Nosso dia - Parte I

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Meu coração aqueceu quando despertei com o som da doce gargalhada do meu enteado. Fiquei feliz com o café da manhã que os dois prepararam. Amo a simplicidade desses momentos e sei que são os que ficam gravados em nossa memória para sempre. O Paulo André quis aproveitar a oportunidade de estarmos sozinhos com o Peazinho para contar sobre a irmã. Fiquei emocionada com a ansiedade dele em querer conhecer a Maya, mesmo sabendo que ele ainda não entende de fato o quanto esse encontro significa.


Admirava encantada enquanto o Peazinho alternava entre comer os biscoitos e brincar com os bonequinhos de Lego, sua boca e as mãozinhas estavam todas lambuzadas pelo chocolate. Foi inevitável não imaginar a Maya daqui a alguns meses fazendo a mesma bagunça que ele.


PA: "Tem farelo por toda cama." – Ele deu uma risada sapeca quando o pai o colocou no colo.


J: "A gente troca o lençol, ta tudo bem." – Dou de ombros finalizando o meu suco de laranja.


PA: "Vou dar um banho nele antes que suje a casa toda." – O Peazinho apertou as mãos na bochecha do PA melando o rosto dele de chocolate também. – "Garoto, você não tem medo do perigo." – Meu enteado dá risada e o Paulo André beija o pescoço dele fazendo cócegas.


"Papai, paaalaaa." – Pede entre gargalhadas. – "Pala, pufavô."


PA: "Apronta e depois não aguenta." – O Paulo André o colocou no chão e o Peazinho correu rapidamente para o banheiro.


Enquanto os dois tomavam banho, aproveitei pra trocar o lençol e depois levei a bandeja para a cozinha. Estava me sentindo leve como uma pluma. Receber a notícia de que a audiência enfim foi marcada trouxe uma sensação de alívio, mesmo sabendo que esse é apenas os primeiros passos até a guarda definitiva, ainda assim estava feliz com esse progresso.


Ouvi batidas na porta e fui até a entrada para abri-la.


N: "Hoje é o seu casamento!" – Minha amiga entrou saltitando.


J: "Nina, não vai mesmo me deixar ver nada?" – Falo fechando a porta com o pé.


N: "Confia em mim, escolhi tudo do jeitinho que você ama." – Ela se aproxima do balcão pegando algumas frutas.


J: "Isso não é justo." – Reclamo tomando o morango da mão dela. – "Você sabe o quanto sou curiosa."


N: "Quero que a sua única preocupação hoje seja curtir a Maya conhecendo a família, o resto deixa comigo." – Nina pega a fruta de volta colocando-a na boca.


"Papai, icina." – Ouço os passos do Peazinho correndo em direção a porta de vidro.


PA: "Esse moleque não vai sossegar enquanto não entrar nessa piscina." – Ele surge apenas de bermuda e com uma toalha em seu ombro.

Predestinados (JADRÉ)Onde histórias criam vida. Descubra agora