Predestinados (JADRÉ)

Rio de Janeiro

Meu coração parecia estar mais em paz depois da nossa conversa. Saber que nós dois estamos bem foi o suficiente para me tranquilizar após esses dias turbulentos. Estava buscando ocupar a minha mente o máximo possível para não me deixar ser dominada pelo medo, culpa e vergonha do que aconteceu. Eu sabia que ficaria bem, que aquilo ia passar, e que é só uma questão de tempo.

Depois de conversarmos decidi subir para o apartamento do PA. Nina ficou para jantar conosco. Aproveitamos para contar mais detalhes da nossa viagem, dos lugares que conhecemos e das baladas exóticas e divertidas que íamos quase todo dia.

N: "Preciso ir!" – Nina levantou do sofá.

J: "Tem certeza amiga... Posso descer pra gente dormir no meu apartamento."

PA: "É Nina, vocês podem ter a noite de garotas de vocês e eu fico aqui com o Pazinho."

N: "Não, realmente preciso ir... Prometi aos meus pais que iria passar na casa deles hoje e se eu não for, vou ser obrigada a ficar a semana toda ouvindo." – Ela revirou os olhos o que me fez rir.

Levantei e a abracei.

N: "Jade, sabe que pode contar comigo pro que precisar." – Ela sussurrou próximo ao meu ouvido.

J: "Sim, eu sei!" – A apertei em meus braços.

Ela colocou as mãos em meu rosto e beijou minha testa.

N: "Vou para o RJ assim que puder." – Sorri.

J: "Vai ficar tudo bem."

Ela soltou um suspiro, se despediu dos meninos e saiu.

Caminhei até a sala e sentei no tapete ao lado do Pazinho que estava brincando com alguns carrinhos que a gente trouxe pra ele da viagem.

"Papa" – Ele chamou pelo pai mostrando que o carrinho abria a porta.

PA: "É filho... Dá até pra colocar um bonequinho dentro."

Pazinho levantou e deu passinhos engraçados na direção do seu quarto. Ele ainda anda tão fofinho, às vezes, até cai de bunda no chão tentando andar mais rápido. Retornou com um mini boneco do Batman e entregou ao pai para colocar dentro do seu brinquedo.

"Deeee" – Me mostrou sorridente.

Puxei ele e o apertei em meus braços.

J: "Você é a coisa mais linda e preciosa desse mundo." – Dei vários beijos em seu rosto e pescoço.

"Deeee... Deeee..." – Chamava por meu nome enquanto ria das cócegas que estava fazendo em sua barriga.

PA: "É Deja, filho."

J: "Vai ensinar meu nome da forma errada pra ele, PA." – O repreendi.

PA: "Mas pra mim é Deja, minha Deja." – Ele se aproximou e beijou minha bochecha.

Pazinho bocejou e encostou sua cabecinha em meu ombro.

PA: "Já chega de ficar relutando contra o sono, né filho..." – Ele tentou pegá-lo no colo, mas o Pazinho agarrou com as mãozinhas na minha blusa. – "Ihhh, moleque a namorada é minha."

J: "Larga de ser ridículo, PA." – Dei risada da cara dele. – "Prepara a mamadeira dele que eu vou colocá-lo para dormir."

Pazinho ficou andando pela sala brincando enquanto o pai estava fazendo o mingau. Quando o PA terminou, ele chorou um pouquinho em meu colo tentando resistir em dormir. Encostei o bico da mamadeira em seus lábios e fiquei contornando até ele pegar e começar a sugar o líquido. Uma das suas mãozinhas segurava a mamadeira junto comigo, enquanto a outra me acariciava. Ele ficou assim até adormecer em meus braços deixando somente um pouquinho de mingau na mamadeira. O embalei mais um pouco até ele cair em sono profundo e o levei para o seu quarto o acomodando em seu berço.