Predestinados (JADRÉ)

Ato de desespero

Eu queria me entregar a ele. Desejava isso mais que tudo. Mas não poderia enquanto ela estivesse lá. Tinha um sentimento dentro de mim que me dizia que se a gente ficasse enquanto ela ainda estivesse morando com ele, que poderia me magoar. Havia um enorme receio dentro de mim de que ele ainda pudesse voltar com ela e eu não queria passar por isso novamente.

Eu saia todas as noites. Ia curtir balada com os amigos e as vezes ficava com alguém. PA as vezes estava no mesmo lugar que eu e ficava louco quando me via flertando com outros caras. Ele sempre vinha atrás de mim querer satisfação, mas eu o ignorava. Afinal, eu não perguntava dele o que andava fazendo.

Pedro esta no Brasil e marcou um jantar de reencontro com os mais chegados. Ele queria muito juntar eu, Paulo, DG e Gustavo. Os que foram mais próximo a ele na casa. Também convidou nossos amigos porque quer muito conhecer todos. Tropa de amigos do PA, Thays, Nina, Fael, Leo, Vivi, esposa do DG e a Laís que está com o Gustavo. Ele reservou o Paris 6 e Isaac iria fechar o restaurante só pra gente. Estava muito ansiosa por esse encontro.

Agilizei tudo no trabalho e cheguei cedo em casa pra me arrumar. Eu e Nina iríamos junto com o Leo e se não ficar pronta no horário ele fala até nossa próxima vida.

Escolhi um look mais informal pra essa noite. Uma saia de couro preta e blusa de moletom vermelha. Maquiagem mais carregada nos olhos e tom nude nos lábios.

Publiquei nos Stories: "Noite de reencontros ❤"

Nina escolheu um vestido preto nada básico. Com um belo decote em V nos seios e com um decote na costa. Lindíssimo. Ela estava ansiosa pra encontrar o João, amigo do PA. Esses dois tão dando certo e fico feliz por eles.

Quando chegamos no restaurante todos já haviam chegado, acabamos nos atrasando porque o Leo precisou ir na empresa dele resolver algo. Dei um abraço apertado no DG, fazia tempo desde a última vez que nos encontramos. Também estava com muita saudade da Laís, ficamos um tempo ali no nosso mundinho conversando. Ela ainda está se adaptando com as mudanças que teve na vida e sempre me pedia conselhos. Os amigos do PA estavam animados e rapidamente ficaram próximo de todos, parecia até que se conheciam há anos. Conversávamos animados falando das novidades e rindo dos momentos que tivemos dentro da casa.

É claro que eles não poderiam deixar de bagunçar comigo e com o PA. Falaram do quanto demoramos pra ficar e DG lembrou de Lari e Gustavo entrarando na casa e me apressei pra ficar com ele quando vi que a Larissa estava dando em cima dele. Pedro e Gustavo também falaram no quanto ele falava de mim todos os dias, sempre ficava lembrando. Depois os meninos lembraram das milhares de vezes que o Pedro fica parado em um tipo de transe, a música da edição não saia da nossa cabeça.

Tudo estava indo bem até que uma pessoa inesperada se juntou a nós.

- "Olá!" - Conheço essa voz. Virei o rosto em direção a ele e abri um sorriso imenso.

J: "Nicholas!" - Levantei imediatamente e o abracei. - "O que está fazendo aqui?"

N: "Estava no RJ a trabalho e Pedro me contou do encontro, então perguntei a ele se poderia vir aqui fazer uma surpresa a você." - Sorri empolgada. Estava com saudade dele.

J: "Pessoal, esse é o Nicholas um grande amigo meu." - Todos o cumprimentaram, exceto PA. Ele sabia muito bem que ele não era apenas um amigo. Sabia que já tínhamos ficado, mas não demorou muito pra que todos soubessem porque o Leo acabou nos entregando.

L: "Se você for ficar no apartamento da Jade eu vou pra nossa casa em Cotia porque se tem uma coisa que vocês dois não são é discretos."

J: "Leonardo!" - O repreendi. - "Pelo amor de Deus!"

Quase morro de vergonha. Eu queria matá-lo por isso. Nicholas sentou e desconversou. Do jeitinho dele de ser logo socializou com todos ali. Ele é excelente nisso. Os amigos do PA já não estavam mais tão a vontade. Eles torcem muito pra que a gente fique juntos e saber que o Niko não era só um amigo deixou eles um pouco incomodados também.

Paulo fechou completamente a cara. Tenho certeza que ele vai falar pro Pedro que ficou chateado. Qualquer um que olhava pra ele sabia que estava irritado. Achei que seria melhor ir embora, então me despedi de todos e sai com o Niko.

N: "Nem precisa me dizer quem ele é. Eu sei só pelo jeito furioso que me olhava."

J: "Com certeza, ele está muito irritado."

N: "Ainda não se acertaram?"

J: "Estamos no caminho pra isso." - Soltei um leve suspiro. - "Você vai ficar quanto tempo aqui?"

N: "Só por hoje. Meu voo é amanhã às 13h."

J: "Você está em algum hotel?" - Ele negou com a cabeça. - "Então vamos pra minha casa!"

Pedi um Uber e fomos contando as novidades no caminho. Contei a ele sobre minha conversa com o PA e que estava pensando em dar uma nova chance a ele, mas com receio e ia esperar um tempo até a mãe do filho dele encontrar um apartamento, queria ver se ele realmente ia se esforçar pra me reconquistar. Assim que chegamos no meu apartamento, abri uma garrafa de vinho e ficamos sentados no chão da sala rindo e falando das nossas experiências no festival. Ficamos horas sentados ali. Pouco a pouco fomos nos empolgando e começamos a trocar beijos quentes. Quando estava prestes a sentar no seu colo, ouvi o som da campainha. Quem quer que seja era insistente e não largava o botão. Levou um tempo pra me levantar, estava tentando recuperar o fôlego.

