Surpresinha

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Quem conheceu a Jade há um ano atrás não reconheceria a Jade de agora. Tudo mudou na minha vida desde quando terminei meu primeiro relacionamento. Me libertei. Não que ele me fizesse mal, longe disso. Foi meu primeiro amor e que guardarei sempre com muito carinho. Mas com ele me sentia na zona de conforto. Quando me vi solteira, precisei mudar muita coisa em mim e uma delas foi ter que lidar com o meu bloqueio em socializar. Eu tenho um enorme receio em confiar nas pessoas, me abrir pra elas. Era introspectiva com qualquer nova pessoa que se aproximava de mim e só conseguia ser extrovertida com quem conheço muito bem. Mas no meio em quem trabalho, você precisa sempre está se relacionando com novas pessoas. Na minha viagem pra Europa aprendi muito sobre isso, conhecer novas culturas, personalidades. Minha passagem pelo programa me fez desenvolver ainda mais esse lado e uma das maiores provas foi ter feito amizades com pessoas tão diferentes e que levo pra vida, e além disso o meu novo gosto musical. Hoje curto qualquer gênero. Rap, Pop, sertanejo, pagode... Não é atoa que estou super empolgada pro show do Dilsinho. Tanto que estou fazendo uma mega produção.

O Thiago fez um make impecável, super marcado e com o delineado chamativo, deixando meu olhar de loba. Ondulou meu cabelo e me ajudou a escolher um look bafônico. Vestido de oncinha, meia calça e um top preto por baixo pra me deixar mais a vontade.

PA chegou na hora marcada, mas eu atrasei um pouquinho na produção. Sai do quarto e desfilei para ele que estava sentado no sofá me aguardando na sala.

J: "Eai, valeu a pena esperar?!" - Dei aquela virada de ladinho empinando o bumbum e dando um beijinho no ombro.

PA: "Papo de visão, tá vestida pra jogo." - Sorri pra ele.

J: "Vamos! Não quero perder o início do show"

PA: "Até porque tu que atrasou né...Tá maluco, quase não sai do quarto."

J: "Pelo menos valeu a pena, não é?!"

PA: "Vai ficar metendo essa?" - Revirei os olhos e puxei ele pela mão para irmos logo.

O trânsito estava terrível como de costume, até pior por conta do show. Chegamos no Allianz Parque quando estava prestes a começar. Sai do carro dando pulinhos de alegria e dei uns beijos no Paulo de empolgação. Várias pessoas nos viram juntos e pediram fotos, tentamos dar o máximo de atenção a todos ali, conversamos um pouco e pousamos pra algumas fotos e depois seguimos para dentro do estádio. Fiquei ainda mais empolgada ao saber que iríamos assistir o show de pertinho. Estávamos na área entre o palco e aquelas estruturas de ferro junto com outros personalidades da mídia. Encontrei vários rostos conhecidos ali e apresentei alguns que sou mais próxima ao PA. E não tinha como deixar de sentir uma pitada de ciúme com algumas delas dando em cima do Paulo, mas do jeitinho dele foi sabendo lidar com isso e sem dar confiança a elas, mas sem perder seu jeito simpático. Me puxou um pouco mais pra perto e aquela atitude me deixou feliz.

Quando Dilsinho subiu no palco uma onda gigante de vibrações se formou ali. Todos gritavam frenéticos. Ele entrou cantando um de seus maiores sucessos "Péssimo Negócio". Cantei a música animada. Havia uma passarela que vinha do palco e ia até uma parte do público. Ele passeava por ali enquanto cantava e várias mulheres na plateia gritavam por sua atenção e ele tentava retribuir um pouco, sendo dando a mão para que elas tocassem ou tirando uma foto enquanto cantava. PA me abraçou por trás e ficamos ali coladinhos curtindo o show. Ia intercalando entre fazer alguns stories e curtir aquele momento. Vibrei quando ele começou a cantar "Refém", amo o refrão dessa música e cantava com vontade. PA e eu nos olhávamos em alguns momentos enquanto cantávamos uma música ou outra. A música "Baby me atende" cantei com toda alma, é que mais amo e já sei ela toda de tanto que escuto. Sou apaixonada por essa. Nos deixamos embalar pelo Dilsinho cantando e íamos curtindo cada segundo. Meu corpo estava ficando suado e sentia meu cabelo grudar um pouco nas costas, mas aquilo não importava naquele momento. Ainda não conheço todas as músicas, estou aprendendo, mas uma em específico mexeu muito comigo. Paulo envolveu seus braços em mim puxando mais para perto dele, estávamos tão próximo ali que parecia até colados um no outro. PA cantou o refrão da música próximo ao meu ouvido fazendo todo meu corpo arrepiar e fechar os olhos envolvida por um turbilhão de sentimentos que me invadiu naquele momento. "Como não, se é separação, de onde é o Trovão, que anuncia quando a chuva vêm... Não me leve a mal, brigas de casal como as nossas todo mundo tem, se é pra te esquecer, como eu vou viver... Se eu só tenho você e mais ninguém... Não tenho nada além de amor pra te dar, mas trouxe flores se quiser ficar..." Aquilo me fez lembrar um pouco do que passamos e apertei um pouco mais seus braços em mim. Ele me encheu de beijos na bochecha e pescoço de depois me deu um beijo caloroso. Foi uma noite incrível, energia surreal.

Predestinados (JADRÉ)Onde histórias criam vida. Descubra agora