Predestinados (JADRÉ)

Nossa família

Três dias se passaram desde que contamos a nossa família sobre a Maya. Aguardávamos ansiosos pela chegada deles. O motorista dirigia cautelosamente no mar de carros que passavam pela rua seguindo o caminho para o aeroporto. Vamos nos casar amanhã, sábado, dia 07 de Dezembro de 2024, no fim da tarde enquanto apreciamos o pôr do sol da Tailândia. Uma cerimônia simples somente com os nossos familiares e o juiz de paz. Nina estava empolgada planejando os detalhes, ela não queria de forma alguma que fosse apenas uma troca de alianças formal em um cartório.

Uma sinfonia de buzinas iniciou despertando-me dos meus devaneios. Um ciclista quase bateu em um idoso apoiado em sua bengala que atravessava a rua lentamente. Mais um dia caótico no trânsito em Bangkok. Aqui é utilizada a mão inglesa de direção, por isso não conseguimos alugar um carro durante a nossa estadia. E também jamais nos sentiríamos seguros dirigindo nessas ruas movimentas e confusas com muitos carros, tuk-tuks, bicicletas e pedestres circulando em todas as direções.

Paramos na aérea principal do aeroporto. Paguei pela corrida e descemos entusiasmados do veículo. O aplicativo com os informativos dos horários de voos anunciava que o avião deles havia pousado há quase uma hora, como ainda teriam que passar pela imigração, demoraria mais um pouco até eles saírem.

Quando finalmente avistei nossa família na área de desembarque, o meu coração disparou. Senti as lágrimas brotarem nos meus olhos enquanto caminhava na direção deles. Meus pais e o meu irmão largaram as malas e me abraçaram com toda a força.

J: "Precisava tanto de vocês aqui." – Eu falei com um tremor na voz devido ao choro.

Maya trouxe uma felicidade tão grande que fez até o meu pai e a minha mãe conseguirem não só dividir o mesmo ambiente como me abraçaram juntos, uma situação raríssima, tanto que nem me recordo quando foi à última vez que isso aconteceu.

CP: "Meu amor, estava com saudade. Porra, nunca mais me esconda nada, quase tive um ataque do coração sem saber o que estava acontecendo." – Meu pai deu um beijo na minha testa.

LP: "Minha pentelhinha agora é mamãe." – Leo me puxa para um abraço novamente.

N: "Amiga, foi tão difícil guardar isso só pra mim e ainda mais complicado foi a ansiedade." – Nina envolveu seus braços ao redor do meu corpo e eu a apertei em meus braços.

Ela foi a primeira pessoa que contei depois do PA, Nina é o maior suporte emocional da minha vida.

MP: "Ahh, filha! Tô tão ansiosa para conhecê-la. sonhei com esse encontro durante toda a viagem." – Minha mãe deu um passo para trás, me encarou com os seus olhos castanhos examinando bem o meu rosto. – "Seu semblante está leve como nunca vi antes, tem um brilho diferente em você."

MC: "Maya é um anjinho que veio para transformar mesmo" – Minha sogra diz se aproximando e me abraçando.

CC: "Metade das nossas malas são presentes para ela." – Olho para o meu sogro ao escutar a sua voz e ele estava com o meu enteado dormindo em seu colo.