Tempo

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Quando a advogada entrou no nosso quarto de hotel e disse que haviam encontrado o Nicholas, senti um alívio tomar conta de mim. Saber onde ele estava e que iriam detê-lo fez com que um pouco de paz invadisse o meu coração, era como se a partir daquele momento eu pudesse me sentir mais segura.

Mas, quando ela perguntou por meu irmão e pelo PA, a Nina ficou desconcertada, naquele momento senti um frio percorrer meu corpo e meus batimentos acelerarem de medo. Vanessa ligou para o meu irmão que também tentou desconversar. A partir daí eu tive a certeza de que o PA foi até ele. Fiquei apavorada. Milhares de possibilidades surgiram na minha mente de que ele poderia machucá-lo. No mesmo instante me levantei e disse a Vanessa para me levar até lá.

Estava uma pilha de nervos de tanta preocupação e ao mesmo tempo sentia raiva por ele estar se arriscando desse jeito. Fiquei inquieta durante todo caminho até lá. Meus pés batiam incansáveis no piso do carro e comecei a suar frio de nervoso. Assim que chegamos, caminhei a passos largos em direção ao hotel, mas fui impedida de entrar pelo meu irmão.

J: "Leo, me solta... Eu vou até lá." – Disse decidida tentando fazer com que ele soltasse o meu braço.

L: "Não vou deixar você subir." – Ele me puxou para direção oposta.

J: "Leo, ele pode estar em perigo..."

Ele me levou até o carro e pediu para que eu entrasse dizendo que ali era possível ouvir o que eles estavam falando. Acabei entrando mesmo contra a minha vontade.

L: "É melhor você ficar aqui dentro, é mais seguro."

Ele retirou o fone do celular e aumentou o volume para que eu pudesse escutar. Comecei a ouvir no momento em que o PA perguntou o que ele achava que iria conseguir além de nos separar. Senti repulsa ao ouvir a voz do Nicholas, sua voz me causava enjôos.

Quis sair do carro quando ouvi um barulho alto. Percebi que estavam brigando e tentei abrir a porta, mas meu irmão havia trancado.

J: "Abre isso, Leonardo!" – Ele apenas me ignorou. – "Eu tô falando sério." – Pedi mais incisiva.

L: "Você vai ficar aqui e esperar... Sabe tão bem quanto eu que não pode fazer nada para ajudá-lo."

Fiquei furiosa e continuei insistindo para que ele abrisse e só consegui me acalmar quando vi a delegada chegar e entrar no prédio.

Soltei um longo suspiro de alívio ao vê-los ali.

J: "Você quer me matar do coração?" – Questionei irritada.

L: "Só se eu estivesse louco pra deixar você no mesmo ambiente que aquele psicopata de novo."

Permaneci dentro do carro a pedido do meu irmão, ele não queria que eu saísse lá de dentro, pelo menos não até levarem o Nicholas dali e o Leo tivesse cem por cento de certeza que era seguro pra mim. Não quis olhar para entrada do hotel. Eu não queria mais vê-lo e se pudesse apagaria da minha memória que um dia o conheci. Fiquei olhando para a direção oposta até a Nina, que estava sentada no banco de trás do carro, avisar que haviam ido embora com ele.

Poucos minutos depois que tornei a olhar para a entrada do hotel, avistei o PA saindo. Leo destravou o carro, abri a porta quase que no mesmo instante e corri na direção dele.

J: "Você tá bem? Ele te machucou? Aconteceu alguma coisa?" – Falava quase que atropelando as palavras enquanto passava minhas mãos por seu corpo para ter certeza de que não havia nada de errado.

Predestinados (JADRÉ)Onde histórias criam vida. Descubra agora