Quando abri a porta Paulo entrou com tudo no apartamento puxando Nicholas pela gola da camisa que já estava meio aberta e deu o soco em seu rosto.

PA: "Isso é por você beijar a minha mulher." - Ele abriu as mãos e logo em seguida fechou o punho novamente dando mais um soco em seu rosto. - "E isso é por você ter ido pra cama com ela."

J: "PAAAA, pelo amor de Deus! Larga ele." - Antes que eu conseguisse ou pelo menos tentasse separá-los, Nicholas empurrou ele com tudo contra a parede e deu um soco em seu rosto também. - "Para Nicholas, por favor, solta ele." - Os dois caíram no chão e sair correndo em direção ao apartamento do Leo para tentar separá-los. Fael estava com ele e os dois entraram no meio da briga puxando-os até que conseguiram separar os dois.

PA: "ME SOLTA, LEO! Eu quero acabar com a cara desse canalha." - Ele conseguiu se soltar dos braços do meu irmão e eu fui com tudo pra frente dele, o abracei com força e o empurrei um pouco pra trás pedindo pra ele parar.

J: "Leo, leva o Nicholas pro seu apartamento, por favor." - Empurrei o Paulo pro meu quarto e fechei a porta. - "O que você acha que tá fazendo? Tá louco?"

PA: "Eu tô com raiva de você por está com esse cara. Furioso na verdade." - Ele deu um soco na parede.

Eu conseguia sentir o cheiro de álcool no Paulo.

J: "Você bebeu?" - Ele colocou as mãos na cabeça e começou a chorar.

PA: "O que você queria que eu fizesse? Eu precisava esquecer, precisava parar de pensar que você estava com ele aqui." - Tentei acalmá-lo e ele me puxou pra mais perto e pegou no meu rosto fazendo com que eu o olhasse. - "Tá doendo, Jade. Tá doendo muito ficar longe de você. Ver saindo com outros caras. Eu não aguento mais sentir isso. Será que você não vê que eu te amo?!"

Me ama? Aquelas palavras ecoavam por minha mente.

J: "Me ama?" - Perguntei ainda sem acreditar.

PA: "Sim, eu te amo! Eu não suporto nem imaginar você com outra pessoa. Nunca senti isso por ninguém na vida. Eu tô sofrendo demais por não ter você." - Ele me abraçou pedindo desculpa e pra voltar com ele. Sabia que isso era em parte culpa da bebida. Ele chorava de soluçar em meus braços e eu fiquei desesperada em vê-lo nessa situação. Meu coração estava mal por ele tá sofrendo daquele jeito. Juntei toda força que tinha e o empurrei até o banheiro. Abri o chuveiro e coloquei ele em baixo daquela água fria. Ele não queria me largar, então acabei ficando toda molhada também. A água estava tão gelada que chegava a doer um pouco. Com esforço consegui fazer com que ele me soltasse e tirei sua roupa pra lavá-lo. Ele tentava me puxar mais pra perto, mas eu me afastava. Depois de um tempo consegui terminar, sequei um pouco ele e o coloquei na cama. Eu estava péssima por ver que ele estava assim e me sentindo pior porque há menos de uma hora estava beijando outro, e o homem que eu amo resolveu se declarar pra mim bêbado e isso depois de ter batido no meu amigo colorido. Deus, o que estamos fazendo?!

Passei a noite em claro pensado no que aconteceu. Contava os segundos pra amanhecer. Quando os primeiros raios de sol invadiu o quarto, me levantei e fui fazer café. Sabia que quando o PA acordasse estaria com uma dor de cabeça imensa. Voltei pro quarto e fiquei sentada ao lado dele esperando-o acordar. Acabei cochilando. Estava exausta depois dessa noite intensa.

Senti um movimento na cama e rapidamente despertei. Ele estava acordando. Olhou para o quarto um pouco perdido. Entreguei a xícara de café a ele. Perguntei se lembrava de algo e ele disse que não. A última coisa que recordava é que saiu do Paris 6 e foi pra um bar porque estava irritado comigo por ter ido embora com o Nicholas. Contei a ele o que houve e pouco a pouco foi lembrando de tudo.

PA: "Só não peço desculpas porque não me arrependo de ter batido nele." - Revirei os olhos.

J: PA, o que você sente por mim?!" - Não contei pra ele a parte que disse que me amava.

PA: "Você já sabe. Que estou apaixonado por você e quero que fique comigo."

Talvez o eu te amo tenha sido coisa da bebida ou ele só não quisesse admitir nesse momento. Mas de uma coisa eu tenho certeza, ele realmente gosta muito de mim e está disposto a ficar comigo. Eu estava me sentindo mal com toda essa situação e não quero que ele cometa mais um ato de desespero como o de ontem.

Respirei fundo.

J: "Vamos recomeçar, tudo bem?!" - Ele me olhou sem acreditar no que acabei de dizer. - "Estamos apaixonados e estamos nos machucando tentando fugir disso, então estou dizendo que podemos tentar novamente."

Ele sorriu pra mim.

J: "Mas com uma condição!"

PA: "Faço o que você quiser."

J: "Vamos fazer igual quando nos conhecemos, devagar, sem pular etapas. Recomeçar do zero mesmo."

PA: "Por você faço qualquer coisa!"

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Foi aqui que pediram mais um capítulo?! ❤ O que acharam da atitude do PA?