Contei tudo pra ela com detalhes. Desde quando ele chegou, das nossas conversas até nosso final de noite quente. Ela ouvia tudo com empolgação.

N: "Fico feliz por saber que a conexão de vocês permanece e que tiveram uma boa noite de amor juntos." - Conhecendo a Nina sabia que ela estava preocupada com algo só pelo jeito dela de olhar.

J: "O que foi Nina? Sei que tem algo a mais pra me dizer, então pode falar. Sabe que sua opinião é importante pra mim".

N: "É que... Estou preocupada a respeito dele com a mãe do Pazinho. Parece que ele deixou claro que está pensando na possibilidade de ficarem juntos como uma família e isso talvez possa te machucar." - Eu tinha esse mesmo pensamento que ela e por isso tentei resistir ao máximo na noite anterior, mas estávamos nos desejando tanto que foi mais forte do que eu.

J: "Eu sei Nina, mas eu precisava viver isso com ele nem que fosse apenas uma vez. Eu tentei resistir, tentei mesmo, mas foi em vão tentar lutar contra isso. Queríamos há tanto tempo que acho que nada seria capaz de nos parar ontem." - Confessei e dei um longo suspiro. - "E também sei que ele pode decidir a qualquer momento ficar com ela e se tornarem finalmente uma família e se isso acontecer irei apoiá-lo, mas eu não conseguiria sem antes tê-lo por completo uma única vez. Pode parecer loucura ou confuso, mas eu não consigo ir contra os meus sentimentos."

Nina apenas me apoiou. Disse que ainda assim tinha medo de me ver machucada, mas que ela sabe que é quase impossível lutar contra os nossos sentimentos. Ainda mais no nosso caso que começou de uma forma tão louca e inesperada.

Terminamos a nossa conversa e seguimos para o trabalho.

A próxima semana seria de grandes realizações. Iria realizar mais um sonho meu. Ia participar pela primeira vez do maior festival do mundo, o Coachella. Estava animadíssima pra viver esse momento. E além disso eu também iria estrear no novo formato de programa do Encontro na Globo. Terei um quadro exclusivo de moda e que se fizer sucesso irei ganhar contrato fixo e vou poder gravar no estúdio em SP. Foi uma exigência que fiz já que minhas duas empresas são daqui, Jade Picon que tenho como empresária e influenciadora e Jade Jade que é minha marca de roupas, seria impossível pra mim me mudar pro RJ. Também terei um contrato aberto com a emissora. Com essa nova geração e a internet tão ativa, eles agora estão inovando nos contratos, então não terão minha imagem exclusiva. Posso continuar trabalhando com todas as marcas que desejar, fazer patrocínios, gravar pra outras plataformas como o YouTube, só não com as concorrentes direta do Globoplay, me permitindo continuar com minha carreira de influenciadora sem interferir no meu trabalho com eles. O que é ótimo pra mim que posso faturar muito mais.

Selecionei as fotos de divulgação e aprovei as edições do reels e Tiktok. Amanhã iríamos fotografar pra Glamour, separamos os looks que usaria na campanha que iria divulgar o meu quadro.
Entrei em reunião com a equipe da revista pra dar entrevista em primeira mão sobre tudo que iria rolar nesse meu novo projeto.

O dia de trabalho foi longo e assim sucedeu nos dias seguintes. A correria era tanta que nem consegui encontrar o PA novamente durante a semana. Apenas trocávamos algumas mensagens. Assim como eu, ele também estava cheio de trabalho e com muitos compromissos pra honrar.

Combinamos de nos ver no final de semana. Ele queria que eu conhecesse o seu apartamento, pois iria se mudar pra SP e pediu minha ajuda com isso.

No domingo passei metade do meu dia dormindo. Precisava recarregar as energias pra próxima semana. Aproveitei a tarde pra organizar o meu apartamento que estava de cabeça pra baixo de tanta bagunça. O dia parece ter passado voando e assim que anoiteceu eu subi para o apartamento do PA. Escolhi um look bem confortável, um conjuntinho preto da Adidas com cropped bege. Afinal iríamos ficar somente no apartamento.

Apertei o botão da campainha e não soltei mais. Adoro fazer isso com as pessoas que gosto só pra irritar. Ele abriu a porta furioso.

PA: "Quer que os meus vizinhos chamem a polícia?" - Ele disse sério - "São 20h de um domingo sua louca."

Sorri com a cara de indignação dele.

J: "Quanto exagero. Faço isso sempre aqui, eles nem devem ligar mais." - Ele ficou me encarando como se quisesse reprovar minha atitude.

PA: "Você é muito folgada."

J: "Cê não vai me chamar pra entrar?"

Ele se colocou na frente da porta barrando minha passagem e dando aquelas gargalhadas bobas com a minha reação.

Predestinados (JADRÉ)Onde histórias criam vida. Descubra agora