Predestinados (JADRÉ)

Irresistível

Nossos olhares permaneciam conectados enquanto tentávamos recuperar o fôlego depois de um dos beijos mais intensos que já trocamos. Um beijo quente, possessivo, sedento. Minhas mãos continuavam na sua cintura e as mãos dela ainda tocavam meu rosto. Não queria soltá-la, não conseguia me afastar. Senti tanta saudade de tê-la pra mim. Sinto meu coração transbordando paz, é libertador tê-la em meus braços novamente.

Estávamos tão entregues ao nosso momento que só nos lembramos do fato de não estarmos sozinhos ao ouvir burburinhos ao nosso redor. Jade se encolheu constrangida nos meus braços ao perceber que a imprensa havia acabado de televisionar nosso beijo. Ela não gosta de ter sua intimidade invadida, mas estávamos tão envolvidos por nossos sentimentos que não resistimos em supri-los.

Mantenho meus braços ao seu redor tentando protegê-la de alguma forma de todas aquelas câmeras. Vários microfones são apontados na minha direção e me questionam sobre nós dois. Paraliso imediatamente. De repente me vejo travando uma guerra interna. – O que respondo pra essas pessoas? Nem mesmo conseguimos conversar. Não posso dizer algo que possa colocá-la em uma situação desconfortável. E se a Jade continuar querendo apenas manter amizade, não posso comprometê-la falando algo no qual ela acabe sentindo-se pressionada pela mídia.

P: "Com licença, mas preciso levá-lo." – Senti alívio ao ouvir a voz do Patrick intervindo. – "Ele precisa se preparar para coletiva de imprensa."

Ele colocou as mãos em meu ombro empurrando-me, fazendo com que eu caminhasse na direção oposta. Os repórteres nos acompanhavam com as câmeras. Mantive a Jade protegida em meus braços. Assim que entramos na parte coberta do estádio, olhei ao redor procurando algum lugar para fugir de toda essa agitação. Vi a porta de uma das salas aberta e sussurrei para o Patrick que iria para lá enquanto ele tentava acalmar esse alvoroço que causamos.

Fechei a porta tão rapidamente quanto entrei. Soltei a jade do casulo que formei para protegê-la. Conseguimos enfim respirar mais tranquilos sem todas aquelas pessoas a nossa volta. Ela deu uns passos a mais para frente. Retrai meus músculos ao vê-la passar a mão pelo rosto.

PA: "Jade, me desculpa." – Ela me olhou confusa.

J: "Pelo quê?" – Questionou arqueando a sobrancelha.

PA: "Porque eu... eu... deveria ter pensado melhor antes de tomar uma atitude na frente de todos." – Disse cabisbaixo.

Ela inclinou seu corpo para frente se aproximando de mim, agarrou o meu queixo obrigando-me a olhá-la. Nossos rostos estavam a centímetros de distância um do outro.

J: "Você se arrepende de ter me beijado?" – Seus olhos se estreitaram ao fazer a pergunta.

PA: "Não, claro que não. Só não queria deixá-la numa situação desconfortável." – Ela franziu a testa.

J: "É com isso que está preocupado? Se eu estou me importando da imprensa ter flagrado nosso momento?" – Assenti e as linhas em sua testa se desfizeram no mesmo instante. – "Se tem algo que ficou cada vez mais claro conforme íamos nos reaproximando é que é impossível lutar contra os nossos sentimentos. Eu te amo, PA. E muito mais do que só como amiga e não quero mais resistir a isso." – Suas mãos desceram até a minha nuca aproximando nossos lábios deixando-os quase colados. – "Estou disposta a recomeçar."

PA: "Você não tem ideia do quanto desejei ouvir isso."

Coloquei minhas mãos na sua cintura e encostei meus lábios aos seus. Mordi seu lábio inferior e logo em seguida tomei a sua boca em um beijo apaixonado, minha boca pressionada a sua enquanto ambas exigiam posse uma da outra. Tudo fora dessa sala deixou de existir, enquanto aqui dentro meu corpo inteiro ansiava pelo dela. Suas mãos puxaram suavemente os fios do meu cabelo tornando o nosso beijo ainda mais profundo, envolvendo nossas línguas com movimentos libidinosos. Ouvimos algumas batidas na porta que ignoramos envolvidos demais pelos nossos desejos. Estávamos tão grudados que conseguia sentir cada pedacinho do seu corpo colado ao meu. Eu a beijava querendo tomá-la para mim naquele exato instante